
Reafirmando o prop�sito de reverenciar as produ��es de teatro, dan�a e performance realizadas por negros em Belo Horizonte, o pr�mio abarca 10 categorias: Encruzilhada (dire��o), Muriquinho (infantojuvenil), Oralitura (texto e trilha sonora), Corpo adere�o (dan�a), Performance do tempo espiralar (performance), Lugar da mem�ria (cena curta), Afrografia (atua��o), Cena em sombras (cen�rio, figurino e luz), Palco em negro (espet�culo de longa dura��o) e Ancestralidade (personalidade, homenagem e revela��o).
ABDIAS
O tema desta edi��o � Quilombismo, inspirado na teoria desenvolvida em livro pelo ator e dramaturgo Abdias do Nascimento (1914-2011). Coordenador do pr�mio, Denilson Tourinho ressalta a rela��o do conceito com o formato on-line a que a premia��o se adequou. “Estamos recorrendo a outro mecanismo da �rea das artes para anunciar os vencedores, propondo um aquilombamento virtual”, diz.
Concorrem 254 montagens de artes c�nicas negras de BH, realizadas de 1972 a 2020. “O pr�mio, na verdade, � um projeto de estudo que leva em conta tem�ticas e contextos sociais. Ao todo, j� catalogamos 284 montagens, das quais 30 foram agraciadas nas outras tr�s edi��es”, explica Tourinho, que assina a curadoria.
O j�ri deste ano � formado pelos artistas Giovanna Heliodoro, Evando Passos e Marcus Carvalho. O v�deo da premia��o, que resgatar� imagens das edi��es anteriores, � assinado pela produtora Ponta de Anzol, com programa��o visual do coletivo Aqui Tamb�m � Seu Quilombo. Os vencedores receber�o um exemplar do livro O quilombismo: documentos de uma milit�ncia pan-africanista (Editora Perspectiva), de Abdias do Nascimento, um trof�u e R$ 1 mil.
“O Pr�mio LMM � pautado em livros, como trof�u, e a organiza��o leva em conta todo o apoio que pode ser dado a empreendedoras e empreendedores negros, que s�o nossos parceiros. Como estamos num contexto em que os artistas est�o sem perspectiva de voltar ao trabalho, pensamos no pr�mio em dinheiro como um aux�lio financeiro e afetivo”, explica o coordenador.
O homenageado deste ano ser� o ator e diretor Hilton Cobra, da companhia carioca Cia. dos Comuns. Conhecido como Cobrinha, ele atua no espet�culo solo Traga-me a cabe�a de Lima Barreto, apresentado recentemente por meio do projeto #EmCasaComSesc, disponibilizado no YouTube.
Escrita pelo diretor e dramaturgo Luiz Marfuz para comemorar os 40 anos de carreira de Cobrinha, a pe�a tem in�cio ap�s a morte do escritor Lima Barreto (1881-1922) e parte de uma imagin�ria sess�o de aut�psia na cabe�a do escritor conduzida por m�dicos eugenistas, defensores da higieniza��o racial no Brasil, na d�cada de 1930.
O prop�sito da aut�psia � responder � seguinte pergunta dos eugenistas: “Como um c�rebro considerado inferior poderia ter produzido uma obra liter�ria de porte se o privil�gio da arte nobre e da boa escrita � das ra�as tidas como superiores?”.
A partir desse embate, a pe�a aborda as v�rias facetas da personalidade e da genialidade de Lima Barreto. Discute a loucura, o racismo, a eugenia, a obra n�o reconhecida de Lima e os enfrentamentos pol�ticos e liter�rios de sua �poca no Rio de Janeiro.
PR�MIO LEDA MARIA MARTINS
Neste s�bado (22), �s 17h, em
www.youtube.com/premioledamariamartins
TRAGA-ME A CABE�A DE LIMA BARRETO
Pe�a com Hilton Cobra. Dispon�vel no canal do Sesc S�o Paulo no YouTube (www.youtube.com/sescsp)