
Bruno, que j� � reconhecido pelos pacientes, compartilha na internet, por meio de v�deos curtos, informa��es sobre sa�de, al�m de relatar situa��es cotidianas no consult�rio e sua experi�ncia em um interc�mbio, em 2011, nos Estados Unidos (EUA).
Bruno concilia a medicina com o seu trabalho na internet
O m�dico, que nasceu em Belo Horizonte, explicou que sua carreira no meio digital iniciou de forma espont�nea, influenciada por uma amiga. “Sempre fui uma pessoa bem humorada e, no in�cio de 2020, quando o TikTok passou a fazer sucesso no Brasil, uma amiga falou que eu deveria gravar v�deos para postar na rede social. Inicialmente, fiquei receoso e n�o levei para frente, mas, com o tempo e a pandemia, eu perdi a vergonha e aderi � ideia”, contou.Bruno afirma que os primeiros v�deos que gravou foram dublagens, sem se comunicar diretamente com o p�blico. “Fiz uma filmagem de nove segundos com uma fala do ator Paulo Gustavo, em julho de 2020, e consegui mais de 6 mil visualiza��es. A princ�pio, n�o entendi muito bem, pois, at� aquele momento, n�o tinha feito nenhuma produ��o para a internet. Fui publicando outros v�deos e, quando assustei, estavam alcan�ando 250 mil pessoas”, disse.
Segundo o digital influencer, o seu perfil alavancou depois que passou a contar hist�rias sobre sua experi�ncia no interc�mbio, aos 15 anos. “Quando me mudei para os EUA, fui morar em uma fazenda, o que me rendeu muitas situa��es engra�adas. Comecei a falar sobre esses acontecimentos nos v�deos, que viralizaram em portais de com�dia do Instagram e do Tik Tok. Depois disso, meus seguidores cresceram de forma exponencial”, afirma.
O m�dico diz que tamb�m aproveitou para falar sobre outros assuntos, como o curso de medicina — pois, na �poca, estava em seu �ltimo ano da faculdade —, para passar algumas informa��es sobre sa�de, principalmente d�vidas ligadas � COVID-19, e tamb�m alguns tabus relacionados � sexualidade. Tudo isso, sem perder a leveza e o bom humor, j� que, para ele, era fundamental contar sobre a sua carreira de forma divertida e sincera, assim como era feito nas suas hist�rias sobre o interc�mbio.
O mineiro contou que atualmente busca conciliar as duas profiss�es, j� que a internet se tornou a sua segunda renda. Mesmo com as dificuldades em gravar v�deos di�rios, por conta de atendimentos e plant�es, ele aproveita os seus hor�rios de intervalo para poder se comunicar nas redes."O meu objetivo era desmistificar a imagem que as pessoas t�m em rela��o aos m�dicos, j� que existem alguns estere�tipos constru�dos em torno da profiss�o. Por isso, queria mostrar a realidade e que, assim como todo mundo, compartilhamos medos e inseguran�as".
Bruno Baroni
“Se antes, enquanto estudante, era dif�cil; agora, a situa��o � ainda mais complicada. No entanto, boa parte das minhas ideias e piadas surgem quando estou no hospital. Al�m disso, me inspiro em algumas situa��es inusitadas vividas no trabalho para poder contar mais tarde. Anoto no bloco de notas do celular e, assim que surge um intervalo, ou no hor�rio de lazer, fa�o as filmagens”, explica.
O digital influencer, que est� se especializando em dermatologia, afirmou que, para dar continuidade aos estudos, pensou em qual especialidade que, al�m de se interessar, renderia boas hist�rias para contar na internet.
“Antes considerei a radiologia, mas como sou uma pessoa comunicativa, preferi a dermatologia, j� que poderia ter contato diretamente com o paciente e ser uma �rea que eu gosto muito. Al�m disso, teria bons casos para contar nas minhas redes sociais”, disse.
M�dico j� � reconhecido pelos pacientes
O m�dico, que atende em uma rede particular, contou que j� � reconhecido no trabalho devido � internet, ocorrendo casos de pacientes que pedem aut�grafos e, at� mesmo, marcam consulta para conhec�-lo.“Um dia desses estava marcada no meu sistema uma consulta para uma crian�a. Inicialmente, n�o entendi muito bem, pois n�o presto atendimento no campo da pediatria. Depois, descobri que a m�e levou o filho, que estava aniversariando, somente para me conhecer. Foi uma loucura, tiramos fotos e conversamos um pouco. Nem acreditei no que estava acontecendo”, falou.
Al�m disso, o belo-horizontino disse que recebe diariamente muitas mensagens curiosas, onde os seus seguidores pedem receitas e atendimento m�dico. “Me mandam v�rias fotos com d�vidas sobre algum machucado ou algo que notaram de estranho. Como de forma alguma posso fazer isso, acabo rindo bastante da situa��o e pe�o para marcarem uma consulta com o m�dico de confian�a”, conta

Bruno tamb�m alertou sobre a responsabilidade de ser m�dico atuante nas redes sociais, e sobre os transtornos que podem ser provocados em casos de estudantes do curso de medicina veicular conte�dos que ainda n�o foram aprendidos na faculdade, a fim de viralizar nas redes sociais.
“Somos profissionais da sa�de, o mesmo compromisso �tico que firmamos nas universidades, precisa ser aplicado na nossa vida em totalidade”, afirmou.
Internet serviu como di�rio para o m�dico, que atuou na linha de frente contra a COVID-19
Bruno foi um dos profissionais de sa�de que esteve na linha de frente contra o novo coronav�rus. Ele explicou que essa foi uma fase delicada, tendo em vista que, assim que formou, no final de 2020, o n�mero de pessoas no pronto-atendimento e mortes aumentou de modo exponencial.“Ningu�m forma preparado, de fato, para uma pandemia. Ainda que no meu �ltimo per�odo, o ensino ofereceu enfoque para a COVID-19, n�o sab�amos a propor��o que isso tomaria, e, muito menos, que o nosso sistema de sa�de entraria em fal�ncia”, contou.
Segundo o influencer, a condi��o dos hospitais no pico da doen�a, no in�cio de 2021, foi alarmante, pois, mesmo que todos soubessem o que estava acontecendo, vivenciar a experi�ncia de perto era ainda mais assustador, n�o tendo muito o que fazer. “N�s lidamos com a falta de oxig�nio e leitos nos hospitais. Vi pacientes que ficaram por v�rios dias nas filas de atendimento, para conseguir uma vaga no hospital. Tudo isso em uma rede particular de sa�de”, conta
Para o m�dico, a internet conquistou um papel primordial, pois era a �nica forma de se distrair diante da situa��o. “Eu usei as minhas redes como um di�rio, compartilhava o que estava passando no pronto-atendimento com os meus seguidores e, em v�rios momentos, eu estava completamente desolado e triste”, relembrou."Se meus amigos e familiares, que tamb�m s�o formados em medicina, demoraram anos para presenciar uma morte, nos meus primeiros meses de trabalho, foram tr�s �bitos em uma semana"
Bruno Baroni
Ele explicou que, nestes momentos, recebeu muitas mensagens de apoio das pessoas que o acompanhavam, e tamb�m aproveitava as redes para combater a desinforma��o propagada em torno da COVID-19. De forma bem humorada, o belo-horizontino ensinava como usar corretamente a m�scara e a import�ncia de todos permanecerem em isolamento, evitando ambientes com aglomera��o, para que a incid�ncia do coronav�rus diminu�sse.
De acordo com Bruno, o quadro atual est� muito melhor e acredita que, gradualmente, retornaremos � 'nova realidade'. “O v�rus n�o vai deixar de existir, mas com o tempo, creio que se tornar� uma ‘influenza’, sendo necess�rio se vacinar anualmente, como � o caso da gripe”, explica.
Al�m disso, o mineiro ressaltou a import�ncia de tomar todas as doses do imunizante do coronav�rus, para n�o acontecer outra onda e o n�mero de mortes crescer. “� medida que a vacina��o avan�ava, a quantidade de pessoas no pronto-atendimento foi diminuindo proporcionalmente. Ainda que, no in�cio de 2022, tiveram um grande n�mero de casos, devido � variante �micron, n�o internei ningu�m”, contou.
"Como disse a meus seguidores, o n�mero de mortes n�o diminuiu pela variante oferecer menores riscos, mas sim pela imunidade de todos estarem melhor. Tanto que os pacientes n�o vacinados tiveram complica��es"
Bruno Baroni
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.