Os primeiros socorros podem ajudar a v�tima a se recuperar de forma mais r�pida e completa e, muitas vezes, significam a diferen�a entre a vida e a morte
Maria Aparecida Braga, m�dica emergencista e intensivista, alerta que as habilidades necess�rias devem ser treinadas, j� que o atendimento pode envolver situa��es menos cr�ticas, como enfermidades e les�es superficiais, mas tamb�m situa��es de risco iminente, como parada card�aca, derrame, infarto ou traumas graves (foto: Gl�ucia Rodrigues/Divulga��o)
Segundo ela, certamente a medicina de emerg�ncia � t�o antiga quanto a medicina, mas a disciplina medicina de emerg�ncia e o desenvolvimento de sistemas integrados de atendimento de emerg�ncia s�o fen�meno mais recente.
Maria Aparecida explica que a medicina de emerg�ncia inclui o atendimento pr� e intra-hospitalar de adultos e crian�as gravemente doentes e o trabalho em equipe, formada por profissionais titulados em emerg�ncia, que � o que garante a seguran�a assistencial..
Antes de prestar os primeiros socorros, � importante apresentar-se e perguntar � v�tima se voc� pode ajudar. Se a pessoa concordar, prossiga e preste o socorro. Se houver recusa � sua ajuda, telefone para o servi�o m�dico de emerg�ncia (192) e permane�a com ela at� que algu�m com treinamento mais avan�ado chegue e assuma o socorro. Se a v�tima estiver confusa ou n�o conseguir responder, presuma que ela aceita sua ajuda
Maria Aparecida Braga, m�dica emergencista e intensivista, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Emerg�ncia - Regional Minas Gerais (Abramede)
A Abramede, explica Maria Aparecida, tem trabalhado exaustivamente pela evolu��o da especialidade e valoriza��o dos emergencistas.
“A pandemia colocou holofotes e tivemos a oportunidade de sedimentar a import�ncia de uma equipe de emerg�ncia de alta performance na condu��o de pacientes gravemente enfermos. Quando observamos os resultados relacionados � mortalidade da COVID-19 no pa�s, com �ndices variando entre 20% e 80%, confirmamos ainda mais que temos sim muito trabalho pela frente.”
Antes de prestar os primeiros socorros, � importante apresentar-se e perguntar � v�tima se voc� pode ajudar. Se a pessoa concordar, prossiga e preste o socorro. Se houver recusa � sua ajuda, telefone para o servi�o m�dico de emerg�ncia (192) e permane�a com ela at� que algu�m com treinamento mais avan�ado chegue e assuma o socorro. Se a v�tima estiver confusa ou n�o conseguir responder, presuma que ela aceita sua ajuda
Maria Aparecida Braga, m�dica emergencista e intensivista, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Emerg�ncia - Regional Minas Gerais (Abramede)
Os primeiros socorros podem ajudar a v�tima a se recuperar de forma mais r�pida e completa e pode significar a diferen�a entre a vida e a morte.
As habilidades necess�rias devem ser treinadas, j� que o atendimento pode envolver situa��es menos cr�ticas, como enfermidades e les�es superficiais, mas tamb�m situa��es de risco iminente, como parada card�aca, derrame, infarto ou traumas graves. “Assim, precisamos saber o que fazer diante de situa��es de emerg�ncia e, principalmente, o que n�o fazer diante de determinadas situa��es. Isso salva vidas e reduz a gravidade das doen�as e les�es.”
Maria Aparecida destaca que, na capacita��o da comunidade, s�o ensinadas habilidades b�sicas para salvar vidas ou evitar outras les�es.
“Ensinamos os deveres dos socorristas, como manter a seguran�a da v�tima e do socorrista; como solicitar ajuda, em v�rias situa��es como emerg�ncias cardiovasculares, respirat�rias, convuls�o, infec��o, diabetes, hipoglicemia, les�es, hemorragias, traumas, fraturas, emerg�ncias ambientais, como mordidas e picadas por animais etc.”
Para ajudar, � preciso ter o aval e atitude, alerta a m�dica. Antes de prestar os primeiros socorros, � importante apresentar-se e perguntar � v�tima se voc� pode ajudar. Se a pessoa concordar, prossiga e preste o socorro.
Se houver recusa � sua ajuda, telefone para o servi�o m�dico de emerg�ncia (192) e permane�a com ela at� que algu�m com treinamento mais avan�ado chegue e assuma o socorro. “Se a v�tima estiver confusa ou n�o conseguir responder, presuma que ela aceita sua ajuda”.
SEGURAN�A DO LOCAL
Maria Aparecida Braga afirma que n�o devemos nunca nos colocar e, consequentemente, a v�tima em um perigo maior do que aquele j� estabelecido. � fundamental checar a seguran�a do local antes de prestar o socorro. Se o socorrista sofrer algum ferimento, ser�o duas v�timas em vez de uma.
Saiba seus limites. Por exemplo, se n�o souber nadar muito bem, tenha cuidado ao tentar salvar algu�m que est� se afogando. N�o se esque�a de lavar as m�os antes e ap�s o atendimento, claro que sempre que poss�vel, e n�o se esque�a de usar luvas, devido aos riscos de infec��o.
N�o caia nos mitos que existem durante o atendimento a uma v�tima com convuls�o, como colocar uma colher de pau na sua boca. Isso pode ferir a v�tima e bloquear sua respira��o. Em acidentes onde haja exposi��o el�trica por alta-tens�o, espere o socorro chegar, pois muitas vezes um socorrista leigo recebe um choque ao tocar de forma despreparada a v�tima. Aguarde a energia ser desligada para entrar na �rea e prestar o socorro.
Para Maria Aparecida, � importante manter um kit b�sico de primeiros socorros em casa, com itens necess�rios em caso de uma emerg�ncia.
Para a m�dica emergencista, o ideal seria ensinar os primeiros socorros na escola, come�ando com as crian�as: “Em pa�ses desenvolvidos, crian�as salvam vidas ao realizar RCP (massagem card�aca), enquanto na nossa cultura muitos adultos n�o t�m essa habilidade. � fundamental que a popula��o esteja aberta a esse aprendizado, pois s�o situa��es que acontecem nas nossas casas, como um engasgo de beb� que pode evoluir para uma parada cardiorrespirat�ria; ou uma senhora que cai na rua devido a uma hipoglicemia.”
Por fim, Maria Aparecida Braga enfatiza que, apesar de ser necess�rio agir adequadamente frente a uma emerg�ncia, grande parte das condi��es s�o pass�veis de preven��o. Nos beb�s, os acidentes s�o a principal causa de morte e essas acontecem dentro de casa. A maioria poderia ser evitada. Quedas, queimaduras, asfixias, afogamentos.
“A Associa��o Brasileira de Medicina de Emerg�ncia convida toda a comunidade para participar de nossos cursos e atividades, que s�o gratuitos. Temos tamb�m cursos customizados para atender a qualquer necessidade.”
Sargento Eust�quio, do Corpo de Bombeiros e professor da Faculdade Santa Casa, lembra que agir nos primeiros socorros em casa e na rua s�o situa��es que requerem comportamento t�cnico diferente do socorrista (foto: Arquivo Pessoal)
O 1º sargento Eust�quio, professor de primeiros socorros h� 10 anos, graduado em seguran�a p�blica e p�s-graduado em sa�de e seguran�a, professor na Faculdade Santa Casa, destaca que a import�ncia de todos saberem os primeiros socorros � exatamente a possibilidade de dar uma sobrevida ao necessitado. E tendo o conhecimento correto para agir far�, certamente, a diferen�a entre a vida e a morte.
O sargento Eust�quio explica que mesmo as pessoas que n�o s�o da �rea da sa�de podem fazer, e deveriam, o curso de primeiros socorros pensando na possibilidade de usarem esses conhecimentos at� para socorrer algu�m pr�ximo, um familiar, um colega de trabalho.
Com toda experi�ncia, sargento Eust�quio conta que � not�rio que o comportamento psicol�gico diante de um cen�rio ou condi��es inesperadas faz com que as pessoas tenham atitudes diversas. “O socorrista deve sempre manter a calma, verificar a sua seguran�a em primeiro lugar, prestar o socorro e acionar o Corpo de Bombeiros Militar ou o Samu para darem continuidade ao atendimento.”
Crian�as e idosos merecem um atendimento diferenciado no tocante � fragilidade de ambos. Por isso, o socorrista deve estar atento para n�o agravar um quadro preexistente.
O professor lembra que agir nos primeiros socorros em casa e na rua s�o situa��es que requerem comportamento t�cnico diferente do socorrista. “Em casa, o n�vel de adrenalina, ‘estresse’ se torna, �s vezes, mais complicado, haja visto que pode ser um familiar necessitando do socorro. Ent�o, o socorrista ter� que ter sangue-frio, mantendo a calma e liberando suas emo��es depois de completo todo o socorro. J� na rua, ele s� poder� agir se estiver realmente seguro.
Kit primeiros socorros (foto: Peggy und Marco Lachmann-Anke /Pixabay )
COMO AGIR?*
� fundamental saber o que fazer diante de uma pessoa em situa��o de risco para minimizar danos e salvar vidas
Adulto gravemente asfixiado, ou seja, sem conseguir respirar ou se tossir sem som: devemos agir de forma r�pida, chamando por ajuda e administrando compress�es acima do umbigo (manobra de Heimlich). A manobra para socorrer beb�s � diferente e deve ser treinada.
V�tima sofrendo um ataque card�aco: os primeiros minutos s�o os mais importantes. A v�tima pode apresentar sinais de desconforto tor�cico, falta de ar, dor no est�mago, pesco�o e bra�os, n�usea. Importante fazer com que a pessoa se acalme e repouse enquanto o socorrista liga para o Samu e pede o kit de primeiros socorros. Pergunte � pessoa se ela � al�rgica a aspirina e veja se apresenta sinais de hemorragia, caso negativo, forne�a a ela uma aspirina. Esteja sempre ao lado da v�tima e, caso ela necessite de massagem card�aca, fa�a as compress�es tor�cicas.
Casos de hipoglicemia: se a pessoa estiver consciente e puder se sentar e engolir, d� a ela uma lata de refrigerante normal ou balas com a��car. Fa�a com que ela se sente ou se deite tranquilamente e chame o Samu.
Derrame (AVE/AVC): a v�tima pode apresentar subitamente sinais de fraqueza ou entorpecimento da face, bra�o ou perna, especialmente em um dos lados do corpo, confus�o, dificuldade de fala, dificuldade visual, perda de equil�brio, dor de cabe�a intensa sem causa conhecida. O socorrista deve certificar-se que o local � seguro e ligar para o Samu. Deve tamb�m anotar a hora que os sinais apareceram pela primeira vez e ficar ao lado da v�tima caso ela necessite de massagem card�aca.
Hemorragias vis�veis: o socorrista deve certificar-se que o local � seguro, pegar o kit de primeiros socorros, cal�ar as luvas e colocar uma compressa sobre a hemorragia, comprimindo-a. Se a hemorragia n�o parar, acrescente compressas por cima da primeira e comprima com mais for�a, mantendo a press�o sobre a ferida at� ela parar de sangrar. Caso necessite, enrole uma atadura com firmeza sobre as compressas. A pessoa lesionada deve ser examinada por um profissional de sa�de.
Convuls�o: certifique-se que o local � seguro, proteja a v�tima retirando de perto dela m�veis e objetos e colocando uma pequena almofada ou toalha debaixo de sua cabe�a. Deve tamb�m ligar para o Samu e permanecer ao seu lado at� que a convuls�o passe e a ajuda chegue. Se a v�tima estiver vomitando ou tiver l�quidos na boca (e o socorrista acredite que n�o h� risco de traumatismo craniano ou les�o na coluna), vire-a de lado.
* Fonte: Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Emerg�ncia – Regional Minas Gerais, Maria Aparecida Braga
A��O NA PR�TICA E GRATUITA
A m�dica emergencista e intensivista, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Emerg�ncia – Regional Minas Gerais, Maria Aparecida Braga, conta que, frequentemente, capacita��es gratuitas s�o promovidas para a comunidade, principalmente professores, cuidadores, enfim, todos os interessados.
Ela convida a comunidade para a��o que ocorrer� dia 24 de abril, domingo, das 8h �s 12h, em frente � Associa��o M�dica de Minas Gerais. (AMMG), “quando falaremos, tamb�m com demonstra��es pr�ticas, sobre preven��o e tratamento de acidentes por animais pe�onhentos (cobras, escorpi�o, aranhas, etc).”