Galp�o lan�a nesta segunda (11/1) webdocument�rio inspirado em Outros

Lan�ado em outubro de 2018, Outros, 24º espet�culo do Grupo Galp�o, acabou se tornando tamb�m a �ltima montagem in�dita da companhia mineira desde o in�cio da pandemia da COVID-19. A estreia de Quer ver escuta, prevista para 3 de abril, no Festival de Teatro de Curitiba, obviamente teve que ser adiada. Nestes 10 meses fora dos palcos, o grupo tem apresentado uma s�rie de projetos virtuais.

Com lan�amento nesta segunda (11/1) no canal do YouTube do Galp�o, o webdocument�rio A gente pode tudo pelo menos por enquanto � mais uma iniciativa do grupo de reencontrar, ainda que virtualmente, seu p�blico. Dirigido por Luiz Felipe Fernandes, realizador que acompanha o Galp�o h� muitos anos, o document�rio mostra o processo de montagem e as estreias de Outros em Belo Horizonte, S�o Paulo e Rio de Janeiro. S�o seis epis�dios, cada um com cerca de 15 minutos, que ser�o lan�ados �s segundas e quintas-feiras at� 28 de janeiro.

“J� faz muito tempo que escrevo e reescrevo mentalmente esta carta para voc�. E mesmo com muito pra dizer, eu vou deixando pra depois. Somos t�o iguais e diferentes. Conta alguma coisa n�o s� sobre voc�, mas sobre os outros, sobre a vida, sobre uma incr�vel descoberta da ci�ncia, sobre o menor beija-flor do mundo, sobre um outro tempo, sobre mim, sobre eles, sobre n�s”. Com as cortinas fechadas, a fala acima, do ator Paulo Andr�, introduz o document�rio.

Outros, segunda montagem consecutiva dirigida por M�rcio Abreu (que em 2016 lan�ou N�s com o Galp�o), prop�s reflex�o sobre um momento de fal�ncia do sistema, de exaust�o e ru�na. Pouco mais de dois anos da estreia do espet�culo, e diante da peste que assola o mundo, a virul�ncia da montagem, que tem uma for�a grande tanto na palavra quanto na linguagem corporal, permite outra vis�o.

“Foi um espet�culo que colocou nossa perplexidade diante do mundo. � engra�ado, mas a leitura da pe�a muda demais com a mudan�a do contexto”, comenta o ator Eduardo Moreira. Para o webdocument�rio, Luiz Felipe Fernandes trabalhou com 150 horas de imagens que ele havia captado durante todo o processo.

Para nortear os seis epis�dios, foram definidos temas-chave, como impossibilidade de comunica��o, de locomo��o, busca pelo outro, escuta do outro e poesia. Todo o registro � de 2018. De acordo com Moreira, somente uma sequ�ncia, rodada com o Galp�o vazio, foi realizada atualmente. “A ideia era mostrar como o espa�o de cria��o do grupo se esvaziou durante a pandemia.”

Al�m desse document�rio, o Galp�o lan�ou nos �ltimos meses o filme �ramos em bando, dirigido por Marcelo Castro, Pablo Lobato e Vin�cius de Souza, e a s�rie Hist�rias de confinamento. Os atores tamb�m v�m apresentando, em suas redes sociais, entrevistas e conversas sobre a trajet�ria do grupo.

“Tentamos nos ocupar para manter a chama do trabalho acesa entre n�s”, continua Moreira, que acredita que no primeiro semestre, na impossibilidade de voltar aos palcos, o grupo pretende criar outras iniciativas virtuais. O Galp�o come�a este ano com a agenda em suspenso, mas com a garantia de continuidade das atividades. O grupo fechou para 2021 patroc�nios com as mineradoras AngloGold Ashanti e Vale.