
Reinterpretar can��es que ficaram famosas na voz de uma int�rprete do calibre de Elis Regina (1945-1982) n�o � tarefa f�cil. Para amenizar o peso que isso carrega, a cantora baiana Illy decidiu dar uma abordagem particular �s m�sicas em vez de reproduzir os arranjos originais. O resultado est� nas 12 faixas do disco Te adorando pelo avesso, dispon�vel nas plataformas digitais.
O trabalho come�ou a nascer quando Illy estrelou, em outubro do ano passado, um dos epis�dios do Vers�es, programa do canal BIS em que destaques da chamada nova MPB fazem releituras do repert�rio de grandes nomes da m�sica brasileira.
“Quando me fizeram o convite, escolhi a Elis Regina, porque cresci ouvindo as m�sicas cantadas por ela”, relembra. “Sem d�vida, � a maior cantora do pa�s e, em casa, todo mundo sempre foi f�. Considero Elis muito importante para a minha forma��o como artista”, diz.
Import�ncia que a baiana cultiva mantendo boxes de discos lan�ados pela ga�cha entre as d�cadas de 1960 e 1970. Elis, de 1973, foi o �lbum escolhido para para ser reproduzido, por�m com a imagem da capa de cabe�a para baixo, em sintonia com a inten��o de desconstruir o repert�rio da estrela da MPB.
"A foto virada ao avesso � para as pessoas entenderem que se trata de uma adora��o �s avessas"
Illy, cantora
“Nesse disco, Elis Regina est� mais aberta �s can��es, � a sua capa mais pop. A foto virada ao avesso � para as pessoas entenderem que se trata de uma adora��o �s avessas. � homenagem, um disco de int�rprete. N�o tento me equiparar a ela, que � a melhor cantora que o Brasil j� teve”, pontua.
Os f�s mais fi�is de Elis provavelmente estranhar�o, � primeira vista, a transforma��o de Como nossos pais (Belchior), que ganhou levada mais leve, no ritmo do reggae; de Querelas do Brasil (Maur�cio Tapaj�s e Aldir Blanc), que vira samba; e ainda de Fascina��o, agora com cara de funk melody.
“A grande maioria das can��es que decidi regravar s�o da d�cada de 1970 e, originalmente, respondem ao estilo dessa �poca. Minha inten��o foi fazer com que ganhassem a sonoridade contempor�nea”, conta Illy. Para isso, ela contou com a ajuda dos m�sicos Gabriel Loddo e Guilherme Lirio.
“S� acho triste que algumas das can��es ainda sejam t�o atuais, como Al�, al� marciano (Rita Lee e Roberto de Carvalho), coment�rio sobre o cen�rio sociopol�tico que a gente vive no Brasil atualmente”, afirma a cantora.
BACO E SILVA Illy reinterpreta Dois pra l� e dois pra c� (Aldir Blanc e Jo�o Bosco), Trem azul (L� Borges e Ronaldo Bastos), Me deixas louca (Paulo Coelho e Armando Manzaniro) e Atr�s da porta (Chico Buarque e Francis Hime). As duas �ltimas contaram com a participa��o do rapper baiano Baco Exu do Blues e do cantor capixaba Silva, respectivamente.
Admiradora de longa data da cantora ga�cha, Illy assume que colocar o projeto no ar foi como “mexer em vespeiro”. “Sei o quanto as mudan�as que a gente fez podem incomodar f�s mais fi�is, mas tenho me surpreendido com a recep��o positiva das pessoas, principalmente no Twitter”, conta ela, revelando que tem se embrenhado na rede social durante as madrugadas desta quarentena, no Rio de Janeiro, ao lado do marido, Jorge Velloso. Os dois s�o pais de Martim, que nasceu no �ltimo Natal.
TE ADORANDO PELO AVESSO
. De Illy
. Al� Comunica��o e Cultura/Sony
. Dispon�vel nas plataformas digitais