
A produ��o ganhou tamb�m como Melhor filme no Cosmos, festival da �ndia. No mesmo pa�s, foi indicado nas categorias Melhor filme rom�ntico, Melhor dire��o e Melhor atriz para o Tagore International Film Festival (TIFF).
Rodado nas montanhas capixabas, o drama rom�ntico trata a reden��o, o perd�o e a salva��o do amor. Por ora, est� sendo lan�ado em festivais nacionais e internacionais. O roteiro de Willig tem estrutura nada convencional, com reviravoltas que desafiam o espectador do in�cio ao fim.
�nico brasileiro indicado para o Scene Festival, Entreolhares venceu cinco pr�mios no Inhapim Cine Festival (MG): Melhor filme, Melhor diretor, Melhor atriz, Melhor dire��o de arte e Melhor figurino. “� a realiza��o de um sonho. Este � o 40º trof�u em minha carreira e o primeiro internacional. Ganhei os trof�us de Melhor atriz nos dois festivais”, festeja Azze.
Nascida em Varginha, no Sul de Minas, ela diz que Entreolhares a tem deixado nas nuvens. “Parece que estou sonhando, vivendo um filme no qual uma personagem sonhava fazer filmes no interior mineiro. E n�o � que o sonho se tornou realidade?”
Azze � apaixonada por cinema. “Formei-me no Rio de Janeiro e passei a fazer um filme atr�s do outro e a frequentar festivais. E foi em um desses que conheci o Willig. Ele j� ganhou quase 70 pr�mios. Eu ficava encantada com o trabalho dele.” Ela o compara a um “maestro m�gico”.
E foi num desses encontros que Willig e entregou a Azze o roteiro de Entreolhares. “Ele me convidou para fazer a Maria. Li e fiquei apaixonada. Fomos at� o Esp�rito Santo em busca de um local ideal fazer as filmagens.” A casa, em formato redondo, tem rela��o com o perfil do roteiro.
Maria, personagem de Azze, � deficiente visual. “Fiz toda uma pesquisa para montar a personagem. Fiquei meses fazendo laborat�rio, foi intenso. O programado era lan�ar neste ano, mas a pandemia n�o deixou”, lamenta.
TERRA NATAL
A atriz chegou a morar em Belo Horizonte, mas resolveu voltar para a terra natal. “O cinema entrava cada vez mais forte em minha vida e achei que podia traz�-lo para Varginha. L�, montei um Centro de Cultura, uma associa��o. Ensinamos cinema para crian�as, jovens adultos e pessoas da terceira idade. Eles fazem filmes, participam de festivais e at� ganham pr�mios.”
Al�m de atriz, Azze � realizadora de festivais. Organiza dois: o Offcine, em Varginha, e o Inhapim Cine Festival, na cidade mineira de Inhapim, em sua primeira edi��o, e que ser� anual. “Mesmo em per�odo de pandemia, temos outros filmes, mas que somente ser�o lan�ados no ano que vem. J� t�nhamos alguns inscritos em festivais, como � o caso de Entreolhares. Infelizmente, algumas produ��es que est�vamos programando para filmar ainda neste ano tiveram de ser canceladas.”
Ela lamenta tamb�m a suspens�o ou cancelamento da maioria dos festivais. “Felizmente, alguns ainda foram feitos em regime on-line. Estamos com muita produ��o, mas como sobreviver nesta quarentena? Como tenho uma escola de forma��o de atores, acabei montando um curso on-line para poder sobreviver e, ao mesmo tempo, fazer com que os alunos continuem seus estudos”.
No caminho do perd�o
Entreolhares � um drama entre um casal, Sandro e Maria, e se passa nos anos 1960. “Eles t�m uma rela��o delicada e conturbada, mas, no fim, h� um caminho de perd�o, reden��o e arre-pendimento. Como o filme se chama Entreolhares, costumo dizer que s�o v�rios olhares. Ela tem problemas de defici�ncia visual e precisa mudar a vis�o de si mesma para ter outra da pr�pria vida”, descreve Daniel Satti, que vive Sandro.
Ele revela que o filme chama a aten��o tamb�m para um problema comum no Brasil, que � o transplante de c�rnea. “Acabamos de ganhar o 12º pr�mio e, desses, cinco foram em categorias do festival norte-americano. Eles escolheram o nosso filme e, dele, uma cena espec�fica, sendo que a premia��o aconteceu a partir disso. Ganhamos em todas as categorias indicadas.”
Nascido em S�o Paulo, mas criado em Minas, onde se tornou ator, ele arrebatou os pr�mios de Maryland e Inhapim como Melhor ator. “Embora tenha mais de 20 anos de carreira, esse � o meu primeiro trof�u internacional. Nada como um pr�mio internacional para coroar a minha carreira, que � de busca, desafios e luta, o que � natural no Brasil quando se quer tornar um artista.”
Satti acredita que a premia��o em um festival norte-americano � uma grande forma de reconhecimento. “�ramos os �nicos brasileiros a representar o nosso pa�s naquele festival e por isso nos sentimos t�o orgulhosos. � uma via de m�o dupla, pois levamos nosso filme para l�, mostrando que o Brasil sabe fazer cinema e, ao mesmo tempo, touxemos pr�mios para c�.”