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Conquista do Espa�o

Retorno � Lua, coloniza��o espacial, busca por vida nas luas de J�piter e miss�o para Marte: conhe�a os principais planos tra�ados para os pr�ximos anos


05/06/2023 04:00
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H� exatos 62 anos, o cosmonauta russo Iuri Gagarin entrou para a hist�ria ao se tornar o primeiro homem a ir para o espa�o. Comparado a outros destinos do Sistema Solar, ele nem foi t�o longe assim. Por pouco mais de 100 minutos, deu uma volta completa na �rbita da Terra, a uma altitude de 315km. Aquele voo, por�m, abriu as portas do Universo � humanidade. Depois dele, o homem pisaria na Lua e mandaria naves n�o tripuladas a lugares t�o distantes quanto a fronteira da heliosfera — feito da Voyager 1, da Nasa, que chegou a 19 bilh�es de quil�metros de dist�ncia do Sol em 2013.

Com a �ltima viagem tripulada � Lua, em 1972, o interesse por aventuras siderais pareceu perder o f�lego. Apenas para ressurgir, mais forte, na �ltima d�cada, quando n�o s� a iniciativa privada se lan�ou ao espa�o, como foram anunciados, com cronograma, planos de colocar o homem de volta ao ambiente extraterrestre.

Embora o programa de explora��o de Marte seja o mais ousado, por levar seres humanos ao planeta vermelho, miss�es n�o tripuladas tamb�m desafiam os limites do que j� se vasculhou no Universo. Recentemente, todos os olhares voltaram-se � Juice, a empreitada da Ag�ncia Espacial Europeia a J�piter e suas misteriosas luas. A sonda tem como objetivo investigar se h� condi��es de abrigar vida nos sat�lites do planeta.

A Lua, j� visitada seis vezes por humanos, nem por isso foi esquecida na nova corrida espacial. Ao contr�rio, o sat�lite ser� o trampolim para Marte e, nos planos da Nasa, ser� o laborat�rio para o homem se acostumar com a vida fora da Terra. Veja, abaixo, as principais miss�es da nova era de conquista do espa�o.

Lua
Concep��o art�stica da miss�o Artemis: "Voltar � Lua para aprender a trabalhar e sobreviver no espa�o" (foto: Nasa/Divulga��o)

De volta � Lua

Artemis, na mitologia grega, � a deusa da Lua. Na d�cada de 1960, quando os norte-americanos lan�aram-se ao sat�lite natural da Terra, preferiram nomear a miss�o com o deus do Sol, Apolo. Mas para a nova empreitada, a Ag�ncia Espacial Norte-Americana (Nasa) encontrou um nome mais adequado.

Em termos de descobertas cient�ficas, a miss�o Artemis tem pouco a fazer. A primeira parte, executada com sucesso em novembro do ano passado, testou os instrumentos de lan�amento. Em 2024, uma tripula��o sobrevoar� a Lua — sem, contudo, pousar — e retornar� � Terra abrindo caminho para a fase mais ousada e aguardada do projeto: quando o homem voltar� a pisar o solo lunar.

Uma vez no sat�lite, por�m, o foco n�o ser�, como anteriormente, coletar material. Embora isso esteja previsto, a ambi��o, agora, � outra. "Vamos voltar � Lua para aprender a trabalhar e sobreviver no espa�o", disse o administrador da Nasa, Bill Nelson, durante uma coletiva de imprensa. "Como voc� mant�m os humanos vivos nessas condi��es hostis?", exemplificou.

"Artemis II � uma miss�o pioneira, definida para orbitar a Lua sem pousar. Ela abrir� caminho para expedi��es subsequentes, incluindo o primeiro retorno � superf�cie lunar desde a d�cada de 1970: a Artemis III , prevista para 2025", esclarece Kevin Fong, pesquisador no Departamento de Ci�ncia, Tecnologia, Engenharia e Pol�ticas P�blicas da University College London, em Londres.

Segundo Fong, o que se seguir� ser� "uma explora��o abrangente da superf�cie lunar por tripula��es de astronautas, incluindo uma pesquisa do gelo de �gua que, aparentemente, est� presente em suas regi�es polares. A inten��o � fazer mais do que entrar e sair, deixando bandeiras e pegadas".

Coloniza��o

O gelo de �gua lunar � um recurso muito importante para a perman�ncia do homem no espa�o, como quer a Nasa, com seus projetos de coloniza��o lunar e marciana. O material poderia, por exemplo, fornecer �gua pot�vel e — ao separar o hidrog�nio e o oxig�nio contidos nas mol�culas de �gua —, os ingredientes qu�micos para o propelente de foguetes.

Fong destaca que, al�m do progresso cient�fico, Artemis II � especial pelo pioneirismo. "Victor Glover ser� o primeiro astronauta n�o branco, (o canadense) Jeremy Hansen, o primeiro n�o americano, e Christina Koch, a primeira astronauta mulher a sair da �rbita baixa da Terra e viajar para a Lua."

Júpiter
Impress�o art�stica da sonda Juice explorando Ganimede, maior lua do Sistema Solar: J�piter ao fundo (foto: Esa/Divulga��o)

Vida em J�piter?

Embora n�o inclua humanos na jornada, a miss�o que levar� a sonda Juice (acr�nimo de Jupiter ICy moons Explorer, ou Explorador das Luas Geladas de J�piter) �s luas de J�piter pretende responder a uma das quest�es que mais ati�am a curiosidade humana: existe, no espa�o, condi��es prop�cias para abrigar a vida da forma como se conhece na Terra?

Munida de 10 instrumentos que funcionam como verdadeiros laborat�rios cient�ficos, a nave investigar� a atmosfera dos sat�lites gelados, onde a resposta a essa pergunta pode estar escondida. "As luas geladas s�o os �nicos corpos planet�rios, al�m da Terra, onde a �gua l�quida � est�vel em escalas de tempo geol�gicas, o que � crucial para o surgimento e o desenvolvimento da vida", esclarece Baptiste Journaux, professor de ci�ncias da terra e do espa�o na Universidade de Washington.

"Elas s�o, na minha opini�o, o melhor lugar em nosso Sistema Solar para descobrir vida extraterrestre. Por isso, precisamos estudar seus oceanos e interiores ex�ticos para entender melhor como eles se formaram, evolu�ram e como podem reter �gua l�quida em regi�es frias, estando t�o longe do Sol", continua o especialista.

Uma vez conclu�da com sucesso, a miss�o tamb�m ajudar� a entender o chamado sistema solar miniaturizado em J�piter, explicou a chefe da interface de lan�amento da sonda na Ag�ncia Espacial Europeia (Esa), Manuela Baroni. "Voc� pode considerar J�piter como um gigante gasoso com esses sat�lites girando em torno dele. Ent�o, pode consider�-lo um minissistema solar. E, ao estud�-lo, podemos encontrar diferen�as e semelhan�as com o nosso, compreend�-lo melhor e entender como ele foi formado e como funciona", disse, em uma coletiva de imprensa.

Manobras complexas

A miss�o est� programada para durar oito anos e percorrer 740 milh�es de quil�metros. Durante o percurso, Juice ter� que realizar complexas manobras de assist�ncia gravitacional, que consistem em utilizar a for�a de atra��o dos outros planetas como uma catapulta que a leve ao destino final.

Mas antes de a sonda chegar para explorar as luas geladas de J�piter, — Ganimedes, Calisto e Europa —, esta �ltima ser� visitada pela Europa Clipper, lan�ada pela Nasa em 2014 e programada para alcan�ar o destino em 2030. O objetivo da sonda norte-americana tamb�m � buscar assinaturas de vida nos sat�lites do gigante gasoso.

Trabalho da equipe da Nasa
Equipe da Nasa desenvolve tecnologias para permitir a presen�a humana em Marte, na pr�xima d�cada (foto: ASA/Langley Research Center/Divulga��o)

Enfim, Marte

De todas as miss�es da nova era espacial, sem d�vidas, a mais ousada e esperada � a da Nasa que levar� uma tripula��o ao planeta vermelho. Marte tem sido explorada por diversas sondas, incluindo a Perseverance (Nasa), a Tianwen-1 (China) e a Hope (Emirados �rabes). Essas se juntam a jornadas passadas, inauguradas em 1976 por Viking 1, da ag�ncia norte-americana, a primeira a mostrar ao mundo a imagem da superf�cie marciana.

Contudo, a Nasa pretende enviar humanos para o planeta, e as miss�es Artemis, na Lua da Terra, s�o consideradas um preparo para isso. A inten��o da ag�ncia � que, entre o fim da d�cada de 2030 e o in�cio de 2040, os dois primeiros terr�queos a aceitar o desafio cheguem a Marte para uma temporada de 30 dias. Se tudo der certo, ser� o primeiro passo para a futura explora��o do planeta.

Por enquanto, parece um objetivo distante. Com a tecnologia dispon�vel, levaria ao menos seis meses para humanos chegarem a Marte. Nesse per�odo, estariam expostos, por longos per�odos, � radia��o do espa�o profundo e � microgravidade, com efeitos devastadores no organismo. Essas seriam apenas algumas das dificuldades. Al�m disso, a gravidade parcial marciana �, aproximadamente, um ter�o da terrestre.

"Para ficar"

Os obst�culos para levar e manter uma tripula��o em Marte levantam a quest�o: por que fazer isso e n�o apenas deixar que as sondas investiguem o planeta vermelho? A primeira explica��o � f�cil: sendo vizinho da Terra, seria o alvo mais pr�ximo para a explora��o por humanos. Em nota, a ag�ncia americana afirma que, "ao desenvolver novas tecnologias ao longo do caminho e criar os sistemas necess�rios para manter uma presen�a humana permanente no espa�o profundo, a humanidade ser� pioneira no espa�o, avan�ando pelo Sistema Solar, para ficar".

Segundo Darrell M. West, do Centro de Inova��es Tecnol�gicas do think tank norte-americano The Brookings Institution, h� raz�es de sobra para se visitar o planeta. "Ir a Marte requer inventividade semelhante (� da ida � Lua). Os cientistas tiveram que descobrir como procurar vida em rochas antigas, perfurar amostras de rochas, fazer v�deos de alta resolu��o, desenvolver m�quinas voadoras em um local com gravidade 40% menor do que na Terra, enviar informa��es detalhadas de volta ao planeta e decolar de um ambiente extraterrestre", enumera. "No futuro, devemos esperar grandes retornos em desenvolvimentos comerciais da explora��o de Marte e avan�os que tragam novas conveni�ncias e inven��es para as pessoas."



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