Document�rio mostra Ozzy Osbourne dos 20 anos ao Parkinson

Em 21 de janeiro de 2020, Ozzy e Sharon Osbourne tornaram p�blico, no programa “Good morning America”, o diagn�stico dele para Parkinson. Naquele momento, a fam�lia Osbourne estava envolvida com a finaliza��o do document�rio “As nove vidas de Ozzy Osbourne”, que teria premi�re em abril passado, no festival South by Southwest, em Austin, Texas. 

Veio a pandemia do novo coronav�rus, que resultou no cancelamento da estreia do filme e tamb�m do festival. Ozzy, pouco antes do in�cio da quarentena, ainda lan�ou o �lbum “Ordinary man”. 

O document�rio, uma produ��o do canal A&E com a Osbourne Media (Ozzy, Sharon e Jack, o ca�ula do casal, s�o produtores-executivos), foi lan�ado em setembro do ano passado nos Estados Unidos e chega neste s�bado (20/3) ao Brasil.

Dirigido por Greg Johnston (tamb�m produtor-executivo do reality “The Osbournes”, exibido pela MTV entre 2002 e 2005), o longa busca, em duas horas, dar conta de uma das vidas (ou nove) mais ricas e tempestuosas do rock. 

Veja o teaser:

Aos 72 anos, com acompanhamento de um fisioterapeuta, fazendo todos os tratamentos poss�veis contra Parkinson e j� preparando um novo �lbum, Ozzy s� quer uma coisa: que n�o tenham pena dele. 

Para falar sobre o document�rio, um evento on-line com jornalistas latino-americanos levou o Pr�ncipe das Trevas a uma rara e curta apari��o na quarentena. De cabelos brancos penteados para tr�s, blusa preta e um colar discreto, ele ficou poucos minutos ao lado de Sharon na videoconfer�ncia – mais tarde, somente ela e Jack responderam �s perguntas dos jornalistas.

 “John Michael Osbourne era um cara da classe trabalhadora que n�o sabia o que queria da vida at� escutar os Beatles. Ozzy � uma personalidade p�blica, que vive nos palcos. Acho que sou o homem mais sortudo do mundo, pois tenho uma carreira longa e apoio do p�blico. E minha mulher � quem me dirige neste sentido. Tenho tido a melhor vida que algu�m poderia desejar”, disse ele na videoconfer�ncia.

Ao lado de Sharon, Ozzy afirmou que “a melhor experi�ncia” de sua vida foi encontrar a mulher. Quando questionados pelo mediador da videoconfer�ncia o que era o amor, cada qual respondeu, ao mesmo tempo, o nome do outro. Tamb�m disse que n�o houve maquiagem alguma. “O filme mostra as coisas boas e ruins, � honesto. Tenho meus arrependimentos, mas eles tamb�m me ajudaram a ser quem sou, n�o deixo que dominem minha vida”, acrescentou.

"John Michael Osbourne era um cara da classe trabalhadora que n�o sabia o que queria da vida at� escutar os Beatles. Ozzy � uma personalidade p�blica, que vive nos palcos. Acho que sou o homem mais sortudo do mundo, pois tenho uma carreira longa e apoio do p�blico. E minha mulher � quem me dirige neste sentido. Tenho tido a melhor vida que algu�m poderia desejar"

Ozzy Osbourne, astro do heavy metal

Com a fam�lia sempre em primeiro plano, o document�rio apresenta de maneira cronol�gica a vida de Ozzy. S�o nove “cap�tulos”, cada um correspondente a uma das “vidas”: “Pobreza e pris�o”, “O nascimento do heavy metal”, “Drogas, morte e div�rcio”, “Di�rio de um louco”, “Casamento e caos”, “O pecado definitivo”, “Chega de turn�”, ”Papai sabe tudo” e “Aposentadoria”.

A aposentadoria � um tanto relativa, j� que Ozzy revela, em dado momento, que s� vai se aposentar “quando eu ouvir colocarem pregos no meu caix�o. E, mesmo assim, farei um bis mais tarde, porque sou o Pr�ncipe das Trevas”. 

Al�m dos Osbournes, o longa traz depoimentos dos integrantes da forma��o original do Black Sabbath – o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward –, e de outras figuras do meio fonogr�fico, como o produtor Rick Rubin, o vocalista Rob Zombie e o rapper Post Malone. 

Sharon, que tem 68 anos e est� casada com Ozzy h� 39, falou com a imprensa sobre o Parkinson. “Muda todo dia. H� dias em que Ozzy est� brilhante, caminha, se sente bem. Na semana seguinte, ele pode ter dois dias realmente ruins, sem energia. Nada � permanente e hoje todos vivemos no momento presente. N�o pensamos muito em como ser� o pr�ximo ano.”

Jack contou que quando o Parkinson foi confirmado, 80% do document�rio j� havia sido rodado. “O diagn�stico mudou a vida dele sutilmente, n�o drasticamente. Foi estranho (fazer o filme na �poca), porque n�o sab�amos o que iria acontecer com ele. Houve um momento em que me questionei sobre o document�rio, pensando se ele seria mais uma homenagem do que uma biografia. Falamos (no filme) o que sab�amos na �poca.”

Com meio s�culo dedicado � m�sica – primeiramente com o Black Sabbath, banda seminal do heavy metal e, a partir dos anos 1980, na carreira solo – Ozzy j� teve trajet�ria art�stica e vida pessoal devassadas na �tima autobiografia “Eu sou Ozzy” (2010) e no hil�rio reality “The Osbournes”, lan�ado em uma �poca em que o “Big brother” estava dando seus primeiros passos mundo afora.

“N�o se tem mais realities como o nosso porque � muito caro e a maioria das fam�lias � chata. Na �poca,eram c�meras nos seguindo 24 horas por dia. Hoje, os programas (do g�nero) t�m roteiro pr�-produzido”, comentou Sharon. E o reality apontou o que era aquela fam�lia absolutamente fora do comum naquele momento, 20 anos atr�s, com dois filhos adolescentes. 

O document�rio tenta resumir 72 anos em duas horas. “Foi como montar um quebra-cabe�as”, disse Jack. “As nove vidas de Ozzy Osbourne” � lan�ado quando h� outro projeto na manga – uma cinebiografia cujos detalhes dever�o ser anunciados em breve, segundo Sharon. 

“Quando voc� v� Ozzy com 20 anos e depois com 70, � a jornada da vida de uma pessoa. N�s o vemos como um cara inocente, sem nenhuma responsabilidade, que n�o fazia nada al�m de sonhar. Depois, vemos o sonho se tornando realidade. E, mais tarde, como a vida cobrou daquele homem. Essa vida mudou, assim como acontece com todo mundo, quando se atinge a idade que Ozzy tem hoje. Te faz rir e chorar”, disse Sharon.

Falando sobre as “nove vidas” que d�o t�tulo ao projeto, Jack admite que a fam�lia j� pensou se uma delas seria a �ltima da vida de Ozzy. “Outro dia, estava conversando com a mam�e e brincamos que o Ozzy dos anos 1980 (�poca do ‘comedor de morcegos’ que chegou a ser considerado satanista e teve sucessivas passagens por cl�nicas de reabilita��o pelo abuso de �lcool e de drogas) n�o se daria bem em 2021. O homem daquela �poca seria hoje cancelado rapidamente.”

O homem de hoje � um senhor que j� viveu muito, sobreviveu a v�rios reveses e passou boa parte de sua exist�ncia fazendo m�sica. “Ozzy e a m�sica s�o um s�. Houve a mudan�a (por causa da pandemia) e provavelmente n�o haver� show por mais um ano. Mas Ozzy tem uma vida incr�vel e, para v�-lo feliz, � s� coloc�-lo em um palco. Agora s� resta saber quando ele poder� voltar”, diz Sharon.