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Estado de Minas LIVROS

Editoras apostam em feiras liter�rias f�sicas para formar leitores

Vendas on-lines se apresentaram como alternativa, mas eventos liter�rios seguem como fundamentais recuperar mercado


08/12/2020 04:00 - atualizado 08/12/2020 09:32

Ana Luísa Chafir, da editora Bem-te-vi, reconhece o momento delicado, mas também destaca o crescimento do mercado virtual(foto: Thiago Morandi/Divulgação)
Ana Lu�sa Chafir, da editora Bem-te-vi, reconhece o momento delicado, mas tamb�m destaca o crescimento do mercado virtual (foto: Thiago Morandi/Divulga��o)

O mercado editorial brasileiro se movimenta para n�o ser engolido por empresas multinacionais e, durante a pandemia do novo coronav�rus, busca se reinventar. A quarentena obrigou as livrarias a fechar as portas. Vendas on-lines se apresentaram como alternativa, mas eventos liter�rios seguem como fundamentais para a forma��o de leitores. A Feira Liter�ria de Tiradentes (Fliti), realizada no fim de novembro na cidade hist�rica mineira, demonstra a import�ncia dos eventos presenciais. O contato do leitor com o livro de papel segue como experi�ncia �nica.

Eventos como a Fliti apontam caminhos para a recupera��o, como demonstra a participa��o das editoras Melhoramentos, Mandala Produ��es, Aquarius, Quixote+Do, Aletria, Bambol� e Bem-te-vi. Para muitas delas, foi a primeira, e �nica, feira presencial do ano.

“Feiras, como a de Tiradentes, privilegiam as editoras. A organiza��o tem esse cuidado, mas, mesmo assim, imagina a luta que � nesse contexto chegar �s pessoas”, afirma Luciana Tanure, editora da Quixote Do. Ela lembra que quando veio a pandemia, em mar�o, a empresa havia acertado todos os contratos para a produ��o de livros, mas foi surpreendida. “Fechei os contratos em um cen�rio e tive que execut�-los em outro. Pela primeira vez estou em d�ficit financeiro. Tenho de pagar gr�fica, porque o papel acabou de aumentar.”

O cen�rio ficou ainda mais inst�vel para as editoras, porque h� apenas um fornecedor de papel no Brasil, diz Luciana, o que dificulta a negocia��o. A Fliti foi o primeiro evento presencial da Quixote Do. A pandemia impediu, por exemplo, a realiza��o do Festival Livro na Rua (Flir), em Belo Horizonte, evento que teve de ser adiado. “Por causa do isolamento social, n�o realizamos o Flir, mas h� planejamento para faz�-lo em 2021 com apoio internacional, da embaixada da Fran�a”, revela Luciana.

Apesar da dificuldade, ela acredita que as editoras independentes t�m papel fundamental no mercado. Luciana destaca a fun��o desbravadora dessas empresas. “O movimento de ascens�o do trabalho de um editor, de uma editora, de um produtor cultural, de um criador, empreendedor, ou seja, a ascens�o do pequeno para o maior, � muito bem-vinda. Precisamos abrir e criar mercado de leitores no Brasil”, enfatiza.

"Feiras, como a de Tiradentes (a Fliti), privilegiam as editoras. A organiza��o tem esse cuidado, mas, mesmo assim, imagina a luta que � nesse contexto chegar �s pessoas"

Luciana Tanure, editora da Quixote Do


Outro problema enfrentado pelas editoras � o pre�o do livro. “� verdade e tamb�m n�o � que o livro � caro. O objeto livro em papel � o nosso foco. E o papel � uma commodity, negociada na Bolsa de Valores de Nova York, depende do valor da celulose.” Luciana ressalta que a precifica��o do livro no Brasil est� muito atrelada � varia��o do d�lar.

De acordo com ela, a economia criativa encontra-se em um momento decisivo, apesar da crise. “Estamos nos anos 20 deste s�culo, somos a vanguarda. A etimologia da palavra crise no grego antigo, a crise � um portal. N�s que trabalhamos com livro, cinema, produ��o cultural, dan�a, teatro ou empreendedorismo da economia criativa, estamos atravessando sempre um portal e, principalmente agora, um espa�o h�brido.”

Luciana ressalta que “a Quixote tem o intuito de valorizar o que � nosso, mas tamb�m falar a l�ngua global”. “O global � um norteador para gente. N�o somos editora de nicho. A diversidade, a escuta, o respeito � diferen�a est�o na base da nossa editora, da nossa vis�o”, diz.

Ela faz a analogia do consumo do livro com o consumo de alimentos. “Da mesma forma que a gente procura um alimento que seja nosso e n�o tenha agrot�xico, devemos procurar alimento para o nosso intelecto, para a nossa forma��o cultural, que tamb�m seja nosso e que respeite a cadeia de produ��o”, afirma. “Os livros da Quixote Do t�m o selo FSC, que garante que todo o papel que a gente usa � de fontes renov�veis.

Fundada por Vivi Nabuco, a editora Bem-te-vi tamb�m participou da Fliti. “Vivi tem uma rela��o muito grande com Tiradentes. A m�e dela restaurou a cidade, criou a Funda��o Rodrigo Melo Franco de Andrade, que est� fazendo 50 anos em 2020”, conta a editora Ana Lu�sa Chafir.

Na avalia��o dela, as editoras passam por momento delicado devido � fragilidade da economia brasileira, aliada � crise pol�tica. “A crise afetou bastante a vida das empresas e a pandemia veio para acabar com o acesso e o tr�nsito das pessoas nas livrarias, nos ambientes de trabalho e de produ��o editorial. Por outro lado, houve grande avan�o no mercado virtual, de vendas on-line e e-books”, afirma. “Impulsionadas pelo entretenimento em casa, as editoras passaram a vender mais por meio dos sites”, conclui.


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