
Depois de assistir ao epis�dio de estreia, Ingrid diz ter conseguido fazer um programa de qualidade, apesar da pouca estrutura de produ��o. “Podemos nos reinventar”, afirmou a atriz em entrevista coletiva, anteontem, pela internet. Nos planos originais, a temporada teria como cen�rio a China e a Coreia do Sul. Quando a COVID-19 avan�ou por l�, produtores pensaram em Nova York, mas logo desistiram devido ao avan�o da pandemia.
Os cinco epis�dios t�m como convidados Claudia Raia e Padre F�bio de Melo (dia 12, na estreia), Larissa Manoela e Paulo Gustavo (dia 19), Giovanna Antonelli e Babu Santana (dia 27), Anitta e Tereza Cristina (em 3 de junho). F�bio Porchat e Ant�nio Fagundes encerrar�o a temporada, em 10 de junho.
Se o programa � uma alegria, o futuro do cinema � motivo de preocupa��o. “Fundos setoriais j� estavam congelados h� quase um ano. Filmes em andamento tiveram de paralisar a produ��o, filmes com recursos captados estavam com dinheiro preso”, lamenta. “N�o � por mim ou pelos atores famosos que conhe�o. Temo pelos pequenos grupos, pelos que dependiam de fundos, de editais.”
Ingrid Guimar�es critica a forma como o governo Bolsonaro vem tratando o setor. “Espero bom senso, principalmente neste momento, com tantas equipes t�cnicas desempregadas, com tanta gente que precisa da cultura para sobreviver. C�meras, bilheteiros, maquiadores e cabomen ser�o os �ltimos a voltar a trabalhar. Que tenhamos um olhar sobre essas pessoas tamb�m”, afirma.
Ingrid considera “infeliz” a entrevista que Regina Duarte, secret�ria especial de Cultura, deu � CNN, mas n�o quis se aprofundar no assunto, alegando ter grande amizade por Gabriela Duarte, filha de Regina. “Pelo menos na minha vida, amizade � mais importante do que a pol�tica.”
EM CASA
A vida de Ingrid mudou radicalmente. H� a felicidade de ficar em casa com a filha e o marido, de poder cuidar do apartamento para onde acabou de se mudar. H� tamb�m a tristeza por pessoas que n�o podem ficar em casa, por aqueles que amargam o fechamento dos neg�cios e por aqueles que passam fome.
“Entrei no processo de me organizar e ser uma pessoa ativa. Comecei a fazer exerc�cios f�sicos, algumas lives, a criar coisas. Passei a encarar essa situa��o como momento de cria��o de coisas futuras. Mas tem dias em que acordo e n�o quero fazer nada, me d� uma tristeza danada com o n�mero de mortes”, revela.
Clara, filha de Ingrid, contracenou algumas vezes com ela em Al�m da conta #confinados, atuou como cinegrafista e virou quebra-galho na solu��o de problemas. “Ela sempre dava muita for�a quando alguma coisa travava”, conta a m�e coruja. “Clara cresceu no set, na coxia, e diz que quer ser atriz. Mas n�o falo nada, deixo que mude de ideia se quiser. Por enquanto, � s� uma crian�a mesmo”, diz Ingrid.
Bem-humorada, ela reclama do home schooling, o ensino domiciliar. “N�s, pais, temos de fazer um trabalho para o qual n�o fomos preparados. A matem�tica de hoje � totalmente diferente daquela da minha �poca. N�o sei ensinar. Para fazer a Clara entender que n�o eram f�rias, foi um perrengue. Quando voltarem as aulas, meus amores, vou dar uma festa”, brinca. E manda um recado: “Professores, amo voc�s!”