Adolescente, Andr� Azenha assistia a Batman: A s�rie animada na TV. Adulto, dedicou a ela sua disserta��o de mestrado no programa de p�s-gradua��o em comunica��o da Universidade Anhembi Morumbi, em S�o Paulo. “Na minha opini�o, � a melhor transposi��o audiovisual do Batman, embora a s�rie n�o seja pesquisada ou falada como merecia. Por isso, quis dar espa�o na minha pesquisa para esse tema”, explica o autor, de 40 anos.
Derivado da pesquisa acad�mica de Azenha sobre Batman, o noir e o expressionismo, a publica��o, segundo o autor, tamb�m � voltada para f�s que queiram conhecer melhor o personagem. Em 2016, ele lan�ou Hist�rias: Batman e Superman no cinema.
“O noir e o expressionismo est�o presentes em Batman desde sempre, mas o �pice ocorre na anima��o de 1992”, defende Azenha. De acordo com ele, a s�rie – vencedora de quatro pr�mios Emmy – foi um marco do desenho animado devido � sua t�cnica e a suas refer�ncias cinematogr�ficas.
O expressionismo alem�o, movimento surgido no in�cio do s�culo 20, influenciou o cinema na d�cada de 1920. De acordo com Azenha, h� marcas expressionistas tanto na origem de Batman quanto no desenvolvimento de Coringa. O vil�o mais famoso de Gotham City � inspirado no filme O homem que ri (1928), do diretor Paul Leni, um dos principais expoentes expressionistas.
O filme noir surgiu na d�cada de 1940, com hist�rias de suspense envolvendo detetives e mist�rio, caracter�sticas comuns de Batman, al�m da figura da mulher fatal – marca da Mulher-Gato, outra vil� de Gotham City.
O livro de Azenha mostra Batman nos quadrinhos, as primeiras vers�es no cinema e a trajet�ria do personagem at� os anos 1990. A diversidade de inimigos do her�i � outro destaque da s�rie. O autor procura mostrar a rela��o de Duas Caras, Pinguim, Homem-Morcego, Mulher-Gato e Cara de Barro com o cinema noir.
REFLEX�ES
Azenha elogia Batman: A s�rie animada por trabalhar os personagens com profundidade e tamb�m inserir novas figuras no universo de Gotham City, como Arlequina, a namorada do Coringa. “H� epis�dios que a crian�ada adora, mas outros rendem reflex�es profundas, como a explora��o de trabalho infantil e relacionamentos abusivos”, comenta.
Por outro lado, Batman: A s�rie animada apostou em inova��es narrativas, como �geis movimentos de c�mera e um design especial. “A produ��o abriu m�o de tra�os desnecess�rios, como aqueles que voc� v� em desenhos de Super Amigos, X-Men ou Homem-Aranha. S�o tra�os crus, que d�o fluidez e leveza quando o personagem se movimenta. Batman, muitas vezes, parece flutuar. Isso tornou a anima��o mais org�nica”, afirma o pesquisador.
* Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Tet� Monteiro
BATMAN: A S�RIE ANIMADA – UMA REVOLU��O DOS HER�IS NA TV
De Andr� Azenha
Editora Amavisse
243 p�ginas
R$ 40 (+ frete)