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Estado de Minas AGROPECU�RIO

Suinocultores de Minas miram mercado chin�s

Queda de produ��o na China abre perspectiva de mais vendas para suinocultores mineiros no mercado internacional. Minas lidera o consumo e � o quarto maior produtor de carne su�na


postado em 18/11/2019 04:00 / atualizado em 18/11/2019 09:54


Vista aérea de uma planta do Frigorifico Saudali: empresa ampliará abates em 2020 para atender demanda interna e externa(foto: Fotos Saudali/Divulgação)
Vista a�rea de uma planta do Frigorifico Saudali: empresa ampliar� abates em 2020 para atender demanda interna e externa (foto: Fotos Saudali/Divulga��o)


Maior produtor e consumidor mundial de carne su�na, a China deve fechar 2019 com queda de 25% na produ��o, provocada pela epidemia de peste su�na africana que assola o pa�s, al�m de alguns vizinhos asi�ticos, desde meados de 2018. Os efeitos devastadores da doen�a levaram � abertura das importa��es no pa�s. A medida mais recente credenciou plantas frigor�ficas em Santa Catarina para exporta��o de seis tipos de mi�dos su�nos: p�s, l�ngua, focinho, m�scara, orelha e rabo.

Embora ainda n�o tenha sido diretamente beneficiado pelas exporta��es para a China, o mercado em Minas Gerais vive momento promissor. Segundo dados fornecidos pela Associa��o dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), o estado det�m o maior consumo per capta de carne su�na no pa�s, com 21,5 quilos por habitante ao ano, frente � m�dia brasileira de 15,3kg. Quarto maior produtor nacional, com 1.217 granjas, Minas responde por 15,9% do plantel brasileiro. No campo das exporta��es, tamb�m ocupa a quarta coloca��o.

De acordo com Alvimar Jales, consultor de mercado da Asemg, o estado tem uma forte tradi��o culin�ria focada na carne su�na, e seu consumo � semelhante � produ��o. “Talvez essa demanda explique porque n�o somos t�o fortes na exporta��o quanto os estados do Sul, que est�o mais voltados para o mercado externo. Nossa demanda por carne su�na de outros estados j� foi maior. Hoje, isso est� equilibrado, n�s vendemos um pouco para outros estados, mas tamb�m compramos. Contudo, existe um olhar para ampliar a exporta��o”, avalia Jales.

Wallisson Lara, analista de agroneg�cios da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), lembra que o principal exportador de carne su�na do Brasil � Santa Catarina, seguido pelo Paran� e Rio Grande do Sul. “Esses tr�s estados diferem de Minas Gerais no modo de produ��o, adotando um m�todo conhecido como integra��o, que � a parceria entre o produtor e a ind�stria, que, inclusive, fornece os insumos necess�rios para a cria��o. Quando o animal est� pronto para o abate, o produtor o entrega para a agroind�stria. J� em Minas Gerais, de forma geral, o modo de produ��o � independente. O produtor contrata um frigor�fico para abater os animais e monta sua pr�pria estrat�gia para depois negociar no mercado”, explica Lara.

Para Jo�o Ricardo Albanez, subsecret�rio de Pol�tica e Economia Agropecu�ria da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas Gerais, � natural que Santa Catarina seja a porta de sa�da das exporta��es de su�nos devido � sua cadeia bem estruturada e consolidada. “Em 2018, o Brasil produziu 3,9 milh�es de toneladas de carne su�na, sendo que Minas foi respons�vel por 476 mil toneladas. Nas exporta��es ainda somos fracos. Neste mesmo ano, das 635 mil toneladas exportadas pelo Brasil, o estado foi respons�vel por apenas 15 mil toneladas. Mas vivemos um momento muito oportuno para o setor e temos condi��es de ampliar nossas exporta��es”, garante Albanez.

De acordo com Wallisson Lara, n�o falta nada para Minas Gerais exportar para a China. Como Santa Catarina, at� 2021 o estado ser� territ�rio livre da febre aftosa sem vacina e tamb�m foi criado um fundo privado do setor produtivo que resguarda toda a cadeia de produ��o caso ocorra alguma enfermidade no rebanho. O fundo est� sendo criado h� um ano e meio e j� alcan�ou 70% dos recursos necess�rios.

EUFORIA
  
Por�m, de acordo com Leandro Castro, analista de Com�rcio Exterior do Frigor�fico Saudali, sediado em Ponte Nova (MG), a abertura da China pode criar euforia nos mercados, mas � necess�rio ter cuidado. “As empresas precisam entender que isso � um momento. A China deve se recuperar em at� tr�s anos e ser� muito mais forte do que era. N�o se deve fazer investimento especifico para o mercado chin�s. O mercado muda muito e nunca se deve concentrar em um s� lugar”, aconselha Castro.

A Saudali destina 15% de sua produ��o para exporta��o, alcan�ando pa�ses como Uruguai, Argentina, Alb�nia, Gana, Costa do Marfim e, mais recentemente, a �frica do Sul. Segundo Castro, o frigor�fico est� pr�ximo de conseguir exportar para Cingapura e Vietn�. No fim de 2020, a empresa vai concluir programa de investimento que aumentar� o n�mero de su�nos abatidos de 2.700 para 4 mil por dia. Com esse aumento, o percentual de exporta��o deve continuar na casa dos 15%.

O analista da Saudali explica que alguns mercados exigem crit�rios superiores aos estabelecidos pelo Minist�rio da Agricultura Pecu�ria e Abastecimento para emitir o selo do Servi�o de Inspe��o Federal (SIF). “A China � um mercado muito restrito e, al�m de v�rios processos, exige a rastreabilidade do rebanho para combater o uso da ractopamina, que � um aditivo comumente usado na ra��o animal. J� a Argentina e o Uruguai exigem an�lise de 100% das carca�as para identificar a presen�a do parasita Trichinella”, explica o analista.
 
 

"A China deve se recuperar em at� tr�s anos e ser� muito mais forte do que era. N�o se deve fazer investimento especifico para o mercado chin�s. O mercado muda muito e nunca se deve concentrar em um s� lugar”

Leando Castro, analista 
de Com�rcio Exterior da Saudali
 
 
 
 

Porco fit atende demanda aquecida 


O analista de agroneg�cios da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg) Wallisson Lara chama a aten��o para o potencial do mercado interno brasileiro. O analista da Faemg calcula que o consumo m�dio de carne su�na no Brasil � considerado bem inferior em rela��o a outros pa�ses, como China e Estados Unidos, e � Uni�o Europeia. Lara acredita que a carne su�na ainda carrega certo estigma de n�o ser saud�vel. “Os tempos s�o outros. H� d�cadas nossa carne passou por uma transforma��o gen�tica, perdendo gordura e ganhando massa muscular. Hoje temos um porco fit, e precisamos desmistificar essa ideia. A carne su�na � uma iguaria e tem ganhado seu espa�o”, avalia Lara.

O analista da Faemg se recorda que h� tr�s anos o setor vivia uma crise aguda, marcada pelo alto custo de produ��o (com o milho e soja, insumos usados na ra��o su�na, em alta no mercado externo) e uma remunera��o baixa em um contexto econ�mico estagnado. A partir da� foi feito um trabalho para ajudar a ajustar a oferta do produto, quando seu pre�o se estabilizou.

“A partir da�, fatos como a guerra mercadol�gica travada entre os Estados Unidos e a China, al�m da epidemia de peste su�na africana na China, favoreceram nossas exporta��es. Nos �ltimos anos, enquanto a exporta��o de carne bovina cresceu 7%, a de cortes su�nos cresceu 23%. De janeiro a outubro, o pre�o do quilo do su�no vivo aumentou em 39%”, explica Lara.

Alvimar Jales, consultor de mercado da Associa��o dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), confirma a dificuldade vivida pelo setor quando a R�ssia decidiu suspender as exporta��es brasileiras, em novembro de 2017, para estimular seu mercado interno. O pa�s europeu era um importante comprador e sua decis�o gerou um excesso de produto no mercado interno. Walisson Lara lembra que as festas de fim de ano s�o um per�odo especialmente bom para o setor, quando a popula��o est� mais capitalizada. 


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