Depois de bater US$ 1,2 bilh�o nas bilheterias de todo o mundo em pouco mais de um m�s, Frozen 2 chega ao Brasil nesta quinta-feira (2) com a proposta de se tornar o “arrasa-quarteir�o” das f�rias de 2020. Na Grande BH, cerca de 60 salas exibem a anima��o da Disney, sequ�ncia do blockbuster lan�ado em 2003.
No primeiro longa, inspirado em A Rainha das Neves, livro de Hans Christian Andersen, Anna luta para encontrar sua irm� Elsa, cujos poderes incontrol�veis deixaram o reino mergulhado no inverno eterno. Frozen 2 junta as duas garotas. Uma voz misteriosa, que ningu�m consegue ouvir, persegue (e conduz) a protagonista, j� adulta.
Elsa finalmente assume seus poderes. Rainha, ela tem o dom de manipular o gelo e inicia sua jornada pela floresta encantada em busca de autoconhecimento, acompanhada por Anna, Kristoff, o namorado da irm�, a rena Sven e o boneco de neve Olaf.
Chris Buck, codiretor do filme, declarou que Frozen 2 aprofunda as emo��es de Elsa e Anna em busca do significado da vida. “O primeiro longa � mais parecido com o primeiro ato de um musical, em que voc� define as motiva��es das personagens e quem elas s�o”, comparou. “No segundo, podemos avan�ar. Geralmente, as can��es ficam mais profundas e emotivas. Voc� descobre mais sobre as personagens, os conflitos s�o mais dif�ceis.” A nova sequ�ncia chegou a ter 50 vers�es reescritas.
L�SBICA Antes da estreia nos Estados Unidos, em novembro, as novas aventuras de Elsa mobilizaram internautas e a comunidade LGBTQ devido � campanha, deflagrada em 2016, para que Elsa se assumisse l�sbica. Houve at� hashtag reivindicando uma namorada para a Rainha do Gelo, que dispensa pr�ncipes e � hero�na totalmente diferente das tradicionais princesas da Disney.
“Elsa n�o � definida apenas por um interesse rom�ntico. H� tantos filmes que definem uma mulher por seu interesse rom�ntico. N�o quer�amos contar essa hist�ria mais uma vez, da garota atr�s de um amor. A nova hist�ria � sobre uma garota com poderes que, quando cresce, precisa encontrar o seu lugar no mundo”, declarou Kristen Anderson-Lopes, que assinou a trilha sonora do longa.
Inclusive, a can��o Let it go, criada por Kristen e o marido, Robert, para Frozen 1 e considerada “hino gay”, havia refor�ado a tese de que a hero�na da Disney “sairia do arm�rio”, o que n�o se confirmou. Produtores do blockbuster refor�am que se trata de uma garota independente em busca de autoconhecimento. Por�m, especula-se que o comportamento de Elsa em Frozen 2 se adequa ao conservadorismo de mercados milion�rios, como aquele formado por pa�ses do Oriente.
A pol�mica, ali�s, chegou ao Brasil: Damares Alves, ministra da Mulher, Fam�lia e Direitos Humanos, em v�deo divulgado no YouTube, comentou Frozen 2, antes do lan�amento do longa. “Sabe por que ela (Elsa) termina sozinha em um castelo de gelo? Porque � l�sbica!”, afirmou. “Trazer um filme para crian�as de 2 anos com abordagem sobre ideologia de g�nero � muito cedo.”
Diante de repercuss�es negativas de suas declara��es, Damares afirmou que sua fala, durante encontro numa escola paulista, baseou-se em entrevistas da autora de Frozen 2 e foi divulgada “fora do contexto”.
FOR�A De acordo com a cantora americana Idina Menzel, que dubla Elsa, a princesa d� �s meninas “for�a para assumir aquilo que elas s�o de verdade, tudo aquilo que as torna �nicas e diferentes.” Kristen Anderson-Lopez concorda: “As mulheres precisam ouvir e seguir sua intui��o.” Ela e Robert conquistaram duas estatuetas do Oscar, uma por Let it go e outra por Remember me (tema do filme Viva! A vida � uma festa).
Na opini�o da compositora, Frozen 2 estimula o empoderamento feminino. “Voc� � poderosa � sua maneira quando diz a verdade e se levanta depois da queda. Quando o pior acontece, voc� aprende a fazer a coisa certa. Voc� d� um passo, depois outro passo. Respire fundo. Um passo de cada vez”, aconselha Kristen.
Desta vez, o casal de compositores criou o tema Into the unknown (Rumo ao desconhecido, em tradu��o livre). A m�sica inspira Elsa a ter coragem de assumir seu pr�prio destino. Para Anderson-Lopez, can��o e filme v�o incentivar as mulheres a confiar em seus instintos nos momentos de dificuldades.