
O texto, assinado pelo dramaturgo Oswaldo Mendes e dirigido por Carlos Palma, mostra o improv�vel encontro entre quatro cientistas que, apesar de terem vivido em diferentes momentos da hist�ria, compartilham as ang�stias de ser mulheres numa �rea dominada pelos homens.
NOBEL
Uma dessas figuras � a polonesa Marie Curie (1867-1934), pioneira no ramo da radioatividade, ganhadora de dois pr�mios Nobel – de f�sica, em 1903, e de qu�mica, em 1911 – e a primeira mulher admitida como professora na Universidade de Paris. Outra cientista destacada pela pe�a � a fil�sofa Hip�cia de Alexandria (351- 415), considerada a primeira matem�tica.Por sua vez, a qu�mica brit�nica Rosalind Franklin (1920-1958) conduziu importante pesquisa sobre o entendimento das estruturas moleculares do DNA e do RNA. Quem completa o quarteto � a bi�loga brasileira Bertha Lutz (1894-1976), que atuou como pesquisadora do Museu Nacional do Rio de Janeiro e dedicou sua vida � luta pelos direitos da mulher.
O elenco � composto pelas atrizes Adriana Dham, Leticia Olivares, Monika Pl�ger, Selma Luchesi e Vera Kowalska.
“Estamos vivendo um momento muito legal de resgate e valoriza��o da presen�a feminina. Isso se reflete no nosso trabalho como grupo. Para produzir esse texto, Oswaldo Mendes se debru�ou sobre a quest�o da mulher na ci�ncia e foi percebendo as ang�stias e dores vividas por elas dentro de seus universos”, explica o diretor Carlos Palma.
Para trazer a hist�ria delas � tona, uma voz masculina – do ator Rog�rio Romera – provoca as personagens a falarem sobre si. Segundo Palma, a pe�a pode ser dividida em duas partes. Na primeira, “mais did�tica”, as cientistas s�o devidamente apresentadas. Na segunda, “mais brechtiana”, a quinta personagem entra em cena e promove uma esp�cie de insurg�ncia contra o patriarcado.
“Esta n�o � uma mulher da ci�ncia. Ela representa todas as mulheres, surpreende as quatro que j� est�o no palco e ocupa o papel de provocadora, assim como o homem. S� que aparece ali para mudar o tom das provoca��es, torn�-las menos um conflito de g�nero e mais o reconhecimento das opress�es”, observa Palma.
Segundo ele, Insubmissas n�o tece cr�ticas ao negacionismo cient�fico que se popularizou no mundo. “� uma pe�a s�ria. Para lidar com negacionismo � preciso humor. N�o h� como negar o valor que a ci�ncia tem em nossa vida. Tudo o que o ser humano conquistou foi gra�as a ela. Ent�o, o que precisamos fazer � entusiasmar nossos jovens pela busca do conhecimento”, afirma o diretor.
Originalmente apresentado em 2015, o espet�culo cumpre dupla temporada e ser� encenado em dois espa�os. A primeira, que come�a hoje e vai at� ter�a-feira (19/1) – com exce��o de amanh� (14/1) –, se dar� no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso.
A segunda, no palco do Teatro Cacilda Becker, come�a em 22 de janeiro e segue nos dias 23, 24, 29, 30 e 31 deste m�s.
EM CASA
Para viabilizar a vers�o digital da montagem, foram feitas algumas adapta��es, como a grava��o de algumas passagens de cada atriz em casa. A dura��o foi reduzida de 80 para 60 minutos.“O trabalho de adapta��o foi feito com muito cuidado e ang�stia. Tivemos de ficar atentos a todos os detalhes e, principalmente, � ilumina��o das cenas pr�-gravadas. Tamb�m tiramos um pouco da teatralidade, do exagero, para tornar a interpreta��o mais visceral”, conta Carlos Palma.
A vers�o virtual apresenta, antes do in�cio do espet�culo, as trajet�rias da soci�loga Ruth Cardoso (1930-2008) e da atriz Cacilda Becker (1921-1969), que emprestam seus nomes aos teatros onde o trabalho � encenado.
INSUBMISSAS: MULHERES NA CI�NCIA
Espet�culo dirigido por Carlos Palma. Com Adriana Dham, Leticia Olivares, Monika Pl�ger, Selma Luchesi, Vera Kowalska e Rog�rio Romera. Hoje (13/1), �s 17h, no canal do YouTube do n�cleo ACP e na p�gina do Facebook do Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso. A pe�a segue em cartaz nos dias 15 (�s 17h), 16 (�s 15h e 17h), 17 (�s 17h) e 19 de janeiro (�s 19h). Entre 22 e 31 de janeiro, transmiss�es a partir do Teatro Cacilda Becker �s sextas e s�bados, �s 21h, e aos domingos, �s 19h.