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Anna Sorokin: Como a Netflix conseguiu 'comprar' a hist�ria viral de uma falsa herdeira milion�ria

Veja como a empresa conseguiu os direitos da hist�ria Anna Sorokin, que saiu da pris�o no m�s passado, e pretende lan�ar uma s�rie sobre a vida dela no fim deste ano.


02/03/2021 10:04 - atualizado 02/03/2021 10:54


O julgamento de Anna Sorokin atraiu muita atenção na internet
O julgamento de Anna Sorokin atraiu muita aten��o na internet (foto: Getty Images)

Foi um golpe elaborado, daqueles em que a realidade supera a fic��o, e passou anos despercebido. Mas quando finalmente veio � tona que uma jovem estava enganando pessoas em Nova York fingindo ser uma herdeira milion�ria, as redes sociais foram � loucura.

Agora que Anna Sorokin — que se passava por Anna Delvey — cumpriu sua pena na pris�o e est� em liberdade, compartilhamos a saga de como a Netflix ganhou a disputa para contar sua hist�ria.

No fim de maio de 2018, Anna Sorokin, ent�o aos 27 anos, acordou para mais um dia na pris�o de Rikers Island, em Nova York.

Ap�s ser piv� de um caos financeiro entre um pequeno grupo de pessoas e bancos, ela aguardava julgamento por diferentes acusa��es de roubo. At� este ponto, ela era amplamente desconhecida no resto do mundo. Mas tudo isso estava prestes a mudar.

Nem sempre � f�cil prever que hist�rias v�o viralizar. Todo mundo quer a f�rmula secreta, mas a primeira revela��o do caso Anna Sorokin no site The Cut tinha todos os ingredientes: dinheiro, intriga e um golpe de cair o queixo.

De acordo com a plataforma de monitoramento de audi�ncia Chartbeat, acredita-se que aquela tenha sido a sexta reportagem mais lida daquele ano, em todo o mundo.

Caso voc� n�o tenha visto: trata-se do caso da estagi�ria de uma revista que fingiu ser uma herdeira milion�ria e conseguiu enganar bancos, hot�is e amigos com uma s�rie de golpes no valor de centenas de milhares de d�lares.

Enquanto exibia roupas de grife e uma vida de jetset no Instagram, nos bastidores ela passava cheques sem fundo e falsificava documentos para garantir empr�stimos.

Ela se apresentava como Anna Delvey, mas, na verdade, se chama Anna Sorokin e vem de uma fam�lia russa comum que vivia na Alemanha. A pol�cia finalmente a prendeu quando ela estava em fuga em Malibu, na Calif�rnia.

Cheia de reviravoltas, a hist�ria capturou instantaneamente o imagin�rio popular.

Menos de duas semanas depois que o artigo da revista foi publicado, a prisioneira n�mero 19G0366 assinou um contrato com a Netflix, que assim obteve os direitos sobre sua hist�ria.

A BBC obteve uma c�pia dos contratos entre a Netflix e Sorokin por meio de um pedido baseado na liberdade de acesso � informa��o, j� que a papelada teve que ser apresentada �s autoridades estaduais depois que ela foi condenada.

Eles mostram que o primeiro pagamento de US$ 30 mil (quase R$ 170 mil) foi acordado em 8 de junho. Foi o pagamento "inicial", como enfatizou seu advogado, Todd Spodek. Abaixo de sua assinatura, dois nomes foram digitados — "Anna Delvey, vulgo Anna Sorokin" — s� por garantia.

Com o tempo, os pagamentos da Netflix para Sorokin subiriam para US$ 320 mil (R$ 1,87 milh�o).

Pela primeira vez em quase 20 anos, uma pol�mica lei de Nova York, elaborada para impedir que criminosos condenados lucrem com seus crimes, foi acionada depois do epis�dio.

A Netflix respeitou todas as leis americanas — n�o houve nenhuma irregularidade legal, como explicaremos a seguir. Mas sua agilidade em garantir o acordo mostra como as hist�rias virais s�o importantes para os servi�os de streaming.

O lucrativo 'ver�o do golpe'

Em 2018, a Netflix produzia conte�do para uma base enorme de assinantes, mas estava — e ainda est� — extremamente endividada.

A press�o era para produzir conte�do original, especialmente porque se sabia que outros servi�os de streaming — Disney, Apple e HBO — estavam fazendo isso.

A hist�ria de Sorokin era atraente, n�o apenas porque era surpreendente, mas tamb�m porque o interesse j� era claro.

Seu nome tinha ido parar nos trending topics (assuntos mais comentados) das redes sociais; as pessoas usavam camisetas com o slogan de "falsa herdeira"; a Elle Magazine preparou um tutorial de maquiagem sobre como obter o mesmo efeito do "delineador de olhos da Anna Delvey".

Era o come�o do que ficaria conhecido como o "ver�o do golpe" ou "temporada de golpistas".

Foi assim que a revista americana New Yorker descreveu mais tarde o interesse da m�dia por essas hist�rias:

"A temporada de golpistas chega irregularmente, mas com frequ�ncia na Am�rica, que � constru�da em torno de mitologias de lucro, reinven��o e ascens�o espetaculares."

A revista citou o caso de Sorokin — "um cl�ssico instant�neo"— mas tamb�m fez refer�ncia a Billy MacFarland e seu desastroso Fyre Festival, e a Elizabeth Holmes e sua fracassada empresa de biotecnologia Theranos.

Na internet, o p�blico consumia avidamente as longas leituras relacionadas ao tema, enquanto empresas de TV e cinema disputavam para produzir as vers�es definitivas nas telas.

O livro Bad Blood: Fraude Bilion�ria no Vale do Sil�cio (de John Carreyrou, publicado no Brasil pela editora Alta Books), que conta as fa�anhas de Holmes, j� havia desencadeado uma disputa acirrada por direitos. E dois document�rios sobre o Fyre Festival estavam ent�o em produ��o — um pela Netflix e outro pela concorrente Hulu.


Billy McFarland (à direita) foi condenado por fraude e está cumprindo uma pena de seis anos
Billy McFarland (� direita) foi condenado por fraude e est� cumprindo uma pena de seis anos (foto: Getty Images)

N�o � incomum para uma empresa de entretenimento obter uma hist�ria para "t�-la como op��o". � o primeiro passo: o pagamento de uma pequena taxa de reserva, enquanto a viabilidade de um projeto � avaliada.

Isso pode ficar no limbo por um ano ou mais e, ent�o, a ideia pode ser descartada. Mas, neste caso espec�fico, o pr�ximo passo foi dado imediatamente.

A Netflix revelou sua produ��o em 8 de junho — mesmo dia em que Sorokin assinou para receber o primeiro pagamento de US$ 30 mil, e apenas 11 dias ap�s o artigo sobre sua hist�ria ter sido publicado no site The Cut.

A revista de entretenimento Variety anunciou a produ��o, dando a entender que poderia ter acontecido mais cedo se n�o fosse por certas complica��es: "Uma fonte pr�xima � situa��o disse que o processo tem sido dif�cil e que Delvey [Sorokin] tem ligado para v�rios atores e produtores para falar a respeito de quem ela gostaria que a interpretasse."

A essa altura, a hist�ria j� era muito maior do que a pr�pria Sorokin.

No comando da s�rie, estava uma das maiores produtoras dos Estados Unidos. Shonda Rhimes — de Grey's Anatomy e Scandal — assinou um contrato de tr�s anos com a Netflix em meados de 2017 por impressionantes US$ 100 milh�es (R$ 568 mi).

Ela e a empresa estavam esperando o projeto certo para causar impacto. Um drama ficcional baseado na hist�ria de Sorokin — mais tarde chamado Inventing Anna — seria sua primeira produ��o sob este acordo. A repercuss�o foi instant�nea.


Shonda Rhimes foi produtora-executiva de 'Bridgerton', mas 'Inventing Anna' será a primeira série que ela criará para a Netflix
Shonda Rhimes foi produtora-executiva de 'Bridgerton', mas 'Inventing Anna' ser� a primeira s�rie que ela criar� para a Netflix (foto: Getty Images)

"As expectativas s�o alt�ssimas. Esta � a primeira vez dela na sala dos roteiristas da Netflix", disse Lacey Rose da revista The Hollywood Reporter.

Quando Rose entrevistou Rhimes, a produtora disse que havia lido o artigo no site The Cut e o mesmo despertou seu interesse imediatamente. Jessica Pressler, autora do artigo, tamb�m foi logo contratada.

Pressler tamb�m tinha um forte hist�rico; um de seus artigos anteriores na revista havia se transformado no aclamado filme As Golpista, com Jennifer Lopez.

"Este � o mercado agora", diz Rose. "Poucas horas depois de os artigos serem publicados, voc� v� guerras de lances. Esse mercado explodiu nos �ltimos anos e n�o imagino que v� desacelerar t�o cedo."

Garantindo exclusividade

O acordo da Netflix com Sorokin foi logo al�m do contrato inicial e, depois que ela foi condenada, se tornou um contrato de "direitos vital�cios" mais caro.

Esta � uma pr�tica comum nos Estados Unidos. Entre outras coisas, ela compra prote��o contra a��es judiciais, permite que voc� use a imagem de algu�m e �s vezes pode at� incluir a coopera��o da pr�pria pessoa em um papel de consultoria.

O contrato mostra que Sorokin deu � empresa direitos exclusivos e tamb�m concordou em potencialmente auxiliar como consultora. Os termos do trabalho de consultoria remunerada incluem a n�o participa��o em document�rios ou programas sem roteiro %u200B%u200Bdurante a produ��o da s�rie.

Isso al�m de nenhuma apari��o em programas de TV ou postagens nas redes sociais sobre sua experi�ncia na s�rie, sem a permiss�o da empresa, por tr�s anos ap�s o epis�dio final ir ao ar. Ela tem permiss�o para escrever um livro, mas n�o ele pode ser lan�ado antes de um ano ap�s a primeira exibi��o do programa.

Ela pode, no entanto, falar sobre experi�ncias que n�o estejam relacionadas ao tema da s�rie. Entre par�nteses, est� escrito: "Ent�o, se ela curar o c�ncer no futuro, n�o estamos dizendo que ela n�o pode falar sobre isso".

Um contrato vital�cio n�o significa que outras pessoas n�o possam contar a hist�ria — que tem m�ltiplas perspectivas — mas d� � empresa carta branca e garante que Sorokin n�o poder� ajudar a concorr�ncia.


A atriz Julia Garner, protagonista de 'Inventing Anna', visitou Sorokin na prisão
A atriz Julia Garner, protagonista de 'Inventing Anna', visitou Sorokin na pris�o (foto: Getty Images)

"Se voc� pode pagar, � um neg�cio inteligente", afirmou um agente, que preferiu n�o ser identificado porque trabalha com a Netflix regularmente.

"Isso costumava acontecer ainda mais na �poca dos cinco grandes est�dios. Eles eram grandes compradores de direitos de propriedade intelectual. Nesse caso, voc� est� comprando exclusividade e autenticidade e pode derrubar a concorr�ncia preventivamente. "

Depois, surgiram relatos de um projeto concorrente pela HBO, liderado pela roteirista Lena Dunham (que escreveu e estrelou a s�rie Girls), em que a amiga de Sorokin, Rachel Deloache Williams, � a protagonista.

Tamb�m h� especula��es de que o projeto pode ter sido arquivado ou que pode concorrer de igual para igual com a vers�o da Netflix. "O duelo de duas s�ries sobre Anna Delvey est�o prestes a ser a pr�xima batalha de document�rios do Fyre Festival", dizia uma manchete no site de entretenimento The Decider.

A HBO disse � BBC que o projeto ainda est� em fase de desenvolvimento. H�, no entanto, um document�rio separado em andamento.

Como fazer um acordo de direitos com um preso

Quando a Netflix entrou em contato com Sorokin pela primeira vez, ela n�o havia sido condenada, mas uma vez que foi, havia regras que precisavam ser seguidas. A lei Son of Sam (Filho de Sam) de Nova York entrou em cena.

As origens da lei remontam ao serial killer David Berkowitz dos anos 1970, conhecido pelo pseud�nimo de "Filho de Sam", em meio a preocupa��es de que ele lucraria com sua notoriedade vendendo sua hist�ria. Em resposta, o estado de Nova York aprovou uma lei para impedir o lucro por meio desse tipo de fama, e v�rios estados seguiram o exemplo.

No entanto, as editoras reagiram.

No fim dos anos 1980, a editora Simon & Schuster estava trabalhando em um livro em colabora��o com o ex-mafioso Henry Hill, quando as autoridades cancelaram um pagamento de US$ 90 mil (R$ 511 mil em valores atuais).

A disputa resultante chegou � Suprema Corte, que acabou derrubando a lei, apontando conflito com o direito � liberdade de express�o.

O livro Wiseguy foi adiante, assim como os pagamentos de royalties, e inspirou o filme de Martin Scorsese Os Bons Companheiros, pelo qual Hill teria recebido mais US$ 480 mil.

Uma reformula��o da lei do Filho de Sam foi introduzida em 2001. Hoje, uma empresa deve notificar o Servi�o de Apoio �s V�timas (OVS, na sigla em ingl�s) se estiver pagando a um criminoso condenado mais de US$ 10 mil (R$ 56 mil).

O �rg�o notifica as v�timas do crime, que podem ent�o entrar com seus pr�prios processos fazendo as devidas reivindica��es.


Laverne Cox interpreta a personal trainer de Anna, Kacy Duke, na produção da Netflix, que foi adiada por causa da pandemia
Laverne Cox interpreta a personal trainer de Anna, Kacy Duke, na produ��o da Netflix, que foi adiada por causa da pandemia (foto: Getty Images)

Foi o que aconteceu no caso de Sorokin; os bancos que ela havia enganado se manifestaram.

"O OVS foi notificado pela Netflix de que pagou a Sorokin US$ 320 mil, e esses fundos foram congelados", informou uma porta-voz da OVS, Janine Kava, � BBC.

"O City National Bank entrou com uma a��o e obteve US$ 100 mil, e o CitiBank fez o mesmo, obtendo US$ 70 mil (R$ 397 mil) O saldo dos fundos deve pagar os honor�rios dos advogados; quaisquer fundos restantes ir�o para a Sra. Sorokin."

O Signature Bank — que Sorokin tamb�m lesou com um golpe de cheque sem fundo — se recusou a entrar com a a��o.

E a amiga de Sorokin, Rachel Deloache Williams, n�o era eleg�vel, uma vez que Sorokin foi considerada inocente da acusa��o em quest�o no tribunal. Williams pagou uma conta de US$ 62 mil (R$ 352 mil) depois que Sorokin a convidou para o que ela pensava ser uma viagem com todas as despesas pagas a um resort de luxo no Marrocos.

O dinheiro dela acabou sendo devolvido pela American Express, e ela escreveu um livro sobre a experi�ncia, My Friend Anna.

De acordo com o OVS, algumas das outras v�timas foram reembolsadas por determina��o da justi�a no caso de Sorokin.


Anna no tribunal com seu advogado, Todd Spodek
Anna no tribunal com seu advogado, Todd Spodek (foto: Getty Images)

O OVS afirma que o caso Sorokin foi o primeiro teste � lei Filho de Sam desde que foi reintroduzida em 2001.

De fato, o julgamento de Sorokin se tornou um espet�culo. Os pesquisadores da Netflix se sentaram ao lado da imprensa, e a r� contratou um estilista, por meio de seu advogado.

"O estilo de Anna foi uma for�a motriz em seu neg�cio e em sua vida, e � parte de quem ela �. Quero que o j�ri veja esse lado dela e convoquei um estilista para ajudar na sele��o das roupas adequadas para o julgamento", afirmou seu advogado, Todd Spodek, ao site The Cut na �poca.

A ju�za Diane Kiesel tamb�m reconheceu seu status de celebridade e o burburinho em torno da s�rie de TV. "Esta senten�a deve ser uma mensagem para a r� e qualquer um de seus f�s a� fora", declarou ela no tribunal.

A Netflix se recusou a falar com a BBC sobre at� que ponto seus pagamentos podem ter afetado o processo judicial.

J� o OVS esclareceu que foi procurado pela Netflix, apontando que todas as regras dos EUA foram seguidas. Os US$ 30 mil iniciais foram pagos antes do julgamento, sem obje��es por parte das autoridades.

A empresa tamb�m seguiu as ordens do tribunal de Nova York, e os pagamentos posteriores foram todos direcionados para uma conta controlada pelo OVS, permitindo a distribui��o �s v�timas.

Quais s�o os pr�ximos cap�tulos da hist�ria?

A pandemia atrasou as filmagens de Inventing Anna no ano passado, e a s�rie agora est� programada para ser lan�ada no fim de 2021.


Anna Chlumsky (ao centro) interpreta a jornalista investigativa, enquanto Alexis Floyd (à direita) será a concierge do hotel Neff Davis
Anna Chlumsky (ao centro) interpreta a jornalista investigativa, enquanto Alexis Floyd (� direita) ser� a concierge do hotel Neff Davis (foto: Getty Images)

Para a Netflix, a produ��o continua sendo uma prioridade.

"Mas uma coisa que mudou [desde o acordo com Sorokin e desde a pandemia] � que as plataformas agora podem criar suas pr�prias hist�rias virais", diz Tom Harrington, analista de m�dia da Enders Analysis.

"Com tantas pessoas assistindo, elas podem pegar uma parte da programa��o, coloc�-laem destaque e torn�-la um sucesso. Veja Tiger King ("A M�fia dos Tigres"), aquele cara tinha falado com v�rias pessoas antes, mas a Netflix tornou isso internacional , ent�o todo mundo estava falando sobre isso ao mesmo tempo."

Dito isso, a corrida do ouro por hist�rias "quentes" continua. No in�cio deste ano, a Netflix se tornou um dos muitos a buscarem adaptar a saga da GameStop — uma batalha de Davi contra Golias do mercado financeiro.

Atualmente, h� sete projetos em fase inicial.

No que diz respeito a Sorokin, ela foi libertada da pris�o no m�s passado, depois de cumprir tr�s anos e meio de uma pena de quatro a 12 anos.

"Anna est� atualmente trabalhando em seu recurso. Antecipo que, em �ltima inst�ncia, haver� um processo de deporta��o iniciado com base em seu status", afirmou seu advogado, Todd Spodek.

Enquanto isso, ela est� de volta batendo perna por Nova York, documentando a vida no Twitter e no Instagram, com a amiga Neff Davis (ex-concierge do 11 Howard Hotel, onde Sorokin fez uma d�vida de US$ 31 mil - ou R$ 176 mil).

Sorokin tamb�m publicou alguns trechos de seus di�rios da pris�o na internet e est� escrevendo um livro de mem�rias. Seu advogado confirmou que seu contrato com a Netflix imp�e certas restri��es.

Sorokin se recusou a ser entrevistada para esta reportagem. "Por favor, fale com o presidente global da Anna Delvey TV", disse ela por e-mail.

Trata-se de Doug Higginbotham, cineasta vencedor de um pr�mio Emmy. Ele � um profissional independente e diz que n�o tolera os crimes de Sorokin. Ela entrou em contato com ele recentemente dizendo que uma equipe de TV estava sendo muito intrusiva ao segui-la.

"Ela pensou: por que n�o contrato uma equipe eu mesma, para controlar a narrativa?" ele explica.

Desde ent�o, Higginbotham tem documentado a vida dela, enquanto ela lida com os paparazzi, vai �s compras e visita o agente de liberdade condicional.

"N�o sabemos o que faremos com a filmagem ainda, mas ela est� recebendo muitas ofertas boas, ent�o n�o queremos perder nada."

Work work work work work pic.twitter.com/VqoeOJEMIQ

— Anna Delvey (@theannadelvey) February 14, 2021




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