"Nihao Li Huanying" se tornou, em menos de duas semanas, a quarta maior bilheteria da hist�ria da China, com a arrecada��o de 4,27 bilh�es de iuanes (US$ 660 milh�es).
O longa-metragem conta a hist�ria de uma jovem devastada pela morte de sua m�e e que sonha em voltar ao passado, ao momento em que seus pais se conhecem e pouco antes de seu nascimento. O objetivo: mudar a vida de sua m�e para que tenha uma vida feliz.
"Nunca havia pensado que minha m�e tamb�m foi crian�a", afirmou a estudante Yu Yanting, ao sair de um cinema de Xangai.
A hero�na do filme consegue viajar para 1981, quando come�aram as reformas econ�micas chinesas. Analisando a transforma��o radical do pa�s, parece um retorno de s�culos.
Uma cena do filme mostra uma briga para comprar uma modesta televis�o em preto e branco, algo impens�vel na China atual, onde a competi��o agora � pelo modelo mais recente de smartphone.
A produ��o � divertida e comovente. "Nihao Li Huanying" � o primeiro filme, parcialmente biogr�fico, da cineasta Jia Ling. Em poucos dias, ela conseguiu bater o recorde de ingressos vendidos para um longa-metragem filmado na China por uma mulher.
Jia Ling, que tamb�m interpreta a protagonista, explicou em uma entrevista televisiva que queria prestar uma homenagem a sua m�e, que faleceu em um acidente quando ela tinha 19 anos.
"O amor de nossa m�e � como o ar, est� presente desde que nascemos, por isso frequentemente o ignoramos", disse Jia � televis�o estatal.
"Mas, quando o perdemos, temos uma sensa��o de asfixia e de desamparo", completou.
Para os milh�es de espectadores que comparecem �s salas de cinema, o filme � uma oportunidade de liberar suas emo��es e chorar.
Na sa�da de um cinema de Xangai, duas irm�s sino-italianas n�o conseguiam conter as l�grimas.
"Todos os meus amigos choram quando assistem a este filme, mas talvez n�o tanto quanto eu", comenta Vittoria, de 13 anos. "Espero que amem ainda mais a m�e agora", afirma Elaine, abra�ando as filhas.
- Um pa�s de introvertidos -
O cr�tico Jing Runcheng opina que a emo��o provocada pelo filme � motivada pelo fato de que muitos espectadores lamentam n�o poder expressar o amor que sentem pela m�e antes que seja muito tarde.
"Os chineses s�o muito introvertidos e n�o sabem expressar muito bem suas emo��es", explica.
No pa�s de Conf�cio, o regime comunista estimula o afeto pelos pais, mas o sentimento � muito mais voltado para o respeito.
"Voc� nunca imagina que os chineses, depois de assistir a um filme ou ler algo, v�o correr para suas m�es e dizer que as amam. Mas este filme d� a oportunidade", afirma Jing.
Para os mais hesitantes, as redes sociais ajudam com a postagem de fotos com as m�es.
Uma hashtag relacionada ao filme foi utilizada mais de 1,5 bilh�o de vezes na rede social Weibo.
O filme tamb�m provoca um debate sobre o que os filhos diriam �s m�es caso pudessem voltar no tempo, como a protagonista.
Muitos internautas admitem que aconselhariam que a m�e n�o se casasse com seu pai, ou que n�o tivesse filhos.
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