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Estado de Minas M�SICA

Anavit�ria lan�a Cor, que vai al�m do pop fofo da dupla

Novo �lbum de Ana Caetano e Vit�ria Falc�o revela amadurecimento do duo. Rita Lee, que abriu exce��o para gravar no disco, e Lenine participam do trabalho


06/01/2021 04:00 - atualizado 06/01/2021 14:00

Dupla Anavitória concebeu o álbum em um 'casulo' durante a pandemia do novo coronavírus e o divulgou nas plataformas digitais nos primeiros minutos de 2021(foto: Breno Galtier/Divulgação)
Dupla Anavit�ria concebeu o �lbum em um 'casulo' durante a pandemia do novo coronav�rus e o divulgou nas plataformas digitais nos primeiros minutos de 2021 (foto: Breno Galtier/Divulga��o)
''Ao meu passado, eu devo o meu saber e a minha ignor�ncia/ As minhas necessidades e as minhas rela��es/ A minha cultura e o meu corpo/ Que espa�o o meu passado deixa para a minha liberdade hoje?/ N�o sou escrava dele', recita Rita Lee em determinado momento da m�sica Amarelo, azul e branco, respons�vel por abrir o novo �lbum da dupla Anavit�ria.

�cone da m�sica brasileira, a cantora, musicalmente aposentada desde 2012, abriu exce��o ao gravar para o trabalho de Ana Caetano e Vit�ria Falc�o. As duas sonhavam com a parceria desde o in�cio da carreira, em 2014, quando ainda moravam em Aragua�na, cidade do interior do Tocantins. A concretiza��o chega no momento em que a dupla, atualmente um dos nomes mais lucrativos da ind�stria musical no Brasil, experimenta uma bem-vinda liberdade art�stica que reflete na qualidade musical do disco Cor.

''Entramos em 2020 com o plano de gravar um novo �lbum, ent�o o ano j� seria mais tranquilo. Com a quarentena, isso ficou acentuado. Nunca tivemos tanto tempo para fazer um projeto sem interrup��o de viagens, shows e compromissos. A pandemia nos colocou morando juntos, em equipe, ent�o foi muito intenso. O mundo todo uma maluquice e a gente dentro de um casulo fazendo esse �lbum'', conta Vit�ria.

O “casulo” a que ela se refere � uma casa em Itaipava, na regi�o serrana do Rio de Janeiro. E a “equipe” inclui o empres�rio Felipe Simas – considerado “o quinto Beatle” da dupla – e o m�sico T� Brandileone, conhecido pelo trabalho � frente da banda paulistana 5 a Seco. � com ele que Ana Caetano coassina a produ��o musical de Cor, feito in�dito para a cantora e compositora.

''Neste disco, a Vit�ria j� tinha me dado um voto de confian�a para produzir. Sab�amos que seria eu e mais algu�m. Quando decidimos levantar esse trabalho, no in�cio da pandemia, chamamos o T� para testar algumas m�sicas e o encontro deu t�o certo que a gente quis que ele produzisse o trabalho inteiro. Foi gostoso demais trabalhar porque constru�mos uma rela��o de muito respeito'', explica Ana.

Lan�ado sem aviso pr�vio no primeiro minuto de 2021, Cor mostra um claro amadurecimento para uma dupla que se consagrou como de pop fofo com os discos Anavit�ria (2016), O tempo � agora (2018) e N (2019), com releituras de can��es de Nando Reis. O novo trabalho revela que as letras rom�nticas e acess�veis, cheias de clich�s, podem ter um pano de fundo interessante.

E esse pano de fundo aparece na forma de instrumentais que sustentam a narrativa do disco e comprovam o quanto “as” Anavit�ria est�o dispostas a atingir um p�blico mais atento � sonoridade do que �s frases bonitinhas das can��es.

Selva � um bom exemplo disso. Com cerca de tr�s minutos, a sexta faixa oferece um caminho diverso, come�a simples e termina grandiosa, com direito a metais. Terra � outro destaque, mas percorre o caminho inverso: come�a forte, pesada, e termina singela. Nas duas, chama a aten��o a voz de Vit�ria, mais grave.

A maior p�rola do disco � a derradeira Lisboa, m�sica favorita de Ana, que conta com a participa��o de Lenine. Constru�da em torno de um arranjo de viol�es, a faixa � o lugar apropriado para o encontro inusitado dos tr�s artistas.

''Quando fizemos essa letra, quer�amos muito uma voz masculina nela. Depois de muito pensar, chegamos no nome do Lenine. Arriscamos fazendo o convite e ele aceitou. E o mais legal � que foi muito r�pido, logo gravou e enviou para o Felipe (Simas), que mostrou para a gente de surpresa. O resultado � muito bonito. A regi�o vocal que ele cantou deu, na m�sica, o toque que a gente estava procurando'', comemora Ana.

Thiago Iorc

Das 14 faixas que comp�em o trabalho, 13 s�o de autoria da dupla – a �nica exce��o � a instrumental (dia 34). Detalhes como esses comprovam a sintonia entre Ana e Vit�ria, que n�o comentam o desentendimento com Thiago Iorc no ano passado. O m�sico, que era considerado uma esp�cie de padrinho musical da dupla, as teria impedido de regravar uma das can��es que dividiam a autoria. Passada a discuss�o, que chamou a aten��o nas redes sociais, Thiago se mostrou disposto a resolver a situa��o, mas Ana e Vit�ria n�o revelam se isso de fato aconteceu.

Ao contr�rio, elas preferem olhar para o passado com olhar cr�tico e at� mesmo duro. Ao ser perguntada sobre as mudan�as nesses seis anos de carreira, Ana Caetano se v� no in�cio como ''muito inocente e ing�nua, o que por um lado � muito bonito, mas por outro pode ser prejudicial''. ''Agora n�s somos duas mulheres, estamos construindo uma vida. As responsabilidades s�o outras, assim como as prioridades'', acrescenta.

Para ela, o que se mant�m � a vontade de trabalhar com o que realmente acreditam. ''N�s duas s� fazemos o que temos muita vontade de fazer. A gente s� faz porque a gente 'precisa' e est� com muita vontade de fazer''.

Com o disco lan�ado, Ana e Vit�ria n�o esperam muito de 2021. ''Vamos continuar trabalhando a paci�ncia e o n�o saber do futuro, como 2020 nos ensinou. Tamb�m vamos divulgar o Cor dentro das possibilidades remotas que temos dispon�veis e esperar por dias melhores no Brasil. Estamos empolgadas para ver o que o palco do futuro guarda, mas at� l� nos manteremos firmes e em casa'', afirma Vit�ria.

Ana concorda e acredita que somente no palco, diante do p�blico, compreender� o nome Cor, pensado por ela no distante dezembro de 2019, antes de o disco come�ar a ser feito, durante uma viagem entre Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro do Norte, no Cear�. At� l�, elas seguem coletando os significados que o universo aponta, que est�o na numerologia, nas estrelas e – por que n�o? – no acaso.

(foto: Gabriela Schmdt/Divulgação)
(foto: Gabriela Schmdt/Divulga��o)

COR
• De Anavit�ria
• F/SIMAS e Ingroove
• Dispon�vel nas plataformas digitais


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