(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Discos raros de Tim Maia chegam �s plataformas de streaming

Carmelo Maia, filho do compositor, anuncia o lan�amento dos tr�s volumes de 'Racional' e do �lbum com hits cantados em espanhol


postado em 13/04/2019 05:05

Fase espiritualista de Tim Maia rendeu álbuns que se tornaram preciosidades cobiçadas por colecionadores(foto: Ivan Klingen/divulgação)
Fase espiritualista de Tim Maia rendeu �lbuns que se tornaram preciosidades cobi�adas por colecionadores (foto: Ivan Klingen/divulga��o)
Tim Maia j� havia aspirado todos os p�s e entornado todos os l�quidos naquele ano de 1975, quando se sentou com o amigo Tib�rio Gaspar em um fim de semana. Depois de mandar mescalina para dentro, passou a folhear o livro indicado pelo amigo, cheio de conceitos sobre os quais jamais ouvira falar. Universo em desencanto, mundo racional, racional superior, cultura racional, energia racional. A hist�ria � assim: todos os viventes da Terra vieram de outro planeta. A Terra � nosso ex�lio, nos sujando e nos magnetizando, submetendo-nos a todo tipo de sofrimento. A sa�da? Ler o livro Universo em desencanto e seguir os ensinamentos de Manoel Jacintho Coelho at� atingirmos o est�gio da imuniza��o racional e sermos resgatados por seres extraterrenos que nos levar�o de volta ao mundo original. Quando fechou o livro, Tim j� era outro homem.

A convers�o de Tim Maia (1942-1998) � cultura racional rendeu tr�s �lbuns, execrados na �poca pela cr�tica, mas considerados hoje c�lices sagrados por colecionadores e f�s da soul music brasileira. Embriagado pelos mandamentos do livro, o cantor parou com o �lcool, com a coca�na e com a carne vermelha. Ele e seus m�sicos deveriam usar branco, praticar sexo apenas para a procria��o, pintar os instrumentos musicais de amarelo e, como cl�usula inegoci�vel, ler o livro. Quem n�o gostasse perigava tomar um tapa no p� do ouvido e ser demitido da banda. “N�o sei se acredit�vamos ou n�o, mas faz�amos o que ele queria. A gente estava tocando com o cara”, lembra Serginho Trombone, um dos m�sicos da tropa racional.

FUNK O devoto Tim entregou ao Universo Racional o que tinha de melhor. M�sicas que haviam sido terminadas em 1974 – sobre a base mais influenciada pelo soul e o funk norte-americano de toda a sua biografia – tiveram as letras modificadas, adaptadas ao discurso das eleva��es espirituais. O primeiro �lbum saiu em 1975 e o segundo em 1976. O terceiro projeto, Racional 3, gravado tamb�m em 1976, s� seria lan�ado 35 anos depois. No momento em que o registrava, Tim passou por uma esp�cie de “desimuniza��o”. N�o se sabe ao certo o que viu, mas boa coisa n�o foi. Ao chegar em casa, comeu um fil� mal passado, acendeu um baseado, rasgou as roupas brancas e se dirigiu � janela, nu, para gritar palavras nada elegantes ao ex-mestre: pilantra, ladr�o e tarado.

Os discos foram imediatamente amaldi�oados. “Aquelas letras se tornaram um atestado de ot�rio para Tim”, diz Nelson Motta, bi�grafo do amigo. Proibidos pelo autor e com prensagens descontinuadas, os �lbuns se tornaram pe�as arqueol�gicas. “O vinil dos dois primeiros custa, no m�nimo, R$ 1 mil cada. O terceiro pode ter um valor menor”, diz o jornalista Ramiro Zwetsch, dono da loja paulistana Patu� Discos.

E, ent�o, eis que surge o universo encantado do streaming. Esses �lbuns, como muitos outros discos de Tim, n�o estavam dispon�veis nas grandes plataformas de m�sica. Depois da negocia��o conduzida por Carmelo Maia, filho e �nico representante legal do artista, as can��es passaram a fazer parte dos cat�logos. Racional 1, 2 e 3 estariam completos se n�o fosse por um detalhe: tr�s faixas ficaram de fora, por falta de entendimento legal com as respectivas editoras. S�o elas O caminho do bem (talvez a maior falta) e Cultura racional (ambas do volume 2), al�m de Lendo o livro (do volume 3).

Quase ao mesmo tempo, um Tim Maia ainda desconhecido vir� � tona ainda neste semestre, com grava��es em espanhol que ele nunca lan�ou. Carmelo explica: “Meu pai, depois de ficar desiludido no Brasil, foi para os Estados Unidos e ficou por l� cinco anos, recebendo influ�ncias de latinos e norte-americanos. Gravou uma s�rie de discos entre 1994 e 1998, ano de sua morte, cuja produ��o n�o era nada comum. Em dois anos, fez cinco CDs. Um deles, que nunca lan�ou, traz Primavera, Azul da cor do mar e Cristina em espanhol.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)