
“Se n�o existisse a m�sica, qual seria a arte que a substituiria?” Essa quest�o mobiliza o sambista Dudu Pinheiro, que lan�a seu disco de estreia, nesta quarta-feira (5), com show na Sala Juvenal Dias. O t�tulo do �lbum, O samba que mora em mim, serve bem de resposta � inquieta��o do artista.
Nascido e criado em Belo Horizonte, ele sempre teve contato com ritmos, melodias e harmonias. Pequeno, ouvia todos os tipos de m�sica, mas ficou fascinado pelos instrumentos de percuss�o que distinguia nitidamente em Alvorada, cl�ssico de Cartola. Percebeu, ent�o, que n�o teria dificuldades para se tornar percussionista.
S� na adolesc�ncia Dudu ganhou o primeiro instrumento, um pandeiro. “L� em casa, tinha um viol�o da minha m�e, ela tinha aprendido algumas coisinhas nele. Mas eu nem olhava. Al�m de respeito, morria de medo de encostar naquele viol�o”, brinca dele.
Formado em publicidade, o m�sico trabalhou em algumas ag�ncias, mas nunca deixou de se apresentar e compor. “Chegou a hora em que precisei decidir. Escolhi a m�sica, mas o curso de comunica��o foi muito importante para meu processo art�stico. Consigo perceber que n�o basta compor, h� todo um entorno a�. Preciso saber o que fazer para as minhas m�sicas chegarem aos outros”, afirma. Ele se formou em comunica��o social pela PUC Minas e em m�sica pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Dudu Pinheiro tem 30 anos. Participou de alguns projetos com o grupo de samba Chap�u Panam� e, depois disso, decidiu lan�ar o primeiro �lbum solo, com cinco faixas autorais.
Com arranjos leves e bem desenvolvidos, al�m de letras ricas em met�foras, O samba que mora em mim traz, al�m de quest�es pessoais de Dudu, den�ncias de crimes e injusti�as que ocorrem no pa�s. Karaj�, a segunda faixa, � uma delas. O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, ocorrido em mar�o deste ano, surge de maneira sutil na homenagem aos �ndios caraj�s.
Roda, que abre o �lbum, revela como as rodas de samba ajudam Dudu Pinheiro a transcender a realidade de preconceitos e injusti�as que presencia.
“A gente tem que reverberar as nossas ideias, propor coisas novas. Esse trabalho vem da necessidade crescente de apresentar minhas ideias sobre a m�sica e sobre a vida”, aponta.
No show, Dudu Pinheiro dividir� o palco com Abel Borges e Daniel Guedes (percuss�o), Augusto Cordeiro (viol�o), Cast�rio Edu (baixo) e Marcelo Pereira (sax e flauta).
* Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria
O SAMBA QUE MORA EM MIM
Show de Dudu Pinheiro. Sala Juvenal Dias do Pal�cio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Nesta quarta-feira (5), �s 20h. R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).