
A despeito dos altos e baixos que o agroneg�cio enfrentou neste ano, cresceu a confian�a do setor em Minas Gerais numa aguardada expans�o no ano que vem, como avalia a Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg). �ncora do desempenho da economia brasileira nos �ltimos anos, o PIB (Produto Interno Bruto, a soma da produ��o de bens e servi�os) agropecu�rio do pa�s dever� crescer 3,4% em 2018, impulsionado pela retomada da agroind�stria, de acordo com proje��es do Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
A estimativa consiste numa performance modesta frente ao avan�o, em 2017, de 7,6% do agroneg�cio, proporcionado por safra recorde de v�rios produtos, em especial a soja e o milho, mas ainda assim supera a proje��o de crescimento de 1,5% da economia brasileira. � o que esperam para o pa�s os analistas da centena de bancos e corretoras consultados pelo Banco Central (BC) na elabora��o do mais recente Boletim Focus.
O setor n�o escapou da influ�ncia que a greve dos caminhoneiros, em maio, exerceu sobre as estat�sticas da produ��o, como observa o presidente da Faemg, Roberto Sim�es. A paralisa��o nas estradas provocou signficativas perdas de produtos como leite, carnes, hortifr�tis e at� mesmo de animais. “Na sequ�ncia, ocorreu o tabelamento do frete, configurando mais um preju�zo para os produtores, pois elevou o custo do frete e, consequentemente, dos insumos.”
Outros dois fatores, o desemprego e a crise financeira de Minas, que tem sido a justificativa para o atraso no pagamento dos sal�rios do funcionalismo p�blico, refletiram sobre um mercado consumidor fraco em 2018. Para 2019, segundo Sim�es, a perspectiva com a qual o setor trabalha � de aumento dos volumes e da qualidade da produ��o do agroneg�cio. “Prosseguiremos a implementa��o do programa da agricultura 4.0, o que significa mais inova��o e tecnologia, para que a produ��o cada vez mais elevada se fa�a com respeito absoluto ao meio ambiente”, diz o presidente da Faemg.
As expectativas quanto ao novo governo de Romeu Zema (Novo) n�o poderiam deixar de considerar, como admite a Faemg, a prioridade que deve ser dada ao saneamento das contas p�blicas. O setor reconhece a necessidade de medidas para reverter as dificuldades de caixa do estado, mas espera esfor�o tamb�m na implementa��o de uma pol�tica desenvolvimentista.
O presidente da Faemg destaca que h� pontos positivos na avalia��o sobre o governo de Romeu Zema, em raz�o da “carreira vitoriosa na iniciativa privada” do governador eleito, e de um discurso em que n�o nega o quadro ca�tico em Minas, mas que tem mostrado disposi��o para adotar medidas, embora amargas, no sentido da recupera��o do estado.
“Quanto ao nosso setor, esperamos solu��es para problemas cr�nicos, que nos impedem de avan�ar mais. A infraestrutura carece, h� anos, de amplia��o e moderniza��o para que seja poss�vel o escoamento r�pido e seguro da produ��o”, afirma. O setor est� longe de atender � efici�ncia exigida pelo mercado mundial no escoamento de mercadorias, diante de estradas estreitas e esburacadas, ex�guas linhas ferrovi�rias e raras hidrovias.
Na lideran�a Em 2018, Minas confirmou a lideran�a em v�rios segmentos do agroneg�cio, com base em balan�o da Faemg. A safra de caf�, carro-chefe do agroneg�cio estadual, proporcionou acr�scimo de 30% da produ��o, frente ao ano passado. As exporta��es foram expressivas, apesar de pre�os que, para o setor, deixaram a desejar.
Maior produtor de caf� do Brasil, o estado respondeu por 53% da produ��o nacional, tendo colhido 31,9 milh�es de sacas. As vendas externas encerraram os primeiros 10 meses do ano com queda de 4% em volume – ao todo, foram destinadas 948,5 mil toneladas de caf� ao mercado internacional, equivalentes a 15,8 milh�es de sacas.
Enquanto a m�dia de pre�o praticada entre janeiro e outubro de 2017 foi de US$ 278 por tonelada, neste ano, os embarques foram comercializados a US$ 238 a tonelada, valor 14% menor. Minas manteve tamb�m a posi��o de maior produtor de leite, mas a importa��o, para cumprimento dos acordos do Brasil com o Mercosul, prejudicou os produtores.
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Outro segmento que se destacou, neste ano, � a cadeia produtiva da cana-de-a��car, que vem se recuperando e tende a crescer no pr�ximo ano, devido ao aumento do consumo do etanol. O setor de carnes apresentou ligeira queda da produ��o de su�nos e aves, provocada pela queda substancial de pre�os, ao mesmo tempo em que os custos de produ��o subiram. As exporta��es de carne bovina apresentaram ligeiro aumento, mas ainda com pre�os inst�veis, de acordo com Sim�es. Com taxa cambial adequada no pr�ximo ano, o presidente da Faemg observa que tanto Minas quanto o Brasil tendem a ganhar competitividade, o que dever� garantir a presen�a da carne brasileira em quase todo o mundo.