A computa��o gr�fica, mais conhecida pela sigla CGI, se tornou um recurso bastante comum no mundo dos filmes e das s�ries. A tecnologia, cada vez mais avan�ada, tem sido capaz de criar cenas e cen�rios inimagin�veis anos atr�s. No entanto, a mais recente safra de produ��es audiovisuais tem buscado fazer o caminho inverso, se reaproximando da realidade. O objetivo � tirar essa imagem mais “pl�stica” dos efeitos visuais. Outra tend�ncia, que tem a mesma meta, � colocar os atores e as atrizes para fazer as cenas de luta, evitando os famosos dubl�s."Tudo a que voc�s assistir�o no filme foi feito por nossas atrizes. Foi muito intenso. Todas s�o boas atrizes, mas tamb�m s�o boas lutadoras"
Cathy Yan, diretora de Aves de rapina
Com estreia prevista para 5 de fevereiro de 2020, o filme Aves de rapina: Arlequina e sua emancipa��o fantabulosa, de Cathy Yan, � um desses exemplos. O longa-metragem acompanha a hist�ria da vil� Arlequina (Margot Robbie), que, ap�s se separar de Coringa (Jared Leto), resolve se juntar a outras anti-hero�nas para lutar por Gotham.
A diretora revelou, em entrevista coletiva, que a fita tem menos efeitos visuais do que se costuma ver por a�: “O jeito em que gravamos foi para ser o mais real poss�vel. Al�m disso, todas as atrizes tiveram treinos intensos de cerca de cinco meses para estar capazes de reproduzir as coreografias necess�rias nas cenas. Tudo a que voc�s assistir�o no filme foi feito por nossas atrizes. Foi muito intenso. Todas s�o boas atrizes, mas tamb�m s�o boas lutadoras. Tiveram meses de treinamento”, afirmou Cathy Yan.
Essa � a tend�ncia de outro filme do mesmo est�dio (Warner Bros.), Mulher-Maravilha 1984, que estreia em 4 de junho no Brasil e mostrar� a protagonista lutando pelos humanos na d�cada de 1980. A diretora Patty Jenkins admitiu, enquanto estava no painel dedicado ao longa da hero�na na Comic Con Experience (CCXP), ter seguido o mesmo caminho que Cathy Yan. “A gente tentou fazer o m�ximo poss�vel de realidade. H� uma ajuda (de efeitos visuais), claro, mas a maioria do que se v� na tela � real”, disse se referindo �s cenas de luta feitas pela protagonista Gal Gadot, que volta a reprisar o papel da Mulher-Maravilha, e a diminui��o do uso de efeitos visuais.
Tanto as produ��es do g�nero de super-her�i quanto as atra��es de fantasia, fic��o cient�fica e a��o costumam usar recursos visuais. Mas esses formatos tamb�m est�o seguindo a tend�ncia de querer se reaproximar do real. Esse foi o caso tamb�m do filme Esquadr�o 6, de Michael Bay e lan�ado neste m�s na Netflix. Gravado em seis cidades diferentes do mundo, a produ��o acompanha a hist�ria de um grupo de agentes altamente treinados e bilion�rios que forjam as pr�prias mortes para combater o crime sem ser identificados.
De cordo com o elenco, os efeitos pr�ticos da fita tiveram menos CGI do que outras produ��es do diretor, a exemplo da franquia Transformers. “A parte mais legal deste filme � que n�s realmente est�vamos em Floren�a, dirigindo a mil quil�metros por hora, em umas ruas min�sculas. N�o gravamos com tela verde. Foi incr�vel, divertido e definitivamente assustador”, garantiu Adria Arjona. O protagonista Ryan Reynolds confirmou a informa��o da colega de elenco: “O filme n�o tem muito CGI. Realmente somos n�s l�, acabando com n�s mesmos.”
"A gente tentou fazer o m�ximo poss�vel de realidade. H� uma ajuda (de efeitos visuais), claro, mas a maioria do que se v� na tela � real"
Patty Jenkins, diretora de Mulher-Maravilha 1984
DAEMONS
"A gente tentou fazer o m�ximo poss�vel de realidade. H� uma ajuda (de efeitos visuais), claro, mas a maioria do que se v� na tela � real"
Patty Jenkins, diretora de Mulher-Maravilha 1984
O mesmo vale para a s�rie His dark materials, adapta��o da HBO para a saga de Philip Pullman, que estreou neste ano no canal da tev� por assinatura e tem uma segunda temporada confirmada para 2020. O elenco fez quest�o de destacar durante a CCXP o menor uso de efeitos visuais, ou, se usados, utilizados de forma a se aproximar de outros recursos reais.
Ruth Wilson, que faz a personagem Mrs. Coulter, contou que os atores tiveram a chance de atuar diretamente com o elenco que faz os daemons, animais que aparecem em efeitos visuais na s�rie e representam uma esp�cie de alma fora do corpo dos personagens, e ainda havia no set alguns dos bichos, como uma cobra, para intera��o. A ideia era tornar tudo mais realista para o time.
No caso de Ruth Wilson, ela atuou diretamente com Brian Fisher, que d� vida ao daemon dela, um macaco. “Trabalhei com Brian, que faz meu macaco. Sabia que essa rela��o entre eles (Mrs. Coulter e o macaco) seria dif�cil. Ent�o, seria melhor se n�s pud�ssemos trabalhar juntos”, avaliou.