
Renata Rusky
H� quem diga que toda atividade f�sica tem efeito positivo na sa�de mental. Ela reduz os n�veis de cortisol, que � o horm�nio do estresse, e faz com que o corpo libere endorfina, que d� a sensa��o de bem-estar, conforto e melhora o humor. Mas h� algumas que oferecem um benef�cio ainda maior nesse quesito. � o caso do pilates e da ioga. Em tempos de coronav�rus, toda ferramenta para controle da ansiedade, do medo e do mau humor � bem-vinda.
Al�m de fortalecer a musculatura, s�o atividades voltadas para a concentra��o na respira��o e na introspec��o. “Alguns iogas focam mais na medita��o, outros, menos. De qualquer forma, a ioga ajuda a entender os nossos processos internos e padr�es de pensamentos dos quais devemos fugir”, explica o professor Helton Azevedo.
O casal Arley Marcos Bonfim, de 56 anos, analista de sistemas, e Luziane Bonfim, de 52, servidora p�blica, come�ou a fazer ioga h� cerca de cinco meses. Com a quarentena, as aulas passaram a ser on-line. Al�m das mudan�as no corpo – ele deixou de sentir dores nas costas, nos ombros e na lombar, enquanto ela conseguiu perder peso –, os dois sentiram uma grande mudan�a no bem-estar. “No fim da aula, o professor faz uma medita��o e podemos trazer um tema para debate, que ele explora pela filosofia da ioga”, conta Arley.
Para Luziane, a ioga � uma busca por autoconhecimento, que lhe deu equil�brio para procurar h�bitos alimentares mais saud�veis. Al�m disso, ela passou a dormir melhor. “Eu acordava cansada. Depois da ioga, passei a acordar mais disposta, com o astral diferente”, elogia.
Na ioga, tudo depende do objetivo de cada aluno. � poss�vel focar na sa�de mental, na defini��o da musculatura ou no ganho de massa corporal. “O que est� sempre presente s�o as diversas posi��es e a observa��o da respira��o, e � essa uma das coisas que faz melhor para a mente.“
RESPIRA��O A fisioterapeuta e professora de pilates Renata Teles explica que, no dia a dia, n�s estamos acostumados � ideia de que o tempo precisa render, que temos que ser produtivos, multitarefa, r�pidos e eficientes. “Isso provoca, naturalmente, uma respira��o mais r�pida. Quando se tem o senso de urg�ncia, a respira��o fica mais curta. O mesmo ocorre em situa��es de estresse e ansiedade. Isso est� associado � libera��o de horm�nios que causam mal-estar”, refor�a.
Por isso, � t�o importante observar a respira��o. Seja em uma aula de ioga, de pilates seja ao longo do dia de trabalho. “A respira��o lenta associada ao movimento envia para o c�rebro que � um momento de tranquilidade, que gera respostas cerebrais positivas, que ajudam no controle da ansiedade, no relaxamento muscular”, indica.
A produtora cultural J�lia Hornann, de 33, n�o era chegada em atividade f�sica e viu a m�e ter algumas contus�es na academia. Quando decidiu que come�aria a se exercitar, queria uma atividade que diminu�sse, ao m�ximo, os riscos de se machucar. “Eu vi isso impactar bastante na vida da minha m�e”, relembra.
Para ela, o pilates integra o universo interior e o exerc�cio f�sico. “Tem uma preocupa��o com a respira��o, � tudo ritmado. A gente obedece ao ritmo do corpo. Depois da aula, eu fico muito mais centrada, com a ansiedade mais controlada”, afirma. J�lia medita h� oito anos diariamente e compara o pilates a uma medita��o ativa. Para ela, manter a pr�tica durante a quarentena, mesmo on-line, foi essencial para o momento de adapta��o ao isolamento social imposto pela pandemia.