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Estado de Minas SER VOLUNT�RIO

Agulhas de Bel�: artesanato solid�rio

Grupo de artes�s mineiras crocheta e tricota mantas, casacos e toucas, a fim de doar e aquecer pessoas menos favorecidas


30/05/2021 04:00 - atualizado 27/05/2021 10:05

Uma manta, um casaco, uma touca. Mais que roupas, acessórios ou cobertores, mas gestos de amor doados a quem precisa
Uma manta, um casaco, uma touca. Mais que roupas, acess�rios ou cobertores, mas gestos de amor doados a quem precisa (foto: Agulhas de Bel�/Divulga��o)


Nas pontas das agulhas, a cada mover de m�os de uma artes�, um novo ponto ganha forma. Aos poucos, ent�o, aquele croch� se transforma em algo mais: uma manta, um casaco, uma touca. E ainda sim, mesmo depois de pronto, esse emaranhado de linhas se torna mais. Mais que roupa, acess�rio ou cobertor para se esconder do frio: um aconchego feito a m�o que � doado a outrem, de forma a aquec�-lo de amor.

� assim com o Agulhas de Bel�, grupo de artes�s mineiras que carregam com orgulho em seu nome o carinho pela cidade em que atuam e doam amor e, tamb�m, a refer�ncia ao seu maior bem: a agulha, instrumento de trabalho e companheira de desafios.

“Somos um grupo de artesanato solid�rio. Somos um coletivo, um grupo de volunt�rias. E, desde 2018, fazemos croch� e tric� com o objetivo de produzir mantas e pe�as de l� para aquecer pessoas menos favorecidas”, relata a professora �ngela Teixeira Santos, de 50 anos, uma das coordenadoras do grupo, que surgiu em uma roda de conversa no Parque Municipal da capital mineira.

Já foram entregues 180 mantas para pacientes de hemodiálise da Santa Casa de BH
J� foram entregues 180 mantas para pacientes de hemodi�lise da Santa Casa de BH (foto: Arquivo Pessoal)
Desde ent�o, solidariedade e amor t�m sido palavras de ordem no grupo. “Ao longo da nossa trajet�ria, j� ajudamos asilos, hospitais e abrigos infantis. Mais recentemente, estamos em processo de produ��o para a entrega de mais mantas para os pacientes da hemodi�lise da Santa Casa. J� realizamos a entrega de 180 mantas e agora estamos a todo vapor para doar mais 165. Por�m, precisamos de ajuda.”

No grupo, todos s�o volunt�rios, algumas somente doam os materiais e outras crochetam, enquanto ainda tem um grupo respons�vel pela entrega. “No entanto, n�o temos parceria fixa. � uma luta di�ria. Aos poucos, vamos juntando ‘daqui e dali’ e comprando l�s em promo��o. Mas, claro, toda ajuda � sempre bem-vinda e precisamos muito de doa��es de novelos de l�s acr�licas para n�o causar alergia.”

Independentemente das dificuldades, ajudar � um ato de amor, afirma a coordenadora do Agulhas de Bel�. Uma ajuda m�tua. “O que vai em cada manta, cada casaquinho, cada meia, cada cachecol � muito mais que agulhas e linhas. � o desejo de aquecer um cora��o e de mostrar que todos somos importantes. O sorriso no rosto de quem recebe aquece o cora��o de quem doa.”

� tamb�m uma forma de esquecer as preocupa��es, conforme a empres�ria Meire Luiza Fran�a, de 53. “Amo fazer parte desse grupo. A cada desafio proposto, fico com o cora��o a mil. Distraio e me sinto �til. H� mais de um ano estava procurando algo em que pudesse ajudar sem sair de casa e com que me identificasse. Achei o grupo por acaso no Instagram. E, hoje, me sinto feliz em poder ajudar. No fim das contas, quem me ajuda � o projeto. S�o momentos prazerosos.”

Para a professora Mara Rocha Hissa, de 50, tamb�m colaboradora do projeto, a ajuda ao pr�ximo � quase um sin�nimo de ajuda a si mesmo. “Cada pe�a produzida leva consigo um carinho imenso, o cuidado de quem, mesmo tendo diversas outras tarefas a serem feitas, dedica parte do seu tempo para ajudar algu�m que precisa. Para mim, poder distribuir carinho e cuidado, principalmente no momento dif�cil em que vivemos em raz�o da pandemia, � um privil�gio enorme. O amor que colocamos nas pe�as � retribu�do imensamente. N�o precisamos estar presentes, in loco, para que possamos sentir a alegria das pessoas que s�o presenteadas”, diz.

PANDEMIA

Se a presen�a in loco foi afetada pela pandemia de COVID-19, muitos outros momentos do grupo tamb�m foram. Por�m, nada que abalasse ou impusesse barreiras para que a ajuda chegasse at� os que mais precisam. Afinal, de acordo com �ngela Santos, a miss�o � “ajudar n�o s� neste momento, mas principalmente neste momento, no qual tudo parece fora de lugar, temos que nos afastar e sentimos mais falta de calor humano”.

A professora Ângela Teixeira Santos conta que o grupo surgiu em uma roda de conversa no Parque Municipal
A professora �ngela Teixeira Santos conta que o grupo surgiu em uma roda de conversa no Parque Municipal (foto: Arquivo pessoal)
Os principais impactos foram nos encontros mensais, que n�o puderam mais ocorrer. A troca de experi�ncia, o bate-papo e a alegria de estarem crochetando precisou se resumir apenas � tela do celular. Al�m disso, as entregas, antes feitas pessoalmente e com o aconchego em completude – lanches e conversas com aquele que recebia a ajuda –, agora, precisaram se assemelhar aos aplicativos de entrega de comidas e pedidos via internet, por exemplo: “Entregamos na porta do local”.

Por outro lado, �ngela Santos conta que mais pessoas t�m procurado a oportunidade de participar do projeto. “Realizamos desafios no projeto para confeccionar mantas, meias, casaquinhos e toucas, e tem sido um sucesso, pois temos tido participa��o das artes�s e estamos conseguindo concluir os desafios com sucesso e muito trabalho volunt�rio”, revela a artes� e dona de casa Dayse Menegati, de 49.

MAIS AMOR 

Segundo a participante do projeto e t�cnica em secretariado Luciana Setragni, de 45, elas sempre carregam em mente o lema que criaram: “Juntas em cada pontinho. Afinal, fazer o bem faz bem, e este projeto � sin�nimo de amor. Ajudar o pr�ximo participando desse projeto nos faz cada dia mais felizes ao sabermos que fazemos e constru�mos o bem. E de fato estamos sempre juntas, ensinamos uma � outra. H� quem j� chegou ao projeto sem saber crochetar e hoje nos ajuda a confeccionar lindas mantas.”

A administradora Soraia Maria Coelho Le�o, de 56, que faz parte do grupo desde o in�cio, se diz muito feliz em fazer parte desse “grupo de amor”. “Al�m de muito agrad�vel, funciona como uma terapia. Sinto um bem-estar muito grande, pois acredito que a maior benefici�ria sou eu”, relata.


COMO AJUDAR?


As doa��es podem ser de mat�ria-prima ou produ��es prontas*

  • Para fazer as mantas, gorros, meias e casacos, pode-se utilizar a t�cnica que quiser – croch�, tric� e tear. O importante � seguir as medidas sugeridas para as mantas: 1m x 1m
  • A manta pode ser� feita inteiri�a ou quadradinhos de 25cm x 25cm, que ser�o montados para a forma��o de uma manta
  • A doa��o de l�s acr�lica de TEX 500 tamb�m podem ser feitas. Ela � usada porque esquenta bem, n�o � al�rgica e � leve
  • Aten��o! As entregas podem ser feitas em alguns pontos de apoio do Projeto Agulhas de Bel�. Confira:
  • Boneca de Linha (Instagram: @bonecadelinha)
  • Silvia Assun��o (ateli� e armarinho) (Instagram: @bysylviassuncao)
  • Variete Comercial (Instagram: @varietecomercial)
  • Espa�o Bellis Fios (Instagram: @espacobellisfios)
  • Para saber mais, acesse o Instagram oficial do Agulhas de Bel�: agulhas_de_belo
*Fonte: Agulhas de Bel�

*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram


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