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Estado de Minas

Caetano diz que Bolsonaro � "pesadelo"

Em entrevista ao The Guardian, m�sico baiano afirmou que o presidente � "incompetente", acusando-o de desmantelar a cultura brasileira e incentivar o desmatamento da Amaz�nia


30/07/2020 04:00

“Um pesadelo absoluto. � apenas loucura”. Assim o cantor e compositor Caetano Veloso classificou o governo Jair Bolsonaro em entrevista publicada ontem pelo jornal ingl�s The Guardian.

“Ter um governo militar � horr�vel e Bolsonaro � t�o confuso, t�o incompetente. O governo dele n�o fez nada. O que o Executivo brasileiro fez no per�odo desde que ele foi presidente? Nada... N�o houve governo, apenas uma raquete de insanidades”, afirmou o baiano, que h� 50 anos morou em Londres, exilado pela ditadura militar brasileira, como destacou o The Guardian.

“Nos �ltimos meses, apoiadores radicais de Bolsonaro sa�ram �s ruas com faixas pedindo o fechamento do Congresso e a reintrodu��o do decreto da era da ditadura que abriu o caminho para o ex�lio de Veloso”, informou o jornal.

BANDEIRAS 

Caetano relembrou que ele e Gilberto Gil, durante o ex�lio londrino, enfeitavam a sacada da casa que dividiam com bandeiras do Brasil, constrangendo amigos que os visitavam, “pois era como se estiv�ssemos apoiando a ditadura”.

“N�o, a ditadura n�o � o Brasil!”, enfatizou o m�sico ao The Guardian. “Mas � claro que sab�amos que a ditadura era um sintoma do Brasil, uma express�o do Brasil – e era isso que o Brasil estava sendo naquele momento, assim como �”, observou, citando “um monte de coisas hoje que n�o s�o f�ceis de engolir”.

Ao se referir � elei��o do presidente da Rep�blica, o m�sico comentou: “Voc� n�o pode dizer que Bolsonaro n�o � o Brasil. Ele � muito parecido com muitos brasileiros que conhe�o. Ele � muito parecido com o brasileiro m�dio – na verdade, a capacidade dele e de seu bando de permanecer no poder depende de enfatizar essa identifica��o com o brasileiro normal”.

Caetano criticou as a��es do governo federal. “O que vimos tem sido mais sobre destrui��o. Tudo o que foi feito na Amaz�nia foi incentivar o desmatamento; tudo o que foi feito na esfera cultural tem a ver com o desmantelamento... museus, grupos de teatro, produtores de m�sica e cinema.”
A postura de Bolsonaro diante da pandemia do novo coronav�rus tamb�m recebeu cr�ticas do m�sico. “O presidente mant�m sua posi��o, mesmo tendo sido infectado. Ele nem se comportou como Boris Johnson, que mudou de t�tica depois de ser infectado”, declarou, referindo-se ao primeiro-ministro do Reino Unido.

O compositor revelou o temor de uma escalada de viol�ncia devido � tens�o pol�tica, mas manifestou confian�a no pa�s. “Se estivesse sentado na frente de um estrangeiro interessado no Brasil, eu diria a ele: o Brasil est� aqui, bem aqui. Nossas florestas, nossas m�sicas, nossas pe�as e nossos filmes est�o sendo amea�ados por esse governo e est�o em processo de destrui��o. Mas, como um dos membros do grupo que produz m�sica popular, posso garantir que estamos aqui. O Brasil est� aqui”, afirmou.

FILME 

A ditadura militar e o ex�lio de Caetano Veloso e Gilberto Gil s�o temas do document�rio Narciso em f�rias, selecionado para o Festival de Veneza, marcado para 2 a 12 de setembro, na It�lia. Dirigido por Ricardo Calil e Renato Terra, o longa revela detalhes dos 54 dias que a dupla passou na pris�o, em 1968, logo depois da implanta��o do Ato Institucional nº 5 (AI-5).

“A beleza do filme est� na maneira como Caetano, hoje com 77 anos, � capaz de nos levar de volta �quela cela para nos fazer compartilhar a impot�ncia do rapaz preso. A simplicidade da encena��o – um homem sentado de pernas cruzadas diante de uma parede de concreto, nada mais – d� voz ao essencial, uma escolha ao mesmo tempo est�tica e moral”, afirmou o cineasta Jo�o Moreira Salles, coprodutor de Narciso em f�rias.

“Estamos honrados de iniciar a trajet�ria do filme pelo Festival de Veneza, que � ao mesmo tempo o primeiro festival de cinema do mundo e o primeiro presencial, no mundo p�s-pandemia. � um evento hist�rico que pode apontar como ser� o cinema nessa nova realidade”, comentou o diretor Ricardo Calil.


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