
Um dos mais respeitados corais do pa�s, o Ars Nova completou 60 anos em 2019. Comandado pelo maestro Lincoln Andrade, o grupo mineiro n�o interrompeu as atividades nestes dias de isolamento social. “Para n�o ficar parados, criamos algumas frentes de trabalho on-line”, revela. A agenda tradicional de concertos s� deve ser retomada no segundo semestre.
�s segundas, quartas e quintas-feiras, no hor�rio dos ensaios, � feita uma reuni�o com os integrantes. “Usamos o aplicativo Zoom e tamb�m o WhatsApp. Temos conversado sobre o repert�rio e partituras, trocamos ideias. Depois, cada um canta e grava a sua parte. � como se fosse um coral virtual”, diz Andrade. “Para se ter uma ideia, j� fizemos a grava��o com todos os integrantes. Agora estamos montando uma pe�a no est�dio de um dos alunos.”
De acordo com o maestro, os ensaios do Ars Nova – Coral da UFMG tiveram de se adaptar � era do coronav�rus. “N�o d� para todos cantarem ao mesmo tempo, pois n�o h� sincroniza��o e ainda tem o delay (atraso). At� tentamos cantar juntos e gravar, mas n�o h� condi��es. Ent�o, ficamos conversando sobre as partituras, como se fosse mesmo um ensaio did�tico, marcando a partitura, falando sobre a tradu��o, o texto e sobre a inflex�o necess�ria”, explica.
Os integrantes recebem o material, via e-mail. “Montamos um coro virtual e um repert�rio, que soltaremos nas redes enquanto estivermos afastados. A primeira pe�a j� est� sendo montada com v�deo e �udio, com todos cantando”. A previs�o � de que ela chegue a p�blico nos pr�ximos dias.
�s quartas-feiras, h� entrevistas ao vivo. “Amanh�, dia 8, �s 19h30, terei uma conversa de meia hora com o naipe dos sopranos. Isso ser� colocado depois no Facebook e no YouTube. Durante o m�s de abril, vou entrevistar os outros naipes. A ideia � divulgar essa atividade para que as pessoas possam entrar e participar”, conta Andrade.
Individualmente, os cantores fazem o pr�prio trabalho, cada um estuda a sua parte. “E eu vou cuidando do repert�rio da melhor maneira que posso, por meio das plataformas, pois n�o podemos nos encontrar”, observa o regente.
AGOSTO
Quanto � agenda, Andrade acredita que n�o haver� concerto neste semestre. “Fizemos uma apresenta��o em mar�o e j� estamos em abril. Precisamos de pelo menos um m�s para preparar algo. Ent�o, se volt�ssemos em junho, s� ter�amos concerto em julho.” O maestro acredita que apenas em agosto o Ars Nova poder� se reunir presencialmente.
“Em setembro, temos compromisso com a Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais. Cantaremos com ela a Nona sinfonia de Beethoven, mas agora n�o sei como ficar�. Terei de repensar o repert�rio de nossos outros concertos. Inclusive, venho mandando partituras e coisas legais relativas ao coronav�rus para os integrantes. De repente, poderemos at� montar um concerto fazendo alus�o a essa situa��o. Quem sabe?”
Uma coisa � certa: a agenda do Ars Nova sofrer� mudan�as radicais. “J� t�nhamos o ano todo fechado, inclusive com uma viagem para a Europa em junho, mas foi tudo cancelado. Vamos esperar e continuar a trabalhar para que os cantores n�o se dispersem e o p�blico n�o perca o contato conosco. Vamos ser otimistas: estaremos de volta com nossos concertos assim que essa epidemia acabar”, conclui Lincoln Andrade.