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Estado de Minas S�RIE

Cate Blanchett vive antifeminista em Mrs. America, indicada a 10 Emmys

Atriz interpreta Phyllis Schlafly (1924-2016) na produ��o sobre a lobista americana que fez campanha contra a igualdade de direitos entre homens e mulheres


18/09/2020 04:00

Cate Blanchett assume o papel de Phyllis Schlafly (1924-2016) na série Mrs. America, sobre a lobista americana que liderou campanha para vetar a lei da igualdade de direitos entre homens e mulheres (foto: FOX/DIVULGAÇÃO )
Cate Blanchett assume o papel de Phyllis Schlafly (1924-2016) na s�rie Mrs. America, sobre a lobista americana que liderou campanha para vetar a lei da igualdade de direitos entre homens e mulheres (foto: FOX/DIVULGA��O )
Chamar a aten��o para a trajet�ria de uma antifeminista radical em 2020 pode soar um tanto anacr�nico – ou perigoso, dependendo do ponto de vista. Mas Mrs. America consegue, com um roteiro engenhoso, elenco de peso e �tima reconstitui��o de �poca, tra�ar um retrato justo de Phyllis Schlafly (1924-2016), sem demoniz�-la. N�o precisamos concordar com ela, mas conseguimos acompanhar seu percurso, sem enxerg�-la como simplesmente uma vil�.

Miniss�rie em nove epis�dios criada por Dahvi Waller (um dos roteiristas de Mad men), Mrs. America � protagonizada por Cate Blanchett, o que j� vale como uma grande credencial. A Fox Premium 1 lan�a a produ��o integralmente somente na pr�xima semana, mas faz uma pr�-estreia neste s�bado (19) com os dois primeiros epis�dios, para aproveitar o burburinho em torno do Emmy. 

Mrs. America est� concorrendo em 10 categorias no pr�mio da ind�stria de TV americana, cuja 72ª edi��o ocorrer� neste domingo (20). Entre as indica��es est�o a de melhor miniss�rie, melhor atriz (para Blanchett) e atrizes coadjuvantes para Margo Martindale, Uzo Aduba e Tracey Ullman. 

Antes de come�ar a ver a s�rie, � melhor conhecer um pouco sobre a personagem central, que foi important�ssima para o Partido Republicano entre os anos 1970 e 1980 (era muito pr�xima de Ronald Reagan). � justamente o per�odo setentista que a s�rie acompanha, quando Schlafly realizou seu grande feito.

Em 1972, ela encabe�ou a campanha contra a chamada Emenda da Igualdade de Direitos (ERA, do ingl�s Equal Rights Amendment). A iniciativa dos democratas previa incorporar � Constitui��o americana a garantia de igualdade entre homens e mulheres. Com a batalha quase ganha pelos democratas, Phyllis entrou em a��o e convocou uma legi�o de donas de casa em todo o pa�s para barrar a legisla��o. 

Seu argumento ao criar o ERA Stop (sigla para Stop take our privileges, Pare de tirar nossos privil�gios, em tradu��o livre) foi de que a emenda acabaria com os benef�cios que a mulheres casadas tinham na Previd�ncia Social, como banheiros separados para os sexos feminino e masculino e isen��o do recrutamento militar. 

Reacion�ria 
Apresentada dessa maneira, pode-se fazer de Phyllis a imagem de uma reacion�ria obtusa e casca grossa. Pois a personagem passa longe disso. Foi uma mulher brilhante, autora de uma d�zia de livros, que estudou muito mais do que seus pares do sexo masculino (foi aluna da prestigiosa Radcliffe College, institui��o feminina de Harvard, que na �poca n�o aceitava mulheres). 

Ao contr�rio do que pregava (que a dona de casa deveria continuar como tal), ela trabalhou como ningu�m no mercado. Era, obviamente, de classe privilegiada. Por causa disso, teve quem tomasse conta de seus seis filhos, enquanto atuava nos bastidores da pol�tica americana.

“Algumas mulheres gostam de culpar o sexismo por seus fracassos, em vez de admitir que n�o se esfor�aram o suficiente”, diz a personagem, em certo momento, com um sorriso nos l�bios. N�o faltam esfor�os e trabalho na trajet�ria de Phyllis. Ainda que ela (aqui com uma aparente serenidade que Cate Blanchett imp�e ao papel) seja a personagem central da narrativa, a miniss�rie destaca outras mulheres marcantes do per�odo. Boa parte delas antagonistas de Phyllis.

V�rios epis�dios t�m como t�tulo os nomes das personagens destacadas. Abrindo com Phyllis, os cap�tulos ainda se det�m na jornalista feminista Gloria Steinem (Rose Byrne); em Shirley Chisholm (Uzo Aduba), a primeira mulher negra eleita para o Congresso americano (e que desejou se tornar tamb�m a primeira presidente negra dos EUA); Betty Friedan (Tracey Ullman), “papa” do feminismo; e Jill Ruckelshaus (Elizabeth Banks), tamb�m feminista, s� que � direita, j� que integra o c�rculo republicano.

O epis�dio-piloto coloca na mesa as pr�prias contradi��es de Phyllis. Ap�s uma frustrada candidatura ao Congresso, ela, especialista em defesa e pol�tica nuclear, descobre que sua voz s� ser� ouvida se lidar com uma quest�o “apropriada”, digamos assim, ao sexo feminino. � por isso que encampa a luta antifeminista.

Mrs. America acaba sendo n�o somente uma produ��o sobre tais personagens, como tamb�m sobre a derrocada do idealismo de esquerda que conduziria ao conservadorismo da Era Reagan, dos anos 1980. Algo a se pensar para os dias de hoje. 


MRS. AMERICA
Miniss�rie em nove epis�dios. Neste s�bado (19), �s 22h15, ser�o exibidos os dois primeiros, na Fox Premium 1. No dia 26, �s 18h, a miniss�rie ser� exibida integralmente no mesmo canal. No dia 29, �s 23h, a produ��o passa a ser exibida sempre �s ter�as, �s 23h, com um epis�dio por semana. Epis�dios tamb�m estar�o dispon�veis no app da Fox



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