
A companhia canadense Cirque du Soleil aceitou uma oferta de compra de seus credores, que servir� de base para seu leil�o em agosto. O acordo prev� que eles v�o adquirir "quase todos os ativos", anunciou em um comunicado a companhia de entretenimento.
O conv�nio substitui a oferta de compra que a companhia sediada em Montreal concluiu no fim de junho com seus atuais acionistas, os fundos americanos TPG e Chinese Fosun, assim como com a Caisse de depot et place, de Quebec.
Fundado em Quebec em 1984, o Cirque du Soleil teve de cancelar 44 produ��es em v�rias regi�es do mundo em mar�o e demitir 4.679 acrobatas e t�cnicos, 95% de seus funcion�rios. A maioria deles foi dispensada no fim de junho, quando o grupo pediu prote��o judicial.
Segundo o jornal Globe and Mail, o acordo em torno da nova oferta, cuja formaliza��o seria validada ontem no Tribunal Superior de Quebec, respons�vel por supervisionar a reestrutura��o, estabelece que os credores v�o injetar entre US$ 300 milh�es (o equivalente a R$ 1,6 bilh�o) e US$ 375 milh�es e v�o acordar reduzir a d�vida garantida do circo de US$ 1,1 bilh�o (R$ 5,92 bilh�o) para US$ 300 milh�es (em torno de R$ 2 bilh�es).
Os termos garantem a manuten��o da sede central do grupo em Montreal por pelo menos os pr�ximos cinco anos. A oferta anterior de compra de acionistas foi cancelada.
"Estamos muito contentes de ter chegado a este acordo com o Cirque du Soleil", disse Gabriel de Alba, diretor-gerente do fundo canadense Catalyst Capital Group, o maior credor da companhia art�stica. "A coopera��o do grupo de credores foi extraordin�ria para alcan�ar nosso objetivo de recapitalizar e revitalizar o circo".
Outros investidores planejam oferecer mais para adquirir o circo antes de 18 de agosto, data-limite para apresentar uma oferta. Entre eles se destacam seu fundador, o ex-engolidor de chamas Guy Lalibert�, que o vendeu em 2015, assim como o imp�rio midi�tico Quebec Quebecor.
CRISE ANTIGA A pandemia de coronav�rus parece ter sido o golpe definitivo para um grupo que contabilizava uma d�vida equivalente a 815 milh�es de euros (cerca de R$ 5,015 bilh�es) nos �ltimos cinco anos e, nos bastidores, enfrentava uma disputa pesada entre seus propriet�rios.
S� em restitui��o por ingressos previamente vendidos para mais de 20 espet�culos que estava em turn� e suspensos por causa do coronav�rus, havia um montante equivalente a 150 milh�es de euros (em torno de R$ 923 milh�es). Houve aporte tanto de investidores, que injetaram 182 milh�es de euros (R$ 1,1 bilh�o) nos �ltimos meses, al�m de 45 milh�es de euros (R$ 277 milh�es) de cr�dito cedidos pelo governo do Qu�bec, mas que n�o foram o bastante para dar estabilidade � companhia. (afp)