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Estado de Minas Reconstruir la�os afetivos

Dia das M�es pode restabelecer rela��es quebradas pela dist�ncia

Retomar o lugar da fam�lia como fonte de sa�de e bem-estar � fundamental


09/05/2021 06:00 - atualizado 12/05/2021 19:25

Neste contexto de pandemia, o Dia das M�es � cercado ainda mais de expectativas e do desejo de que todos fiquem bem, vacinados e em seguran�a. A COVID-19 imp�s o isolamento social, e os encontros e contato f�sico entre m�es e filhos precisaram ser adiados. Diante disso, as demonstra��es de amor e afeto foram  ressignificadas, seja por encontros virtuais ou em reuni�es familiares pelas redes sociais. Perto mesmo, s� os que fazem parte do n�cleo familiar e moram juntos na mesma casa.

Com a pandemia, hist�rias de depress�o e transtornos de ansiedade, assim como altera��o do padr�o de sono e no humor, s�o uma constante nos atendimentos do psic�logo Carlos Azevedo no projeto A Chave da Quest�o. "M�es impacientes, agressivas, culpadas, percebendo que n�o sabem muito da realidade dos seus filhos. Filhos entediados, trancados em casa, adolescentes e jovens que se arriscam em baladas e t�m medo de contaminar pessoas da fam�lia", observa.

Carlos Azevedo pontua o papel da fam�lia enquanto instrumento para o equil�brio psicol�gico, de boas trocas afetivas, de seguran�a f�sica e emocional. Com o isolamento, s�o contextos distintos: por um lado, pais mais jovens que conviviam com filhos crian�as e adolescentes, e depois os mais idosos que perderam o contato f�sico com os filhos e netos, o que se tornou uma grande lacuna. Para o psic�logo, a retomada deste contato pode reconstruir os la�os afetivos que pareciam estar quebrados pela dist�ncia.

Ele salienta que retomar o lugar da fam�lia como fonte de sa�de e bem-estar f�sico e emocional � necess�rio, e o restabelecimento desses la�os � a base para tanto. "Para os idosos, principalmente, retomar a conviv�ncia com filhos, netos e bisnetos faz com que se sintam novamente reintegrados ao conv�vio familiar. O que gera um sentimento de seguran�a, compartilhado por todos os membros da fam�lia."

ISOLAMENTO 

A psic�loga F�tima Marques, idealizadora e coordenadora t�cnica do A Chave da Quest�o, observa que, na pandemia, o isolamento n�o deu tempo para qualquer tipo de elabora��o ou processo psicol�gico elaborativo - simplesmente nada podia mais, n�o podia mais estar junto, um afastamento sem precedentes. "Um isolamento sem que nada interno - da rela��o, promovido pela rela��o, tivesse determinado, gerado ou sido desejado. Isso gerou sofrimento. Muito sofrimento", pontua.

Agora, conforme as coisas v�o clareando, especificamente com o caminho pela vacina��o, essa reconex�o traz em si, para F�tima, a possibilidade de reatar os relacionamentos cindidos, de implementar e recuperar as perdas incompreendidas. "Traz a possibilidade de ressignificarmos n�o a rela��o em si, mas a falta dela. De vivenciarmos, valorizando o que realmente existe na rela��o, reaver o 'peda�o' que subitamente pensamos que ficou do outro lado. A rela��o s� faz sentido nas intera��es pr�ximas", diz.


Para a psic�loga, das v�rias e in�meras coisas que podem ser ditas a respeito da rela��o entre m�es e filhos e da import�ncia da fam�lia � que essa � a �nica rela��o real. Em suas palavras, real em suas vicissitudes, real nos seus conflitos, real nas suas necessidades, no seu acolhimento, no seu espa�o. O espa�o do abra�o da m�e e da fam�lia imediata onde a vida real acontece, com suas dificuldades, medos, choros e tamb�m as coisas engra�adas, as conquistas e fracassos.

"� o �nico lugar onde as redes sociais n�o emplacam paralelismos: por mais que a foto esteja linda, a realidade se mant�m confessada no �mbito familiar, e � pra l� que aprendemos a voltar, sempre verdadeiros, sempre quem realmente somos. Esse 'o�sis do ser' � o que aprendemos nessa pandemia: que somos quem somos para nossas m�es, principalmente, que continuam nos adivinhando atr�s da postagem que diz dos nossos sonhos, mas n�o de n�s mesmos. Aprendemos que vamos e voltamos, mas continuamos filhos, irm�os, av�s, primos, pais, tios e m�es", diz a psic�loga.

Para F�tima, esse reencontro  entre m�es e filhos significa vit�ria. "Ainda n�o o v�rus, mas vencemos uma parte e uma condi��o da nossa pr�pria hist�ria: recuperamos a n�s mesmos, a partir da conviv�ncia com nossos medos e ideais. Limpamos nossas rela��es, vencemos os medos. Vencemos uma etapa. Significa que estamos vivos, que conseguimos."

PALAVRA DE ESPECIALISTA

Jaqueline Bifano, psiquiatra da inf�ncia e adolesc�ncia 
 
Liga��o emocional

A conex�o entre m�e e filho vem desde a gesta��o. Ao conversar com o beb� ainda na barriga, a m�e cria os primeiros registros de liga��o emocional. J� nos primeiros meses, a crian�a reconhece a voz e sente que pode contar com ela. Isso � refor�ado na amamenta��o. Al�m de alimento, o momento fornece aconchego e seguran�a ao beb�. Nos lembrando da profundidade desse la�o, fica mais f�cil entender porque o Dia das M�es � uma das datas comemorativas mais emblem�ticas dentro da din�mica familiar. Estamos celebrando diretamente o v�nculo entre a m�e e seus filhos. Culturalmente, � uma data em que m�es e filhos ficam juntos o dia inteiro, voltam sua aten��o uns para os outros, compartilham suas experi�ncias de uma forma que, geralmente, n�o � poss�vel no dia a dia. Por isso, poder retomar essa reuni�o familiar tem um significado profundo para ambos.


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