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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Reuni�o define hoje (4/1) rumo da Campanha de Populariza��o do Teatro

Organiza��o e produtores de espet�culos decidem se mant�m in�cio nesta quarta (6/1) nos teatros da cidade ou migram para o formato virtual, o que adiar� evento


04/01/2021 04:00 - atualizado 04/01/2021 07:28

Maio, antes que você me esqueça teve duas únicas apresentações no ano passado, para um teatro com - o novo lotado, que é meia casa -, segundo Maurício Canguçu(foto: Raquel Guerra/Divulgação)
Maio, antes que voc� me esque�a teve duas �nicas apresenta��es no ano passado, para um teatro com - o novo lotado, que � meia casa -, segundo Maur�cio Cangu�u (foto: Raquel Guerra/Divulga��o)

"Ou � uma coisa ou outra, n�o temos dinheiro para fazer os dois formatos (virtual e presencial), tudo � muito caro"

Dilson Mayron, coordenador da Campanha


Maior e mais tradicional evento cultural realizado no in�cio do ano em Belo Horizonte, a Campanha de Populariza��o do Teatro e da Dan�a ter� edi��o em 2021, apesar da pandemia da COVID-19. S� n�o se sabe em que formato. Prevista para ter in�cio nesta quarta-feira (6/1), a 47ª. edi��o do evento ser� definida somente na manh� desta segunda (4/1).

Uma reuni�o entre a organiza��o da Campanha, promovida pelo Sindicato dos Produtores de Artes C�nicas de Minas Gerais (Sinparc-MG) e os produtores dos 55 espet�culos previstos na programa��o, ir� definir o formato do evento, se presencial ou virtual. 

“Estamos de p�s e m�os atados, e essa � uma quest�o no mundo inteiro, que est� com teatros fechados. N�o posso tomar a decis�o sozinho, precisamos dos filiados do Sinparc para definir. Porque, de repente, podemos come�ar a Campanha, e o prefeito (Alexandre Kalil) pode, por exemplo, fechar a cidade no dia 15”, afirma Dilson Mayron, coordenador do evento.

O produtor informa que, caso na reuni�o desta segunda seja decidido que a Campanha ter� o formato digital, sua data de in�cio ser� prorrogada. “Ou � uma coisa ou outra, n�o temos dinheiro para fazer os dois formatos, tudo � muito caro”, diz Mayron, referindo-se � tecnologia necess�ria para transmiss�es on-line.

Como vencer a burocracia sem ter um infarto é o outro espetáculo de 2020 previsto na programação, que será refeita, se o formato virtual prevalecer (foto: Bruno Leonel/Divulgação)
Como vencer a burocracia sem ter um infarto � o outro espet�culo de 2020 previsto na programa��o, que ser� refeita, se o formato virtual prevalecer (foto: Bruno Leonel/Divulga��o)

"Eu queria passar por esta experi�ncia (de teatro on-line) e passei. Mas n�o quero mais. A linguagem � outra. Tentei, mas n�o consegui ver nenhuma pe�a filmada. Fa�o teatro porque acredito, gosto, me completa"

Mauricio Cangu�u,ator e produtor

TEMPORADA 


Se o formato on-line prevalecer, dever� haver um novo edital para definir quais espet�culos ser�o apresentados. At� o momento, a Campanha est� prevista para ser realizada entre 6 de janeiro e 7 de fevereiro. Um dos quesitos necess�rios para que um espet�culo participe do evento � que ele tenha cumprido temporada no ano anterior.

No entanto, em decorr�ncia da pandemia do novo coronav�rus, que fez com que os teatros ficassem fechados por sete meses e meio, o edital para a edi��o 2021 foi modificado. Deixou de existir a obrigatoriedade da temporada no ano anterior e foi aberta a participa��o para espet�culos estreantes. Encerrado no in�cio de novembro, o edital teve 80 montagens inscritas, entre adultas e infantis.

“Com o passar do tempo, muitos produtores ficaram com medo e nos mandaram carta pedindo para sair”, conta Mayron. Da� o n�mero atual de 55 espet�culos, que ainda poder� mudar, caso o formato presencial seja substitu�do pelo virtual

�s v�speras da data de in�cio prevista, o coordenador afirma que todos os teatros j� est�o agendados, inclusive espa�os p�blicos, como as salas Juvenal Dias e Jo�o Ceschiatti (estaduais, do Pal�cio das Artes) e os teatros Mar�lia e Francisco Nunes (municipais).

O Grande Teatro do Pal�cio das Artes, que costuma receber espet�culos da Campanha, n�o participar� neste ano. “O valor do aluguel dele n�o cobre os custos, j� que a taxa de ocupa��o � menor (em geral de 50% da lota��o de cada espa�o). Outro grande problema � saber se as pessoas v�o sair de casa para ir ao teatro, pois a coisa n�o est� brincadeira”, afirma Mayron.

Dos espet�culos previstos para a Campanha, somente dois estrearam, em curt�ssima temporada, em 2020. S�o eles o drama Maio, antes que voc� me esque�a, texto e dire��o de Jair Raso para a Cangaral Produ��es, de Maur�cio Cangu�u e �lvio Amaral (teve duas sess�es no in�cio de dezembro no Teatro Feluma) e a com�dia Como vencer a burocracia sem ter um infarto, texto de Ed Vasconcellos, dire��o de �lvio Amaral, com os atores Fernando Ver�ssimo e Lucas Barbosa (tr�s apresenta��es no Teatro de C�mara do Cine Theatro Brasil Vallourec, em novembro).

Maio, que estreou em 21 de novembro passado, com apresenta��o �nica em Fortaleza, foi escrita h� 12 anos por Jair Raso, a pedido de Cangu�u e Amaral. O texto acompanha a rela��o de um filho e seu pai, que sofre de Alzheimer. 

“Quando o Jair escreveu, o pai do �lvio tinha falecido e a minha m�e tinha sido diagnosticada com Alzheimer. Na �poca, n�o t�nhamos maturidade para mont�-la. Na pandemia, come�amos a ler de novo e, quando o fizemos, come�amos a chorar e a rir. Ligamos para o Jair e ele s� nos perguntou quando quer�amos fazer”, relembra Cangu�u.

Os ensaios come�aram no final de setembro. “Tamb�m havia a necessidade de trabalhar, atuar. Nunca fiquei tanto tempo sem fazer teatro”, comenta ele. Nos ensaios, Jair Raso, que � neurocirurgi�o, acompanhou de m�scara a dupla de atores. Nas duas apresenta��es, a casa estava cheia. “O ‘novo lotado’, que � meia casa”, acrescenta Cangu�u.

Para ele, reencontrar o p�blico foi especial. “Foi maravilhoso para a gente, que est� muito carente de fam�lia, amigos.” �lvio Amaral concorda: “Tive medo, pois n�o sabia como iria acontecer (a pe�a). Mas o teatro, cheio de protocolos, foi muito seguro, e isto nos tranquilizou na volta ao palco, que n�o � a mesma coisa que fazer on-line. A respira��o, a energia do p�blico, isto falta.”

Amaral fez toda a dire��o de Como vencer a burocracia sem ter um infarto de m�scara. “Foi um processo cheio de cuidados e as tr�s apresenta��es foram bem-sucedidas. Teve um p�blico espont�neo de pagantes. N�o demos convite, j� que a produ��o precisava ter o retorno (de bilheteria) para pagar a pe�a e o aluguel do teatro.”

A dupla � respons�vel pelo sucesso mais longevo da Campanha de Populariza��o, a com�dia Acredite, um esp�rito baixou em mim, que desde que estreou, 23 anos atr�s, nunca deixou de participar do evento. J� h� 15 datas agendadas no Cine Theatro Brasil Vallourec para o espet�culo criado por Ronaldo Ciambroni. Mas, caso seja definido que a Campanha seja digital, nem esta com�dia nem tampouco Maio ser�o apresentados.

“N�s, artistas, temos um compromisso com a sociedade. Foram os artistas – atrav�s dos filmes, s�ries, pe�as – que mantivemos as pessoas no prumo durante a pandemia. Ent�o, se os �rg�os sanit�rios indicarem que estamos em perigo, n�o podemos dizer para as pessoas ‘v� para a rua, v� ao teatro’. Mas, se tiver um caminho (de fazer apresenta��es presenciais), n�s faremos. O que n�o quero � fazer on-line”, afirma Cangu�u.

Em setembro, Acredite, um esp�rito baixou em mim foi apresentada no Cine Theatro Brasil em uma transmiss�o digital, que teve um p�blico de 10 mil pessoas. “Eu queria passar por esta experi�ncia e passei. Mas n�o quero mais. A linguagem � outra. Tentei, mas n�o consegui ver nenhuma pe�a filmada. Fa�o teatro porque acredito, gosto, me completa”, diz Cangu�u.

Amaral, que tamb�m � vice-presidente do Sinparc, tampouco vai levar Acredite, um esp�rito... e Maio para os palcos, caso o formato definido seja o virtual. “A decis�o (de manter os teatros abertos ou n�o) � do prefeito, do secret�rio de sa�de. O Esp�rito... on-line ficou muito aqu�m do trabalho. E Maio, que � novo, prefiro esperar, quando houver licen�a das autoridades respons�veis”, conclui. 

VAC S� EM 2022

Outro evento j� tradicional deste per�odo, o Ver�o Arte Contempor�nea (VAC), promovido h� 14 anos entre janeiro e fevereiro, n�o ter� edi��o em 2021. “N�o vamos fazer, primeiramente porque sempre trabalhamos com a produ��o recente dos grupos, n�o repetimos espet�culos (da edi��o anterior) e a produ��o art�stica ficou muito comprometida (com a pandemia)”, afirma Ione de Medeiros, organizadora do VAC. O evento que apresenta espet�culos, shows, exposi��es e exibi��es de filmes teria sua 15ª. edi��o neste ano. “Vamos realiz�-la em 2022, espero que com mais tranquilidade. N�o quis fazer uma produ��o mista com v�deo, pois ainda acredito no teatro presencial”, acrescenta.


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