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Jos� Ibarra, o talentoso ca�ulinha do Clube da Esquina

Cantor carioca, de 22 anos, participa da nova turn� de Milton Nascimento. Integrante da banda D�nica, ele faz v�rios duetos com Bituca e interpreta sozinho San Vicente. %u2018� a m�sica mais linda de todas%u2019, afirma


postado em 07/04/2019 05:10

Vocalista da banda Dônica, José Ibarra (E) conheceu a obra de Milton por meio do pai (foto: João Couto/Divulgação %u2013 17/3/19)
Vocalista da banda D�nica, Jos� Ibarra (E) conheceu a obra de Milton por meio do pai (foto: Jo�o Couto/Divulga��o %u2013 17/3/19)


Quem teve a oportunidade de conferir os primeiros shows da nova turn� de Milton Nascimento, que celebra os antol�gicos discos Clube da esquina 1 (de 1972) e 2 (de 1978) – o cantor j� passou por Juiz de Fora, Belo Horizonte e Jaguari�na (SP) –, deve ter reparado num jovem bem magro que no palco fica � direita de Bituca. Seu nome � Jos� Ibarra. Esse carioca de apenas 22 anos, filho de m�e chilena e pai carioca de origem baiana, � o vocalista, tecladista e um dos compositores de uma das bandas que � sensa��o da m�sica popular brasileira dos �ltimos anos, a D�nica, que conta tamb�m com Lucas Nunes (guitarra), Miguel Guimar�es (baixo) e Tom Veloso (composi��es e viol�o), filho de Caetano e Paula Lavigne.

O movimento Clube da Esquina � um dos principais pilares do agora quarteto – no ano passado, o baterista Andr� Almeida, o Deco, saiu para se dedicar a outros projetos. N�o � � toa que o pr�prio Milton � o padrinho do grupo. O mais curioso � que o cantor e compositor de Tr�s Pontas n�o foi uma das primeiras influ�ncias de Ibarra. “Meus pais sempre gostaram de m�sica e colocavam para eu ouvir quando eu ainda era bem crian�a. Do lado do meu pai que toca viol�o, eu conheci os grandes nomes da MPB, como Chico, Gil e Caetano. J� por parte da minha m�e, eu ouvia o melhor da m�sica estrangeira”, recorda.



O primeiro contato com a obra do autor de Morro velho e Can��o do sal (ambas de 1967), de 76 anos, s� ocorreu quando Ibarra tinha 14. O pai havia se mudado para S�o Paulo e ele foi visit�-lo em 2011. Chegando em casa, colocou no computador uma can��o que impactou o filho para sempre: Cais, parceria de Bituca com Ronaldo Bastos, que est� no disco Clube da esquina 1. “Eu ainda estava deslumbrado com a cidade, conhecendo Sampa, toda aquela aura nova, e a� ouvi aquela m�sica. Pensei: ‘Nossa, como esconderam isso de mim at� hoje?’. Foi t�o forte que � como se eu j� conhecesse aquilo, fizesse parte de mim, das minhas ra�zes h� anos”, ressalta.

A partir de ent�o, o m�sico se debru�ou sobre a obra de Milton e dos demais integrantes do Clube. Logo depois, a D�nica j� come�ava a tomar corpo. “� uma m�sica que virou refer�ncia para mim e para todo mundo do grupo, sobretudo o Tom. A gente foi meio que descobrindo junto toda aquela riqueza musical do Clube da Esquina. Para voc� ter ideia, a gente ouvia todo dia e conseguia at� dan�ar ao som daquelas composi��es, de tanto que nos empolg�vamos”, diverte-se.

N�o � � toa que a sonoridade dos artistas mineiros est� presente no trabalho de estreia da D�nica, Continuidade dos parques, como na faixa Bicho burro, que tem uma pegada a la Nuvem cigana (L� Borges e Ronaldo Bastos). “N�o que seja uma homenagem, mas a melodia, o ritmo, acabaram seguindo essa m�sica. Foi meio por osmose”, explica. Bituca ainda faz uma participa��o no �lbum em Pintor.



MULTI-INSTRUMENTISTA


Pianista de forma��o – apesar de o primeiro instrumento ter sido no campo da percuss�o –, Jos� Ibarra n�o se enxergava como cantor. Virou o vocalista da D�nica meio que por acaso. “Confesso que n�o gostava de cantar. Meu tes�o sempre foi atrav�s do instrumento, de fazer e tocar arranjos e ver a m�sica funcionando no palco. Aquela coisa da arquitetura, da constru��o musical, � que sempre me deu prazer. O Tom tamb�m n�o cantava, mas a circunst�ncias nos levaram para os microfones”, conta. Da� a surpresa do jovem m�sico de ser a primeira op��o da equipe de Milton Nascimento para fazer parte da turn� que deve durar dois anos. Jos� Ibarra conta que Augusto Nascimento, filho e empres�rio de Bituca, pensava numa voz masculina para acompanhar o cantor, “meio que fazendo a fun��o do L� Borges’’. Surpreendeu-se com o convite. ‘‘Nunca fui um cantor muito vers�til, mas de um ano pra c�, tudo mudou. N�o s� porque hoje eu amo cantar, mas porque passei a tocar tamb�m viol�o. � uma mudan�a dr�stica. Eu n�o poderia estar mais realizado e honrado”, celebra.

Do �udio despretensioso ao ‘presente’


Nas apresenta��es da turn�  Clube da esquina, al�m de fazer dueto com Milton em boa parte das can��es, Ibarra canta sozinho tr�s m�sicas: Estrelas e Trem de doido, dos irm�os L� e M�rcio Borges, e a cereja do bolo, San Vicente (Milton e Fernando Brant). “O mais curioso � que uns tr�s meses antes de esse convite pintar, tinha mandado um �udio despretensiosamente ao Augusto interpretando San Vicente, que, pra mim, � a m�sica mais linda de todas. � uma can��o que me toca profundamente. Quando ele me deu essa m�sica para cantar sozinho, era como se fosse um presente”, revela.

Assim que foi confirmado no projeto, o artista passou a estudar compulsivamente a obra do Clube e, apesar de sentir o peso da responsabilidade, tem conseguido encarar o desafio como grande prazer. Ibarra cita como inspira��o um filme a que assistiu recentemente, Free solo. Ganhador do Oscar deste ano de melhor document�rio, o longa traz Alex Honnold, considerado o escalador solo mais bem-sucedido do mundo, que se prepara mental e fisicamente para sua aventura mais ousada: escalar El Capit�n, o pared�o de 975 metros em Yosemite, na Calif�rnia, sem cordas ou equipamentos de prote��o. “Ele passou tr�s anos treinando com corda para poder um dia subir sem ela. Mesmo tendo treinado tanto, na primeira vez que subiu, ele teve medo e disse: eu quero fazer isso tendo prazer. Ali foi a sacada e isso mudou minha cabe�a. O meu medo de estar nesse projeto com o Milton foi convertido em impulso em estudar. � um peso, mas um peso bom”, assegura.

O m�sico ressalta o aprendizado que tem tido e que ainda vai ter ao longo desse per�odo com aquele que considera seu maior �dolo ao lado de Caetano Veloso. “Com a D�nica, � uma coisa de fam�lia. Estou ali com os meus melhores amigos fazendo o que a gente quiser, com muita liberdade. Com o Milton � diferente: � um trabalho que exige demais, mas mesmo assim n�o poderia estar melhor. Esses dois anos pela frente s� me animam. Mas uma coisa � certa: O Z� Ibarra que est� na D�nica � bem diferente do Z� Ibarra que est� com o Milton Nascimento”, garante.

AUTORAL


Mesmo com a agenda intensa da turn� miltoniana, Jos� Ibarra consegue encontrar tempo livre para se dedicar ao segundo �lbum autoral da D�nica, que deve chegar ao mercado ainda em 2019. No ano passado, o grupo lan�ou o single Itamonte, que faz parte deste novo projeto fonogr�fico “� um disco totalmente experimental; Tem ainda muita influ�ncia do Clube da Esquina, da MPB, e � mais louco que o primeiro”, avisa.

A pr�xima parada da turn� Clube da esquina � no s�bado (13), em Bras�lia. Jos� Ibarra afirma que est� muito feliz com a repercuss�o das apresenta��es e de seu trabalho e diz que a maior recompensa � saber que as pessoas aprovaram sua participa��o nessa empreitada. “Quando acaba o show, saio daquele palco querendo abra�ar meus amigos, minha fam�lia. � muita energia boa canalizada. N�o consigo explicar por que tudo isso est� acontecendo comigo. � muita gratid�o por tudo e por todos”, destaca.



“Quando acaba o show, saio daquele palco querendo abra�ar meus amigos, minha fam�lia. � muita energia boa canalizada”

“Fiquei muito surpreso de eles terem pensado em mim. Nunca fui um cantor muito vers�til, mas de um ano pra c�, tudo mudou. N�o s� porque hoje eu amo cantar, mas porque passei a tocar tamb�m viol�o. � uma mudan�a dr�stica”

“Eu ainda estava deslumbrado com a cidade, conhecendo Sampa, toda aquela aura nova e a� ouvi aquela m�sica (Cais). Pensei, ‘nossa, como esconderam isso de mim at� hoje?’”


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