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Estado de Minas

Separados no tempo, Lagum e Wilson Sideral se unem no YouTube

Banda mineira da nova safra e veterano do rock usam a plataforma de v�deos como propulsora de seus novos trabalhos


postado em 29/09/2019 04:00 / atualizado em 27/09/2019 18:20

Show de lançamento do segundo álbum da banda mineira Lagum, Coisas da geração, em São Paulo, em julho passado(foto: Alessa Semião/Divulgação)
Show de lan�amento do segundo �lbum da banda mineira Lagum, Coisas da gera��o, em S�o Paulo, em julho passado (foto: Alessa Semi�o/Divulga��o)
Ver, ouvir e sentir. Diante das possibilidades que o mundo digital oferece, proporcionar essas tr�s sensa��es ao p�blico, de uma s� vez, � o que pretende a banda mineira Lagum com seu mais novo projeto. Semanalmente, o grupo divulgar� no YouTube, at� o pr�ximo dia 23 de outubro, o v�deo de uma das m�sicas tocadas no show de lan�amento de seu segundo �lbum, Coisa da gera��o, realizado em julho passado, em S�o Paulo.

Contrariando o que prega o t�tulo do disco, essa proposta n�o � exclusiva de uma s� gera��o – a dos mais jovens. Fruto de uma safra anterior do pop belo-horizontino, Wilson Sideral, de 44 anos, tamb�m convida os f�s a assistir seu novo trabalho na web, ainda que, no caso dele, seja uma viagem musical ao passado.

“Nos �ltimos tempos, v�rios artistas t�m lan�ado �lbuns-conceito, com um trabalho visual”, afirma o guitarrista Jorge Borges, citando Amar � para os fortes, de Marcelo D2, como exemplo. Segundo ele, a ideia � fazer um processo parecido com o mais recente �lbum da Lagum, que chegou ao mercado em junho.
 
“Dessa forma podemos amplificar a arte, incluindo outra �rea para ser trabalhada al�m da m�sica e podendo entregar ao p�blico um produto de qualidade que mostra a quem nunca foi ao nosso show como ele �, como � a energia ali”, diz. O vocalista Pedro Calais acrescenta: “Nesse show, exploramos o conceito do disco, em volta do tema. O show � mais um elemento que amarra o conceito todo”.
 

 
O grupo, frequente nas paradas de sucesso do Spotify, lan�ar� no total seis v�deos gravados no show. Assistindo aos primeiros j� divulgados, dos hits Detesto despedidas e Coisas da gera��o, � poss�vel assimilar a ideia do vocalista, pela sinergia entre o p�blico, majoritariamente jovem, e a banda no palco. De acordo com Calais, os temas das m�sicas passam “por um monte de caracter�sticas da nossa gera��o”.

“Nesse disco n�o focamos em um tema espec�fico, mas falamos sobre v�rios assuntos universais e atemporais, tratados com a vis�o da nossa gera��o sobre eles. Ou seja, falamos de amor, mas, �s vezes, numa perspectiva imediatista, ansiosa, assim como na m�sica Vai doer no peito. E � assim com outros assuntos”, diz o m�sico, que cita ainda uma can��o com seu nome, presente no �lbum, escrita em um fim de semana em que viajou sem telefone celular e tentou “descolapsar”.
 
Wilson Sideral gravou ao vivo, em um salão abandonado, as músicas do volume 2 de seu projeto Tropical blues(foto: JP Sofranz/Divulgação )
Wilson Sideral gravou ao vivo, em um sal�o abandonado, as m�sicas do volume 2 de seu projeto Tropical blues (foto: JP Sofranz/Divulga��o )

 
Por outro lado, a banda acredita que esse discurso n�o atinja apenas quem est� na casa dos vinte e poucos anos, como eles. “Como artistas, tentamos ser claros com a arte. Temos um poder de ter o microfone nas m�os, que � um instrumento de comunica��o. Buscamos uma mensagem que todos possam entender, por isso nosso p�blico � diverso. A m�sica � universal e, por mais que a gente v� de A a Z em quest�o de estilo, com rock, reggae, rap, n�o deixamos de ser populares”, argumenta Pedro. A popularidade � comprovada pelos bons n�meros. No YouTube s�o 390 mil seguidores, e no Spotify, s� a m�sica Deixa, compartilhada por Neymar durante a Copa do Mundo, j� foi executada mais de 82 milh�es de vezes.
 
Entre os cinco integrantes da Lagum, apenas um tem mais de 25, o baterista “Tio” Wilson, que ganhou o apelido justamente por ser o mais velho. Para ele, o per�odo junto com o grupo, formado em 2014, foi de extremo aprendizado. “Eu j� tocava em outros projetos em BH, quase tudo voltado para o rock. Achava que poderia passar um pouco de experi�ncia para eles, mas vi que eu � que tinha muito que aprender.

Abri a mente, enxerguei melhor outros g�neros e me aprofundei na m�sica de modo geral. O rock impunha uma viseira mais fechada, cada um gravava no seu quadrado, e na Lagum � um processo mais coletivo, mais aberto, at� por envolver mais refer�ncias musicais, todo mundo colabora”, afirma.
 

 
O passeio por outros ritmos tamb�m foi o caminho escolhido recentemente por outro Wilson. No entanto, Sideral procurou pelas velhas gera��es, dando sequ�ncia ao projeto Tropical blues, que acaba de ter seu Volume 2 lan�ado nas plataformas digitais. Nele, o cantor e guitarrista apresenta vers�es em blues para sete sucessos da m�sica nacional. S�o eles: A minha menina (Jorge Ben Jor), Nada por mim (Herbert Vianna e Paula Toller), Mosca na sopa (Raul Seixas), De volta pro aconchego (Dominguinhos e Nando Cordel), Maior abandonado (Cazuza e Frejat), Certas coisas (Lulu Santos e Nelson Motta) e Vem andar comigo (Rog�rio Flausino).

Se pode ser dif�cil imaginar algumas delas dentro do estilo que consagrou BB King, Eric Clapton e Muddy Watters,  Sideral explica que a sele��o � fruto de uma grande pesquisa sobre a presen�a de caracter�sticas do blues na m�sica nacional.
 

''Eu j� tocava em outros projetos em BH, quase tudo voltado para o rock. Achava que poderia passar um pouco de experi�ncia para eles, mas vi que eu � que tinha muito que aprender. Abri a mente, enxerguei melhor outros g�neros e me aprofundei na m�sica de modo geral. O rock impunha uma viseira mais fechada, cada um gravava no seu quadrado, e na Lagum � um processo mais coletivo, mais aberto''

''Tio'' Wilson, baterista da Lagum


 
“Por ser guitarrista, minha base primordial s�o os grandes nomes do blues. Eles deram uma grande aula para a m�sica global, por terem criados os maiores riffs e o sentimento ligado ao improviso. � uma refer�ncia para mim desde os 15 anos, embora meus trabalhos autorais n�o tivessem isso diretamente. Nos �ltimos anos, fui sentindo um chamado interno de fazer algo mais pr�ximo dessa paix�o, sem me preocupar muito no que isso seria na minha discografia. A ideia era curtir um barato pessoal. Ent�o isso se somou a uma maneira particular de observar quais can��es mais populares podem ganhar essa roupa de jazz e de blues para aflorar um sentimento que j� existe nelas”, explica.

Assumindo a ousadia da proposta para os mais puristas, que estranham ao ouvir blues em portugu�s, Sideral ainda deixa claro que diferentes vertentes do estilo s�o exploradas. “N�o � qualquer m�sica que tem uma m�trica poss�vel de virar blues. Foram escolhas criteriosas. De volta para o meu aconchego, por exemplo, que traz um lamento, uma melancolia, muito caracter�sticos da origem do country blues. Como o blues � o pai do rock, Maior abandonado traz essa pegada mais acelerada, enquanto em Certas coisas h� uma refer�ncia clara ao Eric Clapton.”
 

''Por ser guitarrista, minha base primordial s�o os grandes nomes do blues. Eles deram uma grande aula para a m�sica global, por terem criados os maiores riffs e o sentimento ligado ao improviso. � uma refer�ncia para mim desde os 15 anos, embora meus trabalhos autorais n�o tivessem isso diretamente. Nos �ltimos anos, fui sentindo um chamado interno de fazer algo mais pr�ximo dessa paix�o. A ideia era curtir um barato pessoal''

Wilson Sideral, sobre o projeto Tropical blues


 
Embora seja um resgate de sucessos do passado, ele cuidou para dar uma apresenta��o contempor�nea ao trabalho, ainda que sob uma ideia retr�. Como todas as m�sicas foram gravadas ao vivo, em um sal�o abandonado, Sideral tamb�m disponibilizou os v�deos de quatro delas em seu canal no YouTube.
 
“Fica uma coisa atemporal. � a m�sica m�e do jazz, do rock, do soul, com artistas da m�sica brasileira de v�rias �pocas e gravada de forma muito contempor�nea, com ferramentas atuais. Hoje em dia, temos facilidades maiores. O acesso aos equipamentos � mais democr�tico, ent�o � mais f�cil gravar uma m�sica em qualquer lugar”, diz Sideral, que ser� uma das atra��es do Prime Rock Fest, em 23 de novembro, na Esplanada do Mineir�o, com o projeto Tropical blues.



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