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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Grupos teatrais vivem agonia � espera de verbas da Lei Aldir Blanc

Pierrot Lunar, Toda Deseo, C�ccix e Teatro Negro de Atitude enfrentam crise, com aluguel atrasado e trabalhadores sem sal�rio. 'Burocracia est� matando a cultura', adverte o ator L�o Quint�o


15/08/2020 04:00

Peça Um pouco de ar, por favor, da Cia. Pierrot Lunar, que enfrenta crise causada pela pandemia (foto: Guto Muniz/divulgação)
Pe�a Um pouco de ar, por favor, da Cia. Pierrot Lunar, que enfrenta crise causada pela pandemia (foto: Guto Muniz/divulga��o)
Enquanto o isolamento social se prolonga, a situa��o de grupos de teatro alternativo de Belo Horizonte se torna cada vez mais complicada. Sem patroc�nio fixo e impossibilitadas de se apresentar, companhias enfrentam graves problemas para manter as pr�prias sedes.

“Com a pandemia e este mundo ca�tico que estamos vivendo, todos os nossos espa�os foram fechados e muitos perderam o emprego. Toda a cadeia produtiva em torno dos grupos de teatro foi atingida”, afirma L�o Quint�o, um dos fundadores do Movimento de Espa�os de Teatro Dan�a e Circo (Meta). Al�m dos atores, t�cnicos de luz e som, produtores, costureiras e vendedores ambulantes v�m sendo prejudicados com o fechamento dos espa�os.

O Meta, criado em 2016 para atender profissionais de BH, passou a abrigar artistas de todas as regi�es de Minas, com a chegada da pandemia. “Era importante que os grupos se organizassem para conseguirmos sobreviver minimamente”, explica L�o.

A esperan�a do setor � a libera��o do dinheiro previsto na Lei Aldir Blanc, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da Rep�blica. “J� estamos fechados h� cinco meses e meio, mas a documenta��o (referente � disponibiliza��o dos recursos) ainda n�o saiu”, adverte o ator.

"Vaquinha" on-line ajuda a manter espa�o do grupo Toda Deseo, que montou a pe�a Ser %u2013 Experimento para tempos sombrios (foto: Thais Andressa/divulga��o)

EMERG�NCIA  “O que nos incomoda muito � o fato de as esferas estadual, municipal e federal n�o entenderem o significado real da emerg�ncia. Existe uma burocracia enorme em volta da Lei Aldir Blanc. Foram v�rias vit�rias desde a aprova��o da lei, mas o processo est� muito demorado”, afirma L�o. “A burocracia est� matando a cultura”, denuncia.

Quando o dinheiro for liberado, a capital mineira deve receber cerca de R$ 15,8 milh�es para serem destinados ao setor cultural. A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Funda��o Municipal de Cultura, criou o Comit� de Acompanhamento da Implementa��o da Lei Aldir Blanc, com 23 integrantes, entre representantes do setor art�stico e do poder p�blico.

A proposta � assegurar “a constru��o democr�tica das estrat�gias de repasse dos recursos” e “promover a aplica��o dos benef�cios de modo eficaz, assegurando apoio efetivo aos profissionais da cultura”, informa nota da secretaria.

A primeira reuni�o do comit� vai ocorrer entre 17 e 21 de agosto, por meio de plataformas virtuais. “� preciso lembrar que esse dinheiro j� estava separado para a cultura. O artista n�o vai receb�-lo de presente, ele ter� de prestar contas e depois fazer a contrapartida. Isso j� faz parte do nosso of�cio. O dinheiro n�o � dado”, refor�a L�o Quint�o.

LUZ E �GUA Ator da Cia. Pierrot Lunar, L�o Quint�o diz que o grupo, que mant�m h� 12 anos sede pr�pria no Bairro Floresta, enfrenta grave crise. “Cortamos luz, �gua, internet. Desligamos tudo e conseguimos negociar com o propriet�rio a redu��o no valor do aluguel”, informa. Para ajudar nas despesas, o grupo faz “vaquinha” on-line (https://benfeitoria.com/espacoaberto).

“A resist�ncia dos artistas e espa�os n�o � nova. Com a pandemia, isso s� se externaliza e traz luz a a��es que j� s�o hist�ricas. As pautas s�o as mesmas”, reclama o ator e gestor cultural Rog�rio Gomes. Ele � um dos respons�veis pelo Espa�o Cor(ti��o), em Venda Nova. O local � compartilhado pelos grupos C�ccix, do qual Rog�rio faz parte, e Teatro Negro e Atitude.

“H� o risco iminente de fecharmos. Estamos conseguindo dialogar com a propriet�ria do im�vel, at� porque ela nos conhece h� anos. Mas o aluguel est� atrasado e n�o sabemos quanto tempo iremos aguentar”, lamenta o ator.

GRUTA! Toda Deseo, grupo criado em 2013, tamb�m busca resistir. “Temos muitas expectativas e nenhuma perspectiva. Fazemos a��es on-line, mas sem nenhum dinheiro envolvido. Estamos tentando nos fortalecer como coletivo, sem grana. Tentamos nos fortalecer internamente para que, no p�s-pandemia, possamos voltar com mais for�a”, conta Rafael Bacelar, um dos fundadores da trupe.

O grupo � respons�vel pelo espa�o A Gruta!, na Zona Leste de Belo Horizonte, marco da cena alternativa. “� um local muito importante, com mais de 10 anos de hist�ria. V�rios grupos j� passaram por la”, ressalta Rafael.

A Gruta! quase fechou as portas. Isso s� n�o ocorreu devido a uma “vaquinha” on-line. “Ela est� nos ajudando a segurar as pontas”, diz Rafael Bacelar.

*Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria




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