Uma preocupa��o de especialistas em sa�de p�blica com a libera��o da maconha para fins medicinais � se isso pode estimular um aumento no consumo entre adolescentes. Por�m, segundo nova pesquisa publicada no American Journal of Drug and Alcohol Abuse, n�o foi o que aconteceu nos Estados Unidos, onde 33 estados j� permitem a venda da droga com essa finalidade. O estudo, do Boston College, foi feito com mais de 800 mil estudantes de ensino m�dio, que responderam anonimante �s quest�es.
Na realidade, ocorreu o oposto. Nos estados que aprovaram leis de maconha medicinal (MML, sigla em ingl�s), o n�mero de fumantes de c�nabis adolescentes � 1,1% menor que h� 16 anos. Por outro lado, n�o houve redu��o nos locais que continuam proibindo a venda da droga. “Quando analisamos subgrupos espec�ficos de adolescentes, essa redu��o se torna ainda mais pronunciada. Por exemplo, agora, 3,9% menos negros e 2,7% menos jovens hisp�nicos usam maconha em estados com MML”, conta Rebekah Levine Coley, pesquisadora que liderou o estudo.
Realizada ao longo de 16 anos, a pesquisa comparou as mudan�as no uso de maconha entre adolescentes em estados que adotaram o MML e naqueles que n�o o fizeram, permitindo identificar mais precisamente os efeitos da legisla��o. Curiosamente, descobriu-se que quanto mais tempo as leis estavam em vigor, maior a redu��o no consumo de c�nabis entre os jovens. “N�o conseguimos determinar por que isso ocorre, mas outros estudos sugeriram que, ap�s a promulga��o das leis sobre a maconha medicinal, a percep��o dos jovens sobre o dano potencial do uso da maconha aumentou. Alternativamente, outra teoria � que, � medida que as leis sobre a maconha se tornam mais brandas, os pais podem aumentar a supervis�o dos filhos ou mudar a maneira como falam sobre o uso de drogas”, diz Coley.
Recreativa
A pesquisadora ressalta que o estudo descobriu que, diferentemente do que ocorreu em rela��o �s leis de maconha medicinal, a descriminaliza��o da maconha recreativa n�o teve nenhum efeito percept�vel no uso de c�nabis pelos adolescentes, exceto por um pequeno decl�nio no consumo entre os jovens de 14 anos e pessoas de origem hisp�nica, al�m de um aumento no uso entre adolescentes brancos. “Nenhuma das pol�ticas teve qualquer efeito sobre usu�rios frequentes ou pesados da droga, sugerindo que essas pessoas n�o s�o facilmente influenciadas pelas leis estaduais”, destaca. (PO)
Aval da Anvisa
No Brasil, � poss�vel comprar e consumir para fins medicinais rem�dios feitos � base da c�nabis, utilizados principalmente por pacientes convulsivos e algumas doen�as neurodegenerativas, como Alzheimer. Desde janeiro de 2015, quando a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) liberou o uso m�dico-hospitalar de canabidiol, mais de 80 mil unidades de produtos � base da planta foram importados.
