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Estado de Minas

Hipnose pode ser aliada contra dores e doen�as psicossom�ticas

Ansiedade, v�cios, ins�nia, compuls�es e dores cr�nicas s�o algumas das �reas em que a terapia pode contribuir para melhorar a qualidade de vida


01/11/2019 07:00 - atualizado 04/11/2019 13:46


Esque�a a hipnose usada em truques de ilusionismo e shows de entretenimento. A t�cnica tem se tornado uma importante alternativa para amenizar dores e traumas, sendo, inclusive, aceita em alguns conselhos nacionais da �rea de sa�de. Partindo da ideia de que todo sintoma f�sico ou emocional tem uma origem, a hipnoterapia consiste em utilizar-se da hipnose para buscar essa causa na mente subconsciente e trat�-la, resolvendo a raiz do problema.
 
Milton Erickson, psiquiatra norte-americano especializado em hipnose m�dica e terapia familiar, dizia que a hipnose n�o � cura, mas sim uma forma de estabelecer um clima favor�vel de aprendizagem . Segundo Thiago de Paula, hipnoterapeuta e vice-presidente da Associa��o Mineira de Hipnose, a hipnose � um estado alterado de consci�ncia gerado pelo foco e aten��o concentrados, que leva nosso c�rebro a atuar em ondas de mais baixa frequ�ncia. “Essa mudan�a reduz as atividades no c�rtex e aumenta a atividade no sistema l�mbico, respons�vel pelas emo��es . O objetivo principal � acessar uma estrutura ps�quica chamada subconsciente e utilizar os mais variados recursos dispon�veis nesse sistema para gerar mudan�as em nossas vidas”, explica.
 
A t�cnica tem ajudado pessoas em quest�es como ansiedade , depress�o, dist�rbios alimentares, dores, doen�as psicossom�ticas, s�ndrome do p�nico, v�cios e mudan�as de comportamento e h�bitos. Como no caso da cabeleireira Silvia Pilar. A profissional de beleza tem fibromialgia, doen�a autoimune no sistema nervoso em que os impulsos de dores passam por um desequil�brio e emitem dor por todo o corpo, como ela mesmo explica. “No meu caso, essas dores eram intensas, 24 horas do dia”, relembra.
 
Essa altera��o trouxe, para a cabeleireira, al�m das dores, muita fadiga, cansa�o, depress�o e desmotiva��o. “Procurei e usei todos os recursos poss�veis de tratamentos para amenizar a dor: acupuntura , fisioterapia, mudan�a de h�bitos alimentares, terapia e comprimidos potentes que sobrecarregaram meu est�mago e rins”, conta.
 
AUTOCONHECIMENTO

No processo de busca por tratamentos e conviv�ncia com a dor, diminuiu o ritmo de trabalho, pela falta de for�a de vontade e perda de for�as musculares. Segundo ela, n�o conseguia sequer segurar um pente sem que este ca�sse ao ch�o. “Descobri a hipnose por meio de uma cliente, depois de muitas ora��es para continuar a viver. Ao cortar seu cabelo, fui perdendo as for�as do punho, era pente e prendedores caindo o tempo inteiro ao ch�o. A cliente, vendo isso, me indagou e disse que conhecia uma pessoa que havia se curado da fibromialgia com as t�cnicas de hipnose.”

Paciente do hipnoterapeuta Thiago de Paula, vice-presidente da Associação Mineira de Hipnose, Silvia Calegaro, que sofria com a fibromialgia, diz que hoje até sua aura está mudada
Paciente do hipnoterapeuta Thiago de Paula, vice-presidente da Associa��o Mineira de Hipnose, Silvia Calegaro, que sofria com a fibromialgia, diz que hoje at� sua aura est� mudada (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
 
Depois de fazer pesquisas na internet, Silvia marcou uma consulta . “O Thiago me informou que tr�s sess�es seriam o suficiente para solucionar a fibromialgia. Fiquei descrente, pois achei muito pouco. Como assim? Algu�m que investiu tudo o que tinha em busca de rem�dios e terapias, em tr�s sess�es seria curada?”, indagou. As t�cnicas funcionaram com muita facilidade na mente da cabeleireira, que come�ou a us�-las no dia a dia. “A auto-hipnose abriu um campo na minha mente em que nunca havia pisado antes. � como se uma chave virasse e tudo na vida ficasse mais claro para mim.
 
A minha aura est� mudada, as pessoas me perguntam o que tenho feito, porque estou diferente, uma luz que n�o tinha”, frisa a cabeleireira. De forma geral, segundo Thiago de Paula, a hipnoterapia tem o objetivo de acessar conte�do subconsciente para ajudar o cliente a elaborar sobre quest�es da sua vida que possam estar, de alguma forma, atrapalhando. “Ningu�m vai resolver a vida de ningu�m. Nem em uma nem em mil sess�es. O que a terapia faz � dar ao cliente condi��es de resolver a sua pr�pria vida. Com essa abordagem , aliviamos os conflitos mais imediatos e ensinamos ferramentas para que o ciente possa iniciar uma nova caminhada pelo autoconhecimento e autodesenvolvimento”, re- vela. Nesta edi��o, o Bem Viver embarca no subconsciente de pacientes e especialistas, que veem na hipnose uma chance de recome�ar e encarar um problema sob um novo �ngulo, com maior disciplina, foco e relaxamento.

Tratamento pode estar no subconsciente
Segundo pesquisa, Minas � o quarto estado que mais pratica hipnose cl�nica. M�todo traz ressignifica��o de situa��es traum�ticas e equil�brio mental


Cada vez mais procurada como terapia alternativa, a hipnose se destaca. Al�m de ser aceita e reconhecida por �rg�os reguladores da sa�de p�blica, a t�cnica promete efeitos imediatos. De acordo com a Omni Brasil, institui��o de treinamento em hipnoterapia, que tem um processo terap�utico com ISO 9001, e presente em 26 pa�ses, 119 mil brasileiros j� utilizaram a hipnose cl�nica como m�todo de tratamento. A pesquisa , on-line, foi realizada entre julho e setembro de 2019, com pessoas de todas as classes sociais dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal.

“Cada vez mais as pessoas est�o percebendo que, �s vezes, utilizar tratamento convencional ou medicamentos pesados tende a mascarar apenas os sintomas, e elas acabam n�o tendo o resultado esperado. J� com a utiliza��o da hipnose, o problema tende a ser eliminado de forma natural e sem sofrimento ”, avalia Michael Arruda, CEO da OMNI Brasil.

O estado de S�o Paulo lidera como a regi�o que mais tem pacientes de hipnoterapia, o que representa 37,9% dos entrevistados. Rio de Janeiro e Paran� empatam na segunda posi��o, com 10,3%, Minas Gerais ocupa a quarta posi��o, com 4,8%, Rio Grande do Sul e Distrito Federal ocupam o quinto lugar, com 4,1%.

Dos entrevistados, 76,6% j� procuraram ajuda para resolver problemas emocionais, mas as doen�as f�sicas tamb�m s�o causas dos atendimentos. Ins�nia lidera o ranking nacional, com 22,53%. Na sequ�ncia aparecem redu��o de peso, com 13,89 %, problemas digestivos, 6,53%, bruxismo, com 5,47%, intoler�ncia a gl�ten ou lactose, com 3,37%, e controle da diabetes, com 2,11%. “A hipnose pode ser usada praticamente em qualquer tipo de caso, de uma forma ou de outra, ela vai ajudar. Alguns exemplos mais comuns s�o depress�o, ansiedade, tabagismo, emagrecimento, enxaqueca, asma, alergia e at� doen�as autoimunes”, frisa Arruda.

As mulheres procuram mais o tratamento do que os homens. Hoje, elas representam 62% dos pacientes e os tratamentos mais procurados s�o enxaqueca, com 12,42%, problemas com aparelho reprodutor atingem 1,68% delas, e endometriose, 0,84%.

EQUIL�BRIO

Pollyanna Esteves, psicoterapeuta e especialista em hipnose, acredita que a técnica ajuda a vasculhar segredos ocultos
Pollyanna Esteves, psicoterapeuta e especialista em hipnose, acredita que a t�cnica ajuda a vasculhar segredos ocultos (foto: Arquivo Pessoal)
Pollyanna Esteves, psicoterapeuta e especialista em hipnose, acredita que a t�cnica � uma maneira de nos conhecermos melhor e vasculhar segredos ocultos em nossa mente, a fim de elucidar poss�veis causas de medos e doen�as. “Entender o por que temos determinados padr�es, a��es, o por que temos determinados traumas, comportamentos, � muito al�m de nos entender. A hipnose possibilita a mudan�a que queremos de forma muito mais r�pida e profunda, colocar novos h�bitos, libertar de cren�as limitantes.”

Para ela, o equil�brio entre mente e corpo � fundamental para qualquer pessoa que queira realmente ser feliz e ter qualidade de vida. A psicoterapeuta afirma que a qualidade de vida � diretamente proporcional � qualidade dos meus pensamentos. “A nossa mente, os nossos pensamentos controlam todo o nosso corpo. Cren�as e pensamentos negativos v�o gerar sensa��es ruins, que formar�o horm�nios e subst�ncias ruins, que v�o causar problemas de sa�de e tamb�m na vida de modo geral”, aponta.

Pollyanna acrescenta que, com a t�cnica, o paciente pode aprender a controlar sentimentos e emo��es, e isso � ben�fico para tratamentos, como no caso de um c�ncer de mama. “A hipnose pode ajudar o paciente a n�o ter os efeitos colaterais no tratamento. � poss�vel que ele consiga manter o corpo saud�vel, fazendo com que a sua mente trabalhe a favor dela e, dessa forma, possa passar pelo processo de uma forma r�pida, tranquila e praticamente indolor e sem danos para ela e para fam�lia.”

A funcion�ria administrativa Larissa Rocha, de 30 anos, j� estava fazendo tratamento psiqui�trico h� algum tempo, depois de ter sido diagnosticada com s�ndrome do p�nico, at� encontrar a hipnoterapia. “Tive muitos efeitos colaterais com os rem�dios, al�m de n�o terem sanado as crises de p�nico. Resolvi ent�o buscar outras alternativas”, conta. Mesmo ap�s ler diversos relatos de outras pacientes, a ideia de entrar em um tratamento hipn�tico gerou alguns anseios, mas que foi desaparecendo com as sess�es. “Cheguei at� a sala com muitas d�vidas, mas, diante do meu sofrimento, acreditei o tempo todo que daria certo. O hipnoterapeuta Thiago de Paula me explicou claramente sobre tudo e fiquei bem tranquila.”De acordo com Larissa, precisou de apenas uma sess�o de 1 hora para que fossem sanadas suas crises. “Pra mim foi simplesmente inacredit�vel. A maioria das pessoas n�o sabe que existe a hipnose como alternativa de tratamento. Vejo como uma alternativa fant�stica”, aconselha. Hoje, ela acredita que os anseios que teve antes do in�cio do tratamento foi apenas por medo do desconhecido. “No meu caso, a hipnose teve 100% de �xito logo na primeira sess�o. Quem sofre com p�nico, sabe o quanto � dif�cil e triste passar por isso. Para mim n�o poderia ter sido melhor. Refor�o que nunca tive preconceito com rela��o � hipnose, apenas era algo totalmente obscuro”, conclui.

Marcas do passado

Um dos usos mais frequentes da hipnose � para ressignificar certos traumas e fobias, frutos de uma experi�ncia intensa com forte carga emocional que acaba se transformando em mem�ria negativa. Em uma sess�o, um bom hipnoterapeuta � capaz de mudar a imagem que cada cliente constr�i em sua mente sobre o objeto f�bico ou sobre a experi�ncia traum�tica vivida.

Hipnoterapeuta Thiago Porto explica que a técnica primeiro desassocia a lembrança da emoção negativa
Hipnoterapeuta Thiago Porto explica que a t�cnica primeiro desassocia a lembran�a da emo��o negativa (foto: Instituto Versate/divulga��o)
“O que a hipnoterapia faz �, primeiro, desassociar a lembran�a da emo��o negativa e, depois, ressignificar a experi�ncia para que aquela energia negativa n�o acabe sendo realocada pela nossa mente, por meio de uma recess�o at� o momento do trauma e uma ressignifica��o dos gatilhos conscientes e inconscientes que foram associados no momento”, explica o hipnoterapeuta Thiago Porto.

Segundo ele, nesses casos, uma t�cnica de regress�o pode ser aplicada de maneira mais assertiva, mas destaca que � importante desassociar o termo de algo espiritual e religioso. “Esse m�todo recuperar� e acessar� essa lembran�a a ser esquecida e � poss�vel ressignificar para uma mem�ria neutra, mudando a interpreta��o dessas refer�ncias traum�ticas. Costuma ter um efeito imediato, j� que n�o nascemos com essa predisposi��o e, sim, aprendemos a t�-la”, explica.

MELHORA


Para saber se o tratamento est� dando resultados, o hipnoterapeuta Thiago de Paula, cita possibilidades, de acordo com cada caso espec�fico. “Nos traumas, por exemplo, se o cliente consegue se lembrar do evento traum�tico sem se afetar, como costumava fazer, isso indica melhora”, comenta. J� nos casos das fobias tamb�m � muito simples perceber mudan�as. “Um cliente que n�o suporta nem imaginar uma barata ou uma lagartixa e, depois das sess�es, consegue imaginar, ver e at� se aproximar de um desses bichinhos, quer dizer que o tratamento funcionou”, frisa.

Apesar dos resultados imediatos, como apontam os especialistas, al�m das sess�es, s�o necess�rios alguns exerc�cios di�rios. “Se uma pessoa tem medo de dirigir, por exemplo, orientamos que, para sentir tranquilidade, coloque uma m�sica que a tranquilize ou mesmo a presen�a de algu�m que emane cuidado e paci�ncia”, aconselha Porto. Por isso, � importante definir objetivos, estrat�gias e formas de mensurar os resultados.

*Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Elizabeth Colares


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