(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas LITERATURA

Peter Handke recebe Nobel de Literatura em Estocolmo sob protestos

Governos dos B�lc�s, escritores e correspondentes de guerra deploram a premia��o do escritor austr�aco que defende o ditador Slobodan Milosevic e nega o genoc�dio da B�snia


postado em 11/12/2019 04:00 / atualizado em 10/12/2019 18:52

Peter Handke (E) recebe o Prêmio Nobel de Literatura das mãos do rei Carl XVI Gustaf, em Estocolmo(foto: JONATHAN NACKSTRAND/AFP)
Peter Handke (E) recebe o Pr�mio Nobel de Literatura das m�os do rei Carl XVI Gustaf, em Estocolmo (foto: JONATHAN NACKSTRAND/AFP)

O escritor austr�aco Peter Handke, de 77 anos, recebeu ontem o Pr�mio Nobel de Literatura em Estocolmo, na Su�cia, em meio a uma onda de protestos pela escolha da Academia Sueca em premiar um autor cujas posi��es pr�-S�rvia, incluindo a nega��o do genoc�dio perpetrado pelo regime de Slobodan Milosevic durante as guerras da ex-Iugosl�via nos anos 1990, s�o vastamente conhecidas.

Embora tenha aceitado o pr�mio, Handke j� havia criticado anteriormente a exist�ncia do Nobel. "O Pr�mio Nobel de Literatura? Era preciso suprimi-lo de vez. � uma falsa canoniza��o, que n�o contribui em nada para o leitor", declarou.

Ao anunciar o pr�mio ao romancista austr�aco de origem eslovena em outubro, a Academia Sueca provocou indigna��o nos B�lc�s e em v�rios pa�ses pelo apoio de Handke a Milosevic. A pol�mica quase ofuscou o an�ncio da vencedora de 2018, a polonesa Olga Tokarczuk, psic�loga de forma��o e ativista de esquerda, ecologista e vegetariana, que se tornou a quinta mulher a receber o pr�mio desde sua cria��o, em 1901. A controv�rsia acabou ocultando o trabalho de Peter Handke na m�dia por algum tempo.

O Nobel parece n�o ter mudado o escritor: desde o an�ncio da recompensa, ele ficou chateado, at� zangado, com jornalistas que reivindicaram dele, em v�o, explica��es ou sinais de arrependimento. Handke recebeu o pr�mio das m�os do rei Carl XVI Gustaf durante uma cerim�nia formal com os vencedores das outras categorias, exceto o Nobel da Paz, que � entregue em Oslo. As celebra��es terminam com um banquete para 1.200 pessoas.

A Academia Sueca decidiu premiar Handke por sua obra, que, com "engenho lingu�stico, explorou a periferia e a singularidade da experi�ncia humana", elogiado como "um dos escritores mais influentes da Europa desde a Segunda Guerra Mundial". "Handke n�o � um escritor pol�tico", insistiu o presidente do comit� Nobel de Literatura, Anders Olsson.

ESC�NDALO

A institui��o, que sempre argumentou que trabalha para que a pol�tica n�o influencie sua atividade, atuou para tentar reconstituir sua credibilidade nos �ltimos dois anos, ap�s o esc�ndalo de agress�es sexuais que provocou sua implos�o, em 2017. O caso levou ao adiamento do an�ncio do pr�mio de 2018, que finalmente foi atribu�do a Olga Tokarczuk.

Mas a escolha de Peter Handke n�o parece ter acalmado a situa��o, muito pelo contr�rio. Uma integrante do comit� Nobel de Literatura anunciou sua ren�ncia no in�cio do m�s por causa da vit�ria do austr�aco. E na sexta-feira passada, horas antes de Peter Handke conceder uma entrevista coletiva, o eminente acad�mico Peter Englund anunciou que n�o compareceria � cerim�nia de entrega do pr�mio.

"N�o participarei na semana do Nobel este ano. Celebrar o pr�mio Nobel de Peter Handke seria pura hipocrisia da minha parte", disse Peter Englund, historiador e escritor ao jornal Dagens Nyheter. Secret�rio perp�tuo da Academia Sueca entre 2009 e 2015, Englund cobriu os conflitos dos anos 1990 nos B�lc�s para jornais suecos. Os embaixadores do Kosovo, Alb�nia, Turquia e Cro�cia tamb�m anunciaram um boicote � cerim�nia.

Em 1996, um ano ap�s o fim dos conflitos na B�snia e na Cro�cia, Peter Handke publicou um panfleto, "Justi�a para a S�rbia", que gerou muita pol�mica. Em 2006, ele compareceu ao funeral de Milosevic, que faleceu antes de ouvir a senten�a por crimes de guerra no Tribunal Penal Internacional.

Ontem, enquanto transcorria a cerim�nia na Su�cia, correspondentes de guerra lan�aram uma campanha de protesto na internet, compartilhando seus textos produzidos sobre a Guerra da B�snia, com a hashtag #BosniaWarJournalists. O objetivo era relembrar abusos cometidos por Milosevic, como o massacre de Srebrenica, em 1995, no qual foram mortos mais de 8 mil b�snios mu�ulmanos, e protestar contra a escolha de Handke para o Nobel de Literatura.

Participaram da iniciativa jornalistas de diversas nacionalidades, entre eles a norte-americana Christiane Amanpour, da CNN, que escreveu: “Eu estava l�. Todos n�s sabemos quem � culpado”. Roger Cohen, do jornal The New York Times, escreveu: “� vergonhoso para a Academia Sueca e o rei concederem o Nobel de Literatura a Peter Handke, que classifica o genoc�dio b�snio como mito”. (AFP)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)