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Estado de Minas LITERATURA

Criado em 1887, Sherlock Holmes vence a barreira do tempo

Com vi�s feminista, filme estrelado por Millie Bobby Brown 'moderniza' o famoso detetive; m�tico personagem inspira autores de v�rias gera��es


26/10/2020 04:00 - atualizado 26/10/2020 08:12

No longa Enola Holmes, Millie Bobby Brown interpreta a jovem irmã de Sherlock criada pela escritora americana Nancy Springer(foto: Netflix/divulgação)
No longa Enola Holmes, Millie Bobby Brown interpreta a jovem irm� de Sherlock criada pela escritora americana Nancy Springer (foto: Netflix/divulga��o)

Sherlock Holmes � um dos personagens com a maior quantidade de releituras na hist�ria da literatura, protagonista de mais de mil obras, entre livros, pe�as de teatro, filmes, quadrinhos e jogos. Com a recente adapta��o do romance Enola Holmes: O caso do marqu�s desaparecido (Verus), da escritora norte-americana Nancy Springer, pela Netflix, o detetive mais famoso do mundo, que surgiu em 1887, criado por Arthur Conan Doyle, voltou aos holofotes – de onde talvez nunca tenha verdadeiramente sa�do.

“Leio Sherlock Holmes desde crian�a. Quando tinha 10 ou 12 anos, esgotei suas hist�rias e fiquei inconsol�vel. Parecia que havia uma lacuna para uma figura feminina. Arthur Conan Doyle negligenciou o g�nero feminino e me muniu com a oportunidade de preencher essa lacuna, fico surpresa porque ningu�m tenha aproveitado a oportunidade antes”, afirma Nancy Springer, que publicou o primeiro livro de Enola Holmes em 2006.

(foto: Penguim/reprodução)
(foto: Penguim/reprodu��o)
 

"Sherlock � uma esp�cie de proto-Super-Homem, ele foi um super-her�i antes da �poca"

Nancy Springer, escritora



Apesar de o filme dirigido por Harry Bradbeer mudar pontos-chave do enredo criado por Springer, a autora aprovou a adapta��o da Netflix, com Millie Bobby Brown no papel de Enola e Henry Cavill como Sherlock. “As duas obras funcionam perfeitamente bem de modo independente entre si”, afirma.

JORNADA

O livro, t�pico romance de forma��o, acompanha Enola em uma jornada de autodescobrimento iniciada com o sumi�o de sua m�e. A primeira atitude da menina ao saber do desaparecimento de Eudoria Holmes � convocar os irm�os mais velhos, Sherlock e Mycroft, para ajud�-la nas buscas.

No entanto, quando os cavalheiros tomam conhecimento da educa��o pouco ortodoxa para os padr�es vitorianos que Eudoria, protofeminista e sufragista, vinha oferecendo � jovem, decidem matricular Enola em um internato para torn�-la uma dama adequada � sociedade da �poca.

Para evitar esse destino, a menina foge dos irm�os – o que n�o � f�cil, pois um deles � Sherlock Holmes – e procura a m�e por conta pr�pria, envolvendo-se em outro caso e se tornando uma detetive informal.

Arthur Conan Doyle lançou seu famoso detetive em 1887, no livro Um estudo em vermelho(foto: Reprodução)
Arthur Conan Doyle lan�ou seu famoso detetive em 1887, no livro Um estudo em vermelho (foto: Reprodu��o)
 

Enola Holmes ganha relev�ncia justamente por revisitar uma personagem t�o importante pelo vi�s da quest�o de g�nero. A saga tem seis livros publicados e dois no prelo. No in�cio do primeiro romance, a protagonista compara mentalmente os talentos do irm�o enumerados pelo doutor Watson em Um estudo em vermelho (qu�mico, violinista, pugilista, pensador dedutivo) com as pr�prias aptid�es adolescentes (ler, escrever, somar, encontrar ninhos e andar de bicicleta), sentindo-se diminu�da e ofuscada, como muitas mulheres da �poca de fato foram.

De acordo com Nancy Springer, a personagem tem uma carga autobiogr�fica bastante forte. “Baseei-a muito em mim mesma. Tive uma m�e desaparecida, n�o fisicamente, e dois irm�os mais velhos. Senti a mesma sensa��o de solid�o”, revela a autora.

Contudo, embora Enola seja jovem e inexperiente, ela aprende a usar a feminilidade como vantagem em rela��o a Sherlock, disfar�ando-se com trajes de vi�va ou usando exuberantes vestimentas vitorianas para esconder dinheiro e objetos.

“Enquanto Sherlock Holmes classificava ‘o belo sexo’ como irracional e insignificante, eu sabia de coisas que sua mente 'l�gica' jamais poderia compreender”, calcula Enola fim de sua jornada.
“Sherlock � uma esp�cie de proto-Super-Homem, ele foi um super-her�i antes da �poca. Era um modelo, e mesmo que n�o tivesse superpoderes, era quase como se os tivesse com seu pensamentodedutivo”, observa Springer.

Para a escritora, a popularidade do detetive pode ajudar a sociedade a cultivar um pensamento mais racional, especialmente neste momento de pandemia da COVID-19.

“N�o podemos ter m�sticos dizendo o que fazer, precisamos encontrar solu��es baseadas em fatos s�lidos”, defende.

ENOLA HOLMES

. Dire��o: Harry Bradbeer
. Com Millie Bobby Brown, 
  Henry Cavill e Sam Claflin
. Netflix, 123min


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