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O 'gigante' Umberto Eco


postado em 17/12/2018 05:03

(foto: Loic Venance/AFP -30/9/09)
(foto: Loic Venance/AFP -30/9/09)

 

“Estamos entrando em uma nova era”
Umberto Eco, escritor, em 2001

Foi a partir de um aforismo do genial matem�tico Isaac Newton (“Se vi mais longe, � por estar nos ombros de gigantes”) que outro artista n�o menos not�vel, o escritor e semi�logo italiano Umberto Eco (1932-2016), criou uma bela cena para seu romance O nome da rosa em que ressalta o dom do artista de vislumbrar o futuro. Pois � justamente Nos ombros dos gigantes o t�tulo de um volume lan�ado pela editora Record, que re�ne palestras proferidas pelo autor no festival La Milanesiana, em Mil�o, entre 2001 e 2015.

S�o textos em que Eco, como poucos, sabia unir erudi��o e clareza para tratar de temas aparentemente banais como beleza, feiura, invis�vel e segredo. Complementando o que chama de a ess�ncia de Umberto Eco, a Record lan�a tamb�m O fascismo eterno, que traz a �ntegra de uma palestra proferida nos anos 1990, nos EUA. E, para fechar uma trinca respeit�vel, a editora oferece uma edi��o de colecionador de seu principal best-seller, O nome da rosa, com tradu��o revista por Ivone Benedetti – esse volume ter� venda exclusiva pelo site da Amazon.

O festival La Milanesiana foi criado em 2000 pela escritora e cineasta italiana Elisabetta Sgarbi com a inten��o de discutir literatura, m�sica, cinema, ci�ncia, arte, filosofia e teatro. Em pouco tempo, as palestras de Eco se tornaram a atra��o do evento, mobilizando pequenas multid�es. Logo no texto que abre a antologia, Eco tra�a uma linha cronol�gica dos grandes pensadores que influenciaram uns aos outros – rela��o semelhante � de pais e filhos: conflitantes e, ao mesmo tempo, estimulantes.

“Estamos entrando em uma nova era”, escreve ele, em 2001, “na qual, com o ocaso das ideologias, o desvanecimento das divis�es tradicionais entre direita e esquerda, progressistas e conservadores, atenua-se definitivamente qualquer conflito geracional”. E questiona: “Mas seria biologicamente recomend�vel que a revolta dos filhos representasse apenas uma adequa��o superficial aos modelos de revolta oferecidos pelos pais, e que os pais devorassem os filhos presenteando-os simplesmente com espa�os de marginaliza��o multifacetada?”.

SLIDES Em seus col�quios, Eco costumava apresentar slides com reprodu��es de obras de arte que exemplificavam seus conceitos. O livro traz, portanto, entre os 12 textos, quase 150 imagens de quadros, esculturas e outros grandes momentos da cria��o art�stica ao longo de cinco s�culos. O trabalho iconogr�fico � especialmente interessante no �ltimo cap�tulo que trata sobre o sagrado. � quando Eco se deleita (e tamb�m o leitor) ao apresentar uma vasta iconografia sacra com cria��es de Caravaggio, Tintoretto, Giorgione, Lorenzo Lotto e Carlo Maratta.

A pr�pria capa do livro traz como imagem o retrato que William Blake pintou de um Isaac Newton jovem – musculoso, portanto –, uma surpresa diante do habitual senhor, com ar de pensador, com que o p�blico se acostumou a identificar o f�sico e matem�tico. A ilustra��o refere-se � palestra dedicada ao tema “Absoluto e relativo”, especialmente na passagem em que Eco confronta a vis�o do mundo dos holistas.

Eco � h�bil em sua argumenta��o, pela qual transmite defini��es que, se parecem definitivas, servem na verdade para abrir debates. Em seu entendimento, por exemplo, a beleza e a feiura devem ser entendidas segundo o momento hist�rico e os c�nones est�ticos dominantes. Eco reflete tamb�m sobre como o ato de se montar uma lista com prefer�ncias muda com o decorrer dos s�culos, o que acaba expressando o seu pr�prio tempo.

NEOCONSERVADOR Em sua �ltima participa��o no festival, em 2015, o intelectual italiano se apoia no pensamento do fil�sofo austr�aco Karl Popper e do historiador americano Daniel Pipes (figura midi�tica do neoconservadorismo nos EUA) para investigar a fixa��o da humanidade por teorias conspirat�rias.

“De fato, se estou convencido de que a hist�ria do mundo � dirigida por sociedades secretas que est�o prestes a instaurar uma nova ordem mundial, o que posso fazer? S� me render e me angustiar. Portanto, as teorias da conspira��o direcionam a imagina��o p�blica para perigos inexistentes, distraindo-a das amea�as aut�nticas”, alerta.

Por outro lado, O fascismo eterno traz a confer�ncia pronunciada em um simp�sio organizado pela Columbia University, em 1995, para celebrar a liberta��o da Europa na 2ª Guerra Mundial.

“� importante lembrar que o texto foi pensado para um p�blico de estudantes americanos e que a confer�ncia ocorreu naqueles dias em que a Am�rica havia sido sacudida pelo atentado de Oklahoma e pela descoberta do fato (nem um pouco secreto, ali�s) de que existiam organiza��es militares de extrema direita nos EUA”, escreve Eco, no pr�logo. (Estad�o Conte�do)

NOS OMBROS DOS GIGANTES

. De Umberto Eco
. Record
. 444 p�ginas
. R$ 199,90

O FASCISMO ETERNO
. De Umberto Eco
. Record
. 64 p�ginas
. R$ 29,90


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