
Com milh�es de celulares equipados com c�meras por todos os lados e incont�veis possibilidades de compartilhamento e utiliza��o das imagens, a rela��o com a fotografia e suas possibilidades vem sofrendo uma acelerada revolu��o ao longo dos �ltimos anos. Por�m, em meio a esse fluxo voraz, ainda h� espa�o para o olhar mais sens�vel, como o da artista pl�stica mineira Ros�ngela Renn�. No fim de semana, ela voltou � sua terra natal para encontro com integrantes do Programa Bolsa Pampulha e tamb�m com o p�blico em geral, no Museu de Arte da Pampulha, onde novas possibilidades relacionadas � arte da fotografia foram discutidas.
“N�o tenho resposta nenhuma. Simplesmente tento, atrav�s das minhas pr�ticas art�sticas, me organizar para conseguir interagir e compreender o mundo com essas imagens.” Renn� � categ�rica ao expor a complexidade do assunto sobre o qual falou em palestra aberta ao p�blico ontem. Reconhecida por uma obra que explora fotografias e imagens descartadas, seja de autores an�nimos ou recolhidas em arquivos, para criar narrativas conceituais, desde pelo menos duas d�cadas antes do boom digital, ela entende o cen�rio atual com m�ltiplas possibilidades para o exerc�cio art�stico.
“Tenho esse princ�pio de economia no meu trabalho h� muito tempo. Nasci anal�gica, talvez quem nasceu digital lide de outra forma. Mas tento me manter fiel a ele e isso significa tentar me mover com aquilo que j� est� mais ou menos exposto. Isso que me serve para entender as coisas e cada um tem um jeito de lidar com a quest�o”, argumenta Ros�ngela. Residindo atualmente no Rio de Janeiro, a belo-horizontina j� teve obras expostas em pavilh�es importantes da arte nacional, como o Masp e a Bienal de S�o Paulo, ao longo dos �ltimos 30 anos.
Na palestra de ontem, cujo tema foi “Do arquivo � circula��o das imagens e de volta para o arquivo”, ela falou de pelo menos dois de seus trabalhos: a exposi��o Foto Cine Clube Bandeirante: Do arquivo � rede, montada no Masp, em 2015, e Good apples / bad apples, seu mais recente trabalho, montado na galeria Cristina Guerra, em Lisboa. A cole��o re�ne uma s�rie de fotografias retiradas da internet, de est�tuas e outras representa��es do l�der sovi�tico Lenin, com interven��es feitas com imagens de ma��s e algumas palavras.
Sobre o momento de conversa com o p�blico, Ros�ngela ainda diz “sou artista, n�o sou te�rica. S� posso teorizar em cima daquilo que sei fazer. N�o tem muita viagem, n�o. Falo sobre meu trabalho”. Quando em contato com o p�blico, a artista diz ter dois questionamentos principais: “Por que continuar fazendo arte? e “Como enxergar a arte naquilo que n�o se apresenta como arte”. As respostas, segundo ela, variam com a experi�ncia de cada um.
REFLEX�ES CONTEMPOR�NEAS No s�bado, Ros�ngela teve um encontro com os integrantes do Programa Bolsa Pampulha sobre a constru��o de narrativas e reflex�es a respeito da fotografia contempor�nea e suas possibilidades. Realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e pelo JACA – Centro de Arte e Tecnologia, o programa de resid�ncia art�stica tem o objetivo de promover e fomentar as artes visuais em Belo Horizonte. Segundo a diretora do JACA, Francisca Caporalli, a ideia de eventos como o de ontem � “aproximar os artistas da comunidade e aproveitar o Museu da Pampulha como um espa�o de encontro”.
PROGRAME-SE
Arquip�lago, de Victor Galv�o, e Impulsos imitativos, de �lcio Miazaki (exposi��es do Edital de Ocupa��o de Fotografia da Funda��o Cl�vis Salgado)
At� 14 de setembro, na C�meraSete –
Casa da Fotografia de Minas Gerais (Avenida Afonso Pena, 737, Centro). Hor�rio: de ter�a a s�bado, das 9h30 �s 21h; domingos, das 17h �s 21h. Entrada franca.
Cidade palimps�stica
At� 4 de agosto, na Sala Experimenta��o da Imagem do Centro Cultural da UFMG (Avenida Santos Dumont, 174, Centro). Hor�rio: de ter�a a sexta-feira, das 10h �s 21h; s�bados e domingos, das 10h �s 18h.
Entrada franca.
O afeto do olhar, de Carlos Wolney
At� 4 de agosto, na Sala Ana
Horta do Centro Cultural da UFMG (Avenida Santos Dumont,
174, Centro). Hor�rio: de ter�a
a sexta-feira, das 10h �s 21h;
s�bados e domingos, das 10h �s 18h. Entrada franca.