Uma trajet�ria de sucesso

 

Considerada uma das principais representantes da bossa nova, Claudette Soares soma cerca de 60 anos de carreira e vai experimentar, nesta quarta (16), uma novidade em sua trajet�ria. “� a primeira vez que dou uma palestra na minha vida (risos). Estou muito honrada e feliz porque, al�m de falar sobre a bossa nova, vamos lembrar a Nara Le�o (1942-1999), que foi uma grande amiga. Hist�rias n�o v�o faltar. A gente n�o pode ficar parada no tempo; temos sempre que reinventar e buscar novas oportunidades”, ressalta.

 

A cantora � uma das convidadas do terceiro encontro da s�rie Um semin�rio bossa-nova, que est� sendo realizada semanalmente no Caf� do Centro Cultural Minas T�nis Clube (CCMTC), em Lourdes. A iniciativa faz parte do projeto Pac�fico: Mem�ria e modernidade, que celebra a trajet�ria do compositor Pac�fico Mascarenhas, considerado o precursor da bossa nova em Minas Gerais. As inscri��es s�o gratuitas e podem ser feitas no site do Sympla. O bate-papo vai contar, ainda, com o escritor e historiador Daniel Saraiva, bi�grafo de Nara Le�o.

 

Claudette vai relembrar sua trajet�ria, sobretudo, sua mudan�a para S�o Paulo na d�cada de 1960, incentivada pelo grande amigo Ronaldo B�scoli (1928-1994). “Ele me dizia que era importante eu levar esse movimento musical para S�o Paulo – que ele costumava dizer que era um pa�s – porque no Rio eu seria mais uma cantora de bossa nova, enquanto em Sampa eu ia fazer hist�ria. Na �poca, tive muito medo, porque era uma menina de 20 e poucos anos, minha fam�lia n�o gostou muito. Hoje, depois de tanto tempo, olho pra tr�s e vejo como o B�scoli estava certo. Minha vida deu uma guinada depois disso”, celebra.

 

Mesmo morando h� d�cadas longe de sua terra natal, a carioca Claudette Soares nunca perdeu os la�os com a Cidade Maravilhosa. N�o s� por continuar cantando em verso e prosa o Rio, como h� muitos trabalhos e parceiros por l�. A artista Soares se recorda com carinho n�o s� de Nara, como de Sylvinha Telles (1934-1966), que foi uma figura essencial para que a cantora ingressasse na turma de Tom, Vinicius, Dick Farney e cia. limitada. “A Sylvinha cantava na boate do Hotel Plaza, no Rio, e foi l� que, na realidade, nasceu a bossa nova. Ela ia se casar, sabia que j� tinha um contato com esse pessoal, e me chamou para substitu�-la. A partir dali as coisas foram se desenrolando”, conta a artista, cujo maior sucesso � De tanto amor, um presente de casamento dado por Roberto Carlos, que, ali�s, foi seu padrinho.

ANIVERS�RIO

Claudette completa 82 anos em 31 deste m�s e brinca que n�o poderia ter nascido numa data mais apropriada. “� o Dia das Bruxas e do Drummond. Sou de Escorpi�o, com ascendente em �ries, e ainda bem que tenho s� 1,60m. Imagina se eu fosse maior? Ningu�m daria conta”, diverte-se.

 

E ela vai comemorar o novo ano da maneira que mais gosta e sabe. Na sexta, 1º de novembro, inicia a turn� do mais novo disco, Se eu pudesse te dizer tudo que sinto, em homenagem ao cantor e compositor mineiro S�lvio C�sar, que completou 80 anos em agosto. A dupla, inclusive, gravou uma composi��o dele, N�s dois, no projeto. “A estreia � em S�o Paulo e, por isso, vou ter que ficar mais quietinha no dia mesmo do meu anivers�rio, que � na v�spera. Mas n�o deixa de ser uma maneira de festejar”, comenta Claudette, que est� com v�rios projetos.

 

“Tem o Baile da Claudette, show em que canto de tudo, e � cheio de convidados, vou come�ar a divulgar esse �lbum. Tenho muito orgulho de fazer parte de uma gera��o de artistas t�o talentosos e de a bossa nova ter se tornado uma marca do Brasil e ter reconhecimento internacional. Brinco que minha maior vingan�a � estar viva; sou uma sobrevivente. S� agrade�o por estar viva, ter sa�de e continuar cantando e me renovando”, celebra.

 

 

Hoje (16), �s 19h,
com Claudette Soares e Daniel Saraiva – A bossa nova em 

Sampa + Reverenciando Nara Le�o.
No Caf� do Centro Cultural Minas T�nis Clube (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes).
Informa��es: (31) 3516-1000.
Entrada franca, mas � necess�rio se inscrever no www.sympla.com.br