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Estado de Minas

Fabr�cio Carpinejar lan�a livro com reflex�es sobre o confinamento

Em 'Colo, por favor' autor aponta a necessidade de 'alfabetizar o p�nico' e conta que procurou corrigir uma 'avareza emocional'


20/05/2020 04:00 - atualizado 19/05/2020 21:22
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Per�odo de muita leitura para uns, a quarentena foi de escrita para outros. O ga�cho Fabr�cio Carpinejar aproveitou os dias de isolamento em Belo Horizonte, onde vive h� alguns anos com a esposa, para escrever e lan�ar Colo, por favor, pela Editora Planeta.

O livro trata precisamente do contexto das �ltimas semanas, nas quais o Brasil e o mundo enfrentam o desafio de deter a dissemina��o do novo coronav�rus, com dr�sticas consequ�ncias  econ�micas.

Em torno desse per�odo, o autor reuniu 40 reflex�es suas a respeito do distanciamento social. Classificado por ele como o seu “livro mais passional”, Colo, por favor � fruto de um esfor�o para lan�ar um olhar positivo e sens�vel para esses dias marcados pela ang�stia e a apreens�o em escala planet�ria.

“Atendi a esse desafio pessoal de entender o medo, entender tudo que estamos vivendo a partir da minha perspectiva. � um tempo de mudan�as gerais, no mercado de trabalho, nos relacionamentos, de saudade, da esperan�a. Nasceremos de novo depois da pandemia. Vejo pessoas falando sobre volta � normalidade. Fico me perguntando: que nova normalidade?. Pelo que sei, havia pouca gente normal antes. O termo correto � qual ser� a nova loucura. Viv�amos uma �poca de extremos e o que eu quis oferecer foi justamente o centro nervoso da poesia, o colo, o aconchego, o alento. Isso que mais queremos, mais ansiamos agora. Qual aquele momento em que nos sentimos realmente protegidos? No colo. Mais seguros? No colo. Confiantes? No colo”, diz ele, sobre o t�tulo e o tema de seu livro.

''Pelo que sei, havia pouca gente normal antes. O termo correto � qual ser� a nova loucura. Viv�amos uma �poca de extremos e o que eu quis oferecer foi justamente o centro nervoso da poesia, o colo, o aconchego, o alento''

Fabr�cio Carpinejar, escritor


P�SSAROS

Nas 176 p�ginas da obra, descreve experi�ncias e sensa��es que teve nas semanas de quarentena. Isso inclui conselhos sobre ouvir com mais aten��o o canto dos p�ssaros, que se tornam amigos poss�veis no per�odo, ou “cozinhar receitas da av�”. Temas que trazem leveza para dias que podem ser pesados para muita gente.

“O livro ficou acima do contexto. Ele � necess�rio para alfabetizar o p�nico. Vivemos uma realidade de n�o poder sequer enterrar os pr�prios mortos. Ent�o, � uma quest�o de urg�ncia, saber dizer para quem voc� gosta o quanto gosta, porque o orgulho deixou de mandar, depusemos as armas, as vaidades”, diz o autor, que cita o pr�prio exemplo em rela��o a uma tia muito querida, que esteve internada com COVID-19. “Eu nunca tinha dito 'eu te amo' para ela. Depois de ela ficar uma semana na UTI,  percebi como fui avarento emocionalmente. Muita gente s� se d� conta da situa��o quando tem um familiar internado”, afirma.

Embora trate com do�ura a estada restrita ao espa�o dom�stico e as impossibilidades de conv�vio, Carpinejar, que se encontra distante dos filhos, que moram em Porto Alegre, e dos pais, com quem a preocupa��o � ainda maior na pandemia, n�o fecha os olhos para as dificuldades.

“Precisamos primeiro respeitar os limites. N�o ser alienado de modo nenhum, mas alternar not�cias com aquilo que possa conferir otimismo em suas vontades. Eu escuto, leio, assisto a notici�rios, mas busco livros e m�sicas que me fortale�am. � preciso falar, ligar para os amigos. Temos que criar narrativas para n�o ficar presos na mesma linguagem, nem fisica nem temporalmente. Nenhuma lembran�a pode gerar ressentimento nesse tempo”, argumenta o cronista.

''Eu escuto, leio, assisto a notici�rios, mas busco livros e m�sicas que me fortale�am. � preciso falar, ligar para os amigos. Temos que criar narrativas para n�o ficar presos na mesma linguagem, nem fisica nem temporalmente. Nenhuma lembran�a pode gerar ressentimento nesse tempo''

Fabr�cio Carpinejar, escritor



Carpinejar ainda acredita que “quem n�o criar esses bons h�bitos ser� for�ado a adot�-los” quando a pandemia passar. “N�o ser� poss�vel viver como antes. Isso � impositivo. Teremos uma transforma��o na nossa vis�o sobre o trabalho, o tempo, o dinheiro. Teremos que continuar nessa condi��o essencial do medo, do reaproveitamento”, opina o escritor, que brinca: “Eu, por exemplo, virei minha m�e e estou fazendo o almo�o pensando em comer as sobras no jantar”.

Apesar disso, ainda guarda otimismo para o p�s-quarentena: “Identifico que haver� um boom do amor. Acho que muita gente vai querer se casar e, mais que isso, todos os projetos de realiza��o pessoal v�o tomar a frente das realiza��es profissionais”.

Colo, por favor
• Fabr�cio Carpinejar
• Editora Planeta Brasil (176 p�gs.)
• R$ 39,90


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