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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Longa exibido no Festival de Berlim � lan�ado no streaming

Com 'Um inverno em Nova York', diretora dinamarquesa Lone Scherfig situa na megal�pole americana um conto sobre fracasso e esperan�a


31/12/2020 18:05 - atualizado 31/12/2020 18:31


Durante anos, a cineasta dinamarquesa Lone Scherfig coletou pensamentos, ideias, imagens. "S�o coisas que me preocupam, ou que quero celebrar e, talvez um tanto de sonho de como eu gostaria que o mundo fosse", afirma. Assim nasceu Um inverno em Nova York, dispon�vel para aluguel e compra nas plataformas digitais Now, Vivo Play, iTunes/Apple TV, Sky Play, Google Play e YouTube. � uma esp�cie de f�bula sobre a sociedade moderna, baseada na cidade americana.

Para l� escapa Clara (Zoe Kazan), a jovem m�e de duas crian�as e dona de casa, fugindo do marido abusivo, um policial (Esben Smed). � onde moram Alice (Andrea Riseborough), uma enfermeira que tamb�m � volunt�ria num abrigo para os sem-teto; Jeff (Caleb Landry Jones), um rapaz que n�o d� certo em nada, e Marc (Tahar Rahim), que acaba de sair da pris�o, gra�as ao seu advogado John Peter (Jay Baruchel), e que consegue um emprego no restaurante russo decadente de Timofey (Bill Nighy).

� exce��o do rebuscado restaurante, os outros cen�rios est�o longe da Nova York de cart�es-postais. S�o hospitais, abrigos para sem-teto, pequenas igrejas, becos. "Muitos americanos vivem m�s a m�s", afirma Scherfig. "A dist�ncia entre ter uma vida normal e simplesmente terminar na rua � muito pequena, especialmente para olhos europeus."

SONHO 
Para ela, � evidente que o sonho americano vendido em tantos filmes e s�ries de televis�o � poss�vel, mas n�o � uma regra. "Sempre acho perigoso quando celebridades dizem que, se voc� quiser algo de verdade, vai conseguir. � uma mentira."

Em outubro deste ano, mais de 57 mil homens, mulheres e crian�as dormiram em abrigos na cidade de Nova York. Ao mesmo tempo, Scherfig sempre ficou impressionada com a disposi��o dos americanos para a caridade. "Mesmo que voc� n�o tenha ningu�m neste mundo, estranhos v�o ajudar", disse a diretora de Italiano para principiantes (2000) e Educa��o (2009).

"Acho que tem a ver com ser uma na��o de imigrantes, onde h� uma certa hospitalidade e uma abertura para conversar com pessoas que voc� n�o conhece. Os americanos tamb�m consideram a caridade social como algo que devem fazer pessoalmente, enquanto na minha parte do mundo o pensamento � o de que o Estado � o respons�vel."

Ent�o, apesar de todos os dramas desses personagens feridos, Um inverno em Nova York � otimista. Para contar essa hist�ria, a cineasta reuniu um elenco multinacional. Zoe Kazan, Caleb Landry Jones e Jay Baruchel s�o americanos; Andrea Riseborough e Bill Nighy, ingleses, e Tahar Rahim, franc�s. "Em parte, eu quis que o cen�rio fosse Nova York para poder fazer um filme internacional", disse ela.

Originalmente, os personagens eram mais velhos do que os atores que acabaram sendo escolhidos. "E quando Bill Nighy entrou no projeto, alterei bastante o roteiro. Timofey teria 35 anos. Mas Nighy pode fazer qualquer papel", disse ela sobre o ator, com quem j� tinha trabalhado em Sua melhor hist�ria (2016). Normalmente, Scherfig sente que gostaria de conhecer os personagens que est�o no papel. Aqui, foi diferente. "Eu sinto falta dos atores. Gostaria de trabalhar com eles novamente."

A difus�o do filme, que abriu o Festival de Berlim no ano passado, em plena pandemia d� um sabor especial. "Estamos sentindo falta de pessoas, n�o s� das que conhecemos, mas de pessoas em geral. E temos um respeito extra pelos profissionais de sa�de, como a Alice do filme. Ele acabou sendo muito atual, apesar de sua cria��o datar do governo de Barack Obama."

A diretora espera que seu filme ajude a aumentar a conscientiza��o sobre os diferentes tipos de abuso dom�stico, seja f�sico, mental ou financeiro, como acontece com Clara no filme. "N�o foi � toa que a Camilla Parker Bowles, duquesa da Cornualha, falou que � preciso intervir quando h� suspeita de viol�ncia dom�stica. Especialmente agora, durante as quarentenas, precisamos ajudar. As mulheres s�o muito boas em esconder esse tipo de coisa. Elas tamb�m s�o boas em esconder quando est�o em situa��o de rua. Precisamos ficar alertas para detectar os sinais."  


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