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Estado de Minas

Ratton leva Murilo Rubi�o �s telas de cinema

Atores do Galp�o dominam a cena no filme O lodo, rodado em Belo Horizonte. Estado de Minas revela os bastidores das grava��es


21/04/2019 05:07

Eduardo Moreira e Renato Parara em set na Cidade Jardim: atores mergulhados no universo do realismo mágico(foto: FOTOS: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)
Eduardo Moreira e Renato Parara em set na Cidade Jardim: atores mergulhados no universo do realismo m�gico (foto: FOTOS: ED�SIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

O nome do filme n�o poderia ser mais atual – O lodo –, que, � primeira vista, pode remeter a v�rias trag�dias: as socioambientais em Minas, como Brumadinho e Mariana, aos esc�ndalos de corrup��o no pa�s, ao clima de �dio, principalmente nas redes sociais, ou ao massacre da verdade e da esperan�a. Mas o t�tulo vai al�m dessa m�rbida coincid�ncia, avisa o cineasta Helv�cio Ratton, diretor do longa rodado em Belo Horizonte e baseado no livro hom�nimo do mineiro Murilo Rubi�o (1916-1991), escrito em meados do s�culo passado. O lan�amento do “terror psicol�gico” est� previsto para 2020.

“Rubi�o era um mestre do absurdo. Tem semelhan�as com Kafka (Franz Kafka, 1916-1991), autor de A metamorfose, uma hist�ria muito maior do que um homem transformado em inseto.” No caso de O lodo, portanto, h� profundezas sombrias da alma humana � procura da luz do sol e isso vira cinema, no conflito entre os personagens Manfredo, funcion�rio de uma companhia de seguros, e o m�dico dr. Pink.

“Trata-se de uma hist�ria universal e atemporal”, assinala Ratton. O lodo vai mostrar a busca de Manfredo para a cura da depress�o e o encontro com o m�dico que insiste em conhecer o seu passado. “Mas h� algo que Manfredo n�o deseja revelar e, assim, abandona o tratamento. O dr. Pink passa, ent�o, a persegui-lo, e a vida do funcion�rio da companhia de seguros se torna um inferno.”

Na �ltima ter�a-feira, o diretor e sua equipe abriram ao Estado de Minas o set das filmagens, que v�o durar cinco semanas. “J� se passaram duas e meia, agora vem o mesmo tanto e termina”, ele revela, calmamente, antes de dirigir, no consult�rio com div�, muitos livros e objetos de arte, os atores Eduardo Moreira (Manfredo), protagonista, e Renato Parara (dr. Pink). A loca��o escolhida � bem cinematogr�fica: a Casa MAC, misto de centro cultural e espa�o de eventos, no Bairro Cidade Jardim, na Regi�o Centro-Sul da capital. Na fachada, nos degraus da escadaria de entrada e para onde se olhe h� versos e estrofes inteiras num convite de boas-vindas.

“Belo Horizonte � uma cidade com uma luz impressionante, �tima para filmar. Teremos mais duas loca��es e muitas cenas nas ruas da capital”, projeta o diretor, na varanda do im�vel, lembrando que se trata de seu nono longa, neste dividindo o roteiro com L. G. Bay�o. Desta vez, h� uma particularidade que o motiva ainda mais.

TRUPE MINEIRA Todo o elenco � mineiro, e tamb�m a maior parte da equipe. Do Grupo Galp�o, s�o seis atores: Eduardo Moreira, In�s Peixoto,, Paulo Andr�, Fernanda Vianna, Teuda Bara e Ant�nio Edson. “E temos Renato Parara, int�rprete do dr. Pink, M�rio C�sar Camargo (chefe) e Cl�udio M�rcio (o menino)”. Completam o time  Rodolfo Vaz, Samira �vila (secret�ria), Maria Clara Strambi (jovem Epsila), Adyr Assun��o (farmac�utico) e Tha�s Mazzoni (Ana).

A dire��o de fotografia est� a cargo de Lauro Escorel. “Estou encantado com o elenco e com a entrega do Eduardo, a constru��o do personagem”, ressalta Ratton.

Ele d� uma pausa na entrevista para, em poucos segundos, voltar ao cen�rio para dirigir Samira �vila e Eduardo Moreira. Confessa que, quando est� filmando, fica completamente alheio ao mundo real. “Estou h� dois anos trabalhando nesse roteiro, estudando Rubi�o, enfim, mergulhado. Na fic��o, posso me recolher desse mundo em que vivemos e que submerge no lodo”, diz o cineasta.

O longa-metragem tem recursos captados via edital do governo de Minas, Ancine e Lei Estadual de Incentivo � Cultura. A produ��o � assinada pela Quimera Filmes, e a distribui��o ser� da Cineart.

“� uma experi�ncia �nica, forte”

S�o 11h e a equipe est� gravando desde as 7h, na ter�a-feira cinzenta e chuvosa. Sil�ncio completo no set para o ensaio. Sentada � sua mesa, com um penteado meio retr�, a secret�ria fala ao telefone com Manfredo para grava��o do �udio. Repete a fala uma, duas, tr�s vezes. “N�o � senhor Pink, � doutor Pink”, acentua o diretor. Samira se desculpa, corrige e logo em seguida todos est�o prontos para filmar. Antes, um detalhe importante: o maquiador confere o monitor, v� que a atriz est� transpirando e corre com um len�o na m�o para secar o rosto. Rodando!

Terminada a cena, � hora de gravar o som ambiente. Sil�ncio sepulcral. Momento para o rep�rter temer que at� um ru�do da caneta no bloquinho de anota��es interfira na sonoplastia. Quase 13h, e a produ��o ainda est� compenetrada diante dos monitores, pontuando suas observa��es e comentando o trabalho da manh�.

Pouco antes almo�o, Eduardo Moreira explica que se trata de seu primeiro protagonista no cinema, embora tenha participado de cerca de 20 filmes. “� uma experi�ncia �nica, forte e interessante, com grandes desafios. Exigiu muita leitura com todos os atores”, diz Eduardo. No filme, ele contracena com a mulher, In�s Peixoto, no papel de sua irm�. “N�o posso falar mais, sen�o vira spoiler”, brinca. Para o int�rprete de Manfredo, o lodo do t�tulo do filme pode representar, nesses tempos atuais, “�dio, persegui��o, dela��o e outros males disseminados, em especial, nas redes sociais”. Satisfeito com a “equipe coesa e a conson�ncia forte” no set, Eduardo revela que anda at� esquecido de “que dia �”.

OBJETIVIDADE Renato Parara elogia o ritmo da filmagens. “Ratton � objetivo e r�pido. Criativo pra caramba. E � um privil�gio trabalhar com os atores do Galp�o, com o Escorel, e com esse texto que fala de absurdo e traz a hist�ria para hoje.” Depois da conversa, os dois atores e o diretor v�o para o consult�rio do dr. Pink. Ao fim, o rep�rter provoca Parara em tom de brincadeira. “Oi, doutor, posso deitar a� um pouquinho e contar meus problemas?” Eduardo ri e n�o perdoa: “Vai n�o... O pre�o da consulta desse doutor � muito alto”.

Para terminar a loca��o na Casa MAC, ouve-se a voz do diretor, que tem em seu curr�culo, entre outros filmes, Batismo de sangue, Menino maluquinho, Pequenas hist�rias, O segredo dos diamantes. “Encerramos aqui de forma muito linda!”. Agora, contagem regressiva para a conclus�o das filmagens.



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