“A cada dia basta a sua prova��o”, diz a B�blia muito bem, e poucos ignoram essa sabedoria. S� que existem dois tipos de prova��o: a que � mais ou menos prevista e a que cai em nossa cabe�a como uma paulada, sem aviso, nem previs�o. E foi isso que ocorreu comigo no in�cio desta semana e acredito que possa ser uma prova��o que muita gente tem que enfrentar. H� uns tr�s meses, consegui, com a ajuda da diretoria de Rela��es Institucionais da Cemig, passar o registro da empresa para meu nome – com d�bito banc�rio. S� que, com minha falta de experi�ncia, n�o sabia e ningu�m me avisou que devia comunicar a modifica��o ao banco. E dois meses se passaram sem que os pagamentos fossem feitos. Como meu gasto n�o � pequeno – chega quase a R$ 1 mil – fui surpreendida por uma prova��o nova: a luz da minha casa foi cortada, sem apelo.
Sorte � que tenho colegas que, sabendo da minha depend�ncia para esses assuntos, assumiram a corre��o do dano. Como a retirada da segunda via das contas n�o pagas n�o aparecia no computador, foi preciso que um samaritano fosse � Cemig busc�-las. Voltou logo, paguei, avisei ao pessoal da Rela��es Institucionais, que logo prometeram ajuda. E o resultado desse esquecimento e dessa com�dia de erros � que fiquei quase 24 horas sem luz. Com os freezers entupidos de compras para a ceia natalina, o estresse foi total. Contornei o problema com velas e lanternas, mas � claro que n�o d� para fazer muita coisa. Meu caf� da manh�, que � religiosamente acompanhado pela leitura deste jornal, ficou bem dif�cil. E a noite sem TV foi outro problema s�rio. Fiquei avaliando se o melhor � falta de �gua ou falta de luz.
Confesso que me transformei, nos �ltimos anos, numa “vidente” obcecada pela TV. S� n�o aguento mais a repeti��o de filmes e s�ries, algumas j� sei antecipadamente o que vai ocorrer. Meu fracasso profissional tornou-se evidente. Desde a repeti��o sem fim dos programas sobre a Lava-Jato, n�o tenho a menor atra��o por jornais, porque minha sa�de n�o aguenta mais saber de tanta roubalheira sem solu��o. Vez por outra anunciam que o governo est� recuperando um pouco do dinheiro que “viajou” para o exterior, mas ningu�m sabe onde � que vai parar – nem sequer de onde veio.
Nunca tinha visto qualquer programa do nosso presidente eleito Bolsonaro, at� que, por simples curiosidade de um ato que nunca vi, resolvi assistir � sua diploma��o em Bras�lia. De cara, defini uma implic�ncia que n�o vai permitir que eu assista a qualquer programa em que ele for aparecer. Tudo por causa das duas encarregadas de transformar suas palavras em leitura de libra. As mo�as devem ser craques, de outra forma n�o estariam nesse tipo de atua��o, em t�o alto escal�o. S� que, junto com as m�os, elas refor�am a gesticula��o com trejeitos do rosto, uma verdadeira chatice. N�o sei se para fazer aquele gestual, que considero um feito raro, � preciso ajudar com a boca. Se �, Deus que me livre dessa nova prova��o.