
Segundo o oftalmologista Le�ncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de S�o Paulo, o exame deve ser feito logo ap�s o parto para checar a presen�a de catarata, glaucoma, retinoblastoma (tumor no olho) ou retinopatia da prematuridade em beb�s prematuros. “Todas essas doen�as s�o cong�nitas, ou seja, manifestam-se desde o nascimento e respondem por 70% dos casos de perda da vis�o na inf�ncia” afirma.
Por isso, o teste do olhinho � uma importante ferramenta de preven��o da cegueira infantil. O exame consiste em direcionar para a menina do olho do beb� um oftalmosc�pio, equipamento semelhante � lanterna com lente refletora. Quando o reflexo � vermelho e cont�nuo, indica que todas as estruturas oculares est�o �ntegras. “Se o reflexo for esbranqui�ado ou descont�nuo, sinaliza que a crian�a deve ser encaminhada a um oftalmologista para que possa receber o tratamento correto”, ressalta.
Queiroz Neto afirma que o teste do olhinho tem baixo custo, mas diversos projetos de lei com a proposta de estender a obrigatoriedade do exame a todo o territ�rio nacional v�m encontrando dificuldade de aprova��o no Congresso Nacional. A boa not�cia � que, no caso de fam�lias sem plano de sa�de ou que moram em estados onde o exame n�o � obrigat�rio, os pais podem fotografar do olho do rec�m-nascido com o celular e encaminhar a um especialista do servi�o oftalmol�gico mais pr�ximo credenciado ao SUS. Enquanto a m�e segura a cabe�a do beb� e abre as p�lpebras de um olho, depois do outro, a foto pode ser tirada com flash em um quarto escurecido, posicionando-se o celular a 30 cent�metros do olho. Se o reflexo da foto n�o for avermelhado ou apresentar algum desvio, a crian�a deve ser levada o quanto antes para consulta oftalmol�gica.
O oftalmologista afirma que a maior causa de perda da vis�o na inf�ncia � a catarata, opacifica��o do cristalino que precisa ser operada nos primeiros meses de vida, principalmente quando atinge os dois olhos simultaneamente. Algumas crian�as s� s�o diagnosticadas mais tarde e, por isso, v�o passar a vida toda sem enxergar. Queiroz Neto explica que nem sempre a catarata cong�nita afeta os dois olhos. Est� geralmente relacionada a doen�as infecciosas, como toxoplasmose, rub�ola ou outras contra�das pela m�e na gesta��o. O importante � nunca desistir de cuidar da vis�o.
A primeira consulta na inf�ncia deve ser feita aos 3 anos, quando os pais n�o usam �culos, e aos 2, quando usam. O glaucoma na inf�ncia tem as mesmas caracter�sticas da doen�a entre adultos – aumento da press�o interna do olho e les�es no nervo �ptico. A maior diferen�a � a necessidade de operar praticamente todos os casos na inf�ncia. As causas podem ser hereditariedade ou infec��es durante a gravidez.
A retinopatia da prematuridade est� em ascens�o na inf�ncia por causa das gesta��es precoces entre adolescentes. Atinge 30% dos beb�s prematuros, � caracterizada pelo crescimento de vasos na retina que podem provocar seu deslocamento, � mais prevalente entre os nascidos com menos 1.500 gramas ou antes da 32ª semana de gesta��o. O tratamento � feito com aplica��o de laser de arg�nio ou diodo que coagula os vasos sob anistia local.
As principais recomenda��es de Queiroz Neto durante a gesta��o para evitar as doen�as cong�nitas no beb� s�o: lavar bem verduras, frutas e legumes, manter as m�os limpas, conferir a carteira de vacinas, especialmente se tomou a segunda dose da vacina de rub�ola antes de engravidar, e evitar as aglomera��es.
