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Estado de Minas

Livro do maestro Marcos Arakaki conta a hist�ria da m�sica cl�ssica

Com 11 metros de comprimento e p�ginas coladas a m�o, edi��o oferece did�tica linha do tempo. Compositores brasileiros ganham destaque na obra, bancada pelo pr�prio regente


postado em 11/06/2019 04:08

Marcos Arakaki e seu livro-objeto. A edição tem 11 metros e páginas coladas a mão(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
Marcos Arakaki e seu livro-objeto. A edi��o tem 11 metros e p�ginas coladas a m�o (foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
Se o ambiente for amplo, ele se torna um livro-objeto. Caso seja totalmente aberto, atinge 11 metros de comprimento. � um projeto e tanto, que consumiu boa parte das horas vagas de Marcos Arakaki nos dois �ltimos anos. Maestro associado da Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais, Arakaki, de 44 anos, realiza um sonho com a publica��o do livro A hist�ria da m�sica cl�ssica atrav�s da linha do tempo.

“Quando fui fazer mestrado nos Estados Unidos, em 2003, percebi como minha forma��o era herm�tica. Estudamos os per�odos (art�sticos) separadamente. S� que Barroco, Cl�ssico e Rom�ntico est�o de alguma maneira interligados, pois um � quase antagonista do outro. Imaginei que um livro poderia apresentar, de forma linear, esse desenvolvimento. Tamb�m adoro cronologias, constru��es. Ent�o, pensei: se juntasse m�sica a isso, poderia caminhar por pontos marcantes”, comenta Arakaki.

Foi um trabalho de ourivesaria. O maestro construiu enorme linha do tempo com informa��es e ilustra��es sobre cada per�odo, da Antiguidade at� os dias atuais. O per�odo cl�ssico (1750-1800), por exemplo, ganhou quatro p�ginas. Na parte de cima s�o destacados os autores mais importantes da �poca. Na de baixo, os acontecimentos hist�ricos relacionados a ela.

“Em 1759, Voltaire escreveu C�ndido, obra-chave no Iluminismo, estilo liter�rio que influenciaria a Revolu��o Francesa, em 1789. Na mesma �poca, temos Mozart e Haydn, que rompeu com o Barroco (per�odo anterior ao Cl�ssico). E tamb�m nasce Beethoven, que chegou a dedicar uma sinfonia (a Nº 3) a Napole�o Bonaparte e depois, quando ele se proclamou imperador, retirou a dedicat�ria. A Revolu��o Francesa influenciaria diversas democracias europeias”, explica Arakaki, explicando as liga��es que o livro apresenta.

Tudo est� ali de forma did�tica e resumida, um convite para que o leitor descubra uma ou v�rias partes da hist�ria. No verso, cada per�odo � destacado com imagens, textos mais amplos e gloss�rio de termos musicais. H� tamb�m dicas sobre filmes e m�sicas (essas v�m ao lado de alto-falantes com os respectivos links para o YouTube). O volume � artesanal. Para que linha do tempo t�o grande se tornasse vi�vel – “n�o h� m�quina para um livro de 11 metros” –, as p�ginas foram coladas a m�o.

MINAS Quando o conte�do atinge o s�culo 18, Arakaki passa a dedicar um bom espa�o tanto � hist�ria do Brasil quanto � m�sica produzida no pa�s. Descobrimos, nessa pesquisa, nomes de mineiros importantes do per�odo colonial, como os compositores Manuel Dias de Oliveira, que atuou em Tiradentes, e In�cio Parreiras Neves, que iniciou sua trajet�ria em Ouro Preto. Na rela��o com a hist�ria mundial, acompanhamos Brahms e Carlos Gomes, ambos nascidos na d�cada de 1830. Enquanto o alem�o compunha sinfonias no Velho Mundo, por aqui o paulista se destacava no Romantismo.

“Esse � o livro que gostaria de ter lido quando estudante. Toda hist�ria tem v�rios pontos de vista, pois depende de quem conta. Com o livro, n�o quero esgotar o assunto. Minha inten��o � nortear uma pesquisa, como uma espinha dorsal da hist�ria”, acrescenta Arakaki.

SEM LEI A hist�ria da m�sica cl�ssica atrav�s da linha do tempo � edi��o independente. O livro foi produzido com recursos pr�prios do maestro, “sem patroc�nio, sem lei de incentivo, sem editora por tr�s”. Al�m do volume, com tiragem inicial de 1 mil exemplares, Arakaki criou exposi��o e palestra, que podem ser apresentadas em diferentes formatos.

O projeto ganhou for�a porque o autor atua em concertos did�ticos desde a �poca em que era regente-assistente da Orquestra Sinf�nica Brasileira (forma��o que ele integrou antes de chegar � Filarm�nica, em 2011). “H� boa bibliografia em portugu�s, tenho acesso a ela porque reuni o material durante a minha vida. Mas (para o leigo) � dif�cil esse acesso, muita coisa est� com tiragem esgotada”, comenta. Para sua pesquisa, Arakaki encontrou amplo material na Academia Brasileira de M�sica (ABM), no Rio de Janeiro.

O in�cio do projeto – “que estava me tirando o sono, pois o livro ficava na minha cabe�a” – foi solit�rio. Envolvia apenas o maestro e a mulher, Analine Arakaki. � medida que o conte�do foi sendo desenvolvido, outras pessoas colaboraram com a empreitada. A designer Renata Gibson brigou muito com ele por causa da quantidade de informa��es. Os professores Eli-Eri Moura e Wilson Guerreiro Pinheiro, da Universidade Federal da Para�ba, assumiram a revis�o. Decano dos maestros, Isaac Karabtchevsky colaborou com entrevistas para a edi��o. J� Edino Krieger, atual presidente da ABM, foi como um padrinho do projeto.

“Acabei aprendendo muita coisa com esse livro”, diz Arakaki, que, ao come�ar o projeto, pretendia “esvaziar a cabe�a e realizar um sonho”.


• TALENTOS DO BRASIL

Al�m de destacar a obra de not�veis como Carlos Gomes e Ernesto Nazareth, o livro chama a aten��o para autores menos conhecidos


» Caetano de Melo de Jesus (1700-1765)
Padre, compositor, maestro e te�rico musical, possivelmente baiano, autor do importante tratado de m�sica Escola de canto de �rg�o (1752)


» Francisco Gomes da Rocha (1745-1808)
Mineiro, fagotista e timbaleiro do Regimento dos Drag�es d’El Rei, onde foi colega de Tiradentes


» Jos� Maur�cio Nunes Garcia (1767-1830)
Padre, professor, maestro e compositor carioca descendente de escravos. Calcula-se que tenha composto mais de 400 obras – 240 foram catalogadas


» Francisco Manuel da Silva (1795-1865)
Compositor, maestro e instrumentista carioca, foi o autor da melodia do Hino Nacional Brasileiro (1831)


» Jos� Maria Xavier (1819-1887)
Padre mineiro, compositor de m�sica sacra, foi muito admirado por dom Pedro II, que considerou sua obra a melhor da produ��o de Minas


» Elias �lvares Lobo (1834-1901)
Professor, maestro e compositor paulista, criou Noite de S�o Jo�o. Com libreto de Jos� de Alencar, essa �pera foi a primeira escrita em portugu�s e estreada no Brasil




A HIST�RIA DA M�SICA CL�SSICA ATRAV�S DA LINHA DO TEMPO
•  De Marcos Arakaki
•  R$ 139
•  � venda em www.lojaclassicos.com.br e [email protected]


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