
Sons primitivos e contempor�neos se encontram em “Berimblues”, disco gravado em 1987 pelo guitarrista, violonista e compositor Alexandre Ara�jo, que agora chega �s plataformas digitais pelo selo Naza Music. A sonoridade � marcada pela fus�o de ritmos afro-brasileiros e orientais com elementos do rock progressivo, blues, jazz e folk. A dire��o do projeto autoral � assinada pelo violonista Andr� Geraissati.
Al�m de Alexandre Ara�jo (sitar e guitarra), autor das can��es e dos arranjos, “Berimblues” contou com a participa��o de Jonas Lins (berimbau e percuss�o) e Mauro Rodrigues (flautas, percuss�o e �rg�o). De acordo com Alexandre, a execu��o de melodias e harmonias nas cordas do viol�o e do berimbau resultou em um di�logo especial.
"Quero me dedicar a m�sicas progressivas autorais. Acabei alinhando meu nome ao blues, mas agora vou mostrar outra cara tamb�m, embora fa�a um 'progblues', o blues progressivo"
Alexandre Ara�jo, compositor e instrumentista
PR�MIO
Gravado e masterizado em 1987, o �lbum s� foi prensado em 2000, quando Alexandre ganhou o Pr�mio BDMG Instrumental. “Com o dinheiro do pr�mio, mandei fazer a prensagem de 1 mil c�pias, por�m n�o houve lan�amento. Oficialmente, o disco est� sendo lan�ado agora”, explica.
O grupo Berimblues surgiu na d�cada de 1980, na Praia de Santa M�nica, em Guarapari (ES), fruto da parceria de Ara�jo com o percussionista e capoeirista Jonas Lins. “Como �ramos muito amigos, veio a ideia de juntar o berimbau com o viol�o”, relembra o violonista.
As fam�lias Ara�jo e Lins mantinham casas de praia em Santa M�nica, onde o talento da dupla encantava jovens como eles. “Uma das faixas, ali�s, se chama ‘St. Monica surf'. O disco foi gravado um ano antes da morte do Jonas”, conta Alexandre.
Os dois se preparavam para fazer a turn� de lan�amento, inclusive com shows no Colorado, nos Estados Unidos, quando o jovem percussionista foi atropelado na Pampulha. A partir de 1989, Ney Fi�za assumiu o lugar de Jonas no Berimblues.
“Fizemos diversos shows no Brasil e no exterior, tocando em universidades e teatros”, relembra Alexandre. “O disco tem muito valor para a m�sica instrumental mineira, com grande diferencia��o de estilos e ambi�ncias. Por isso o subt�tulo, na capa original, � world beat music, ou seja, batida mundial. Espero que ele abra um leque para que possamos inserir outro trabalho dentro dessa linha.”
Ali�s, o segundo �lbum j� est� nos planos. Alexandre Ara�jo conta que o repert�rio do �lbum de 1987 chamou a aten��o no exterior, mas caiu no esquecimento no Brasil. At� porque, ele pr�prio passou a se dedicar ao blues. “Por isso eu quis coloc�-lo agora no streaming”, diz.
As faixas “Flamenca” e “Funkball” ganharam clipes no YouTube, gravados, respectivamente, no Cine Theatro Brasil Vallourec e no festival Blues Horizonte. Assim que a pandemia permitir, o instrumentista e compositor pretende fazer a turn� de lan�amento de “Berimblues”.
Alexandre tamb�m desenvolve projeto dedicado � obra do irm�o, Marco Ant�nio Ara�jo, que morreu aos 37 anos, em 1986, v�tima de aneurisma cerebral. Compositor, violonista, guitarrista e violoncelista da Orquestra Sinf�nica de Minas Gerais, ele era um dos talentos da cena instrumental mineira.
RESGATE
A ideia � resgatar cria��es de Marco Ant�nio que n�o foram gravadas. “No futuro, vamos lan�ar toda a obra dele nas plataformas digitais”, promete Alexandre.
Composto entre 1976 e 1978, o repert�rio do novo projeto re�ne pe�as para orquestra de c�mara. “Em 1981, o grupo Mantra chegou a executar essas m�sicas algumas vezes. Depois de algum tempo, surgiu o Mantra El�trico, mas elas n�o foram gravadas, pois s�o de dif�cil execu��o”, explica Alexandre.
Hoje em dia, essa dificuldade foi superada. “Estou estudando algumas daquelas composi��es com o violoncelista Antonio Viola. J� comecei a montar um grupo, porque elas envolvem duos, trios e banda com orquestra sinf�nica”, adianta Alexandre, lembrando que uma das pe�as do irm�o, “Fantasia”, � dedicada ao maestro Sergio Magnani (1914-2001).
“Quero me dedicar a m�sicas progressivas autorais. Acabei alinhando meu nome ao blues, mas agora vou mostrar outra cara tamb�m, embora fa�a um 'progblues', o blues progressivo”, afirma Alexandre Ara�jo. Muito jovem, ele j� participava dos shows do Mantra ao lado de Marco Ant�nio, do baixista Ivan Corr�a, do baterista M�rio Castelo, do violoncelista Antonio Viola e do flautista Eduardo Delgado.
“BERIMBLUES”
.Disco de Alexandre Ara�jo
.Com Jonas Lins
.Naza Music
.11 faixas
.Dispon�vel nas plataformas digitais
saiba mais

Marco Ant�nio Araujo
O belo-horizontino Marco Ant�nio Ara�jo estudou economia e trabalhou em banco. Trocou tudo isso pela arte. Mudou-se para Londres, nos anos 1970, e curtiu in loco Led Zeppelin, Rolling Stones e Pink Floyd. No Rio de Janeiro, estudou com a pianista e compositora Esther Scliar e com o violoncelista Jaques Morelenbaum, entre outros professores.
Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, cursou viol�o cl�ssico, composi��o e violoncelo. De volta a BH, ingressou na Orquestra Sinf�nica de Minas Gerais e desenvolveu sua carreira solo, com v�rios shows, discos e turn�s. Marco Ant�nio comp�s a trilha do bal� “Cantares”, do Grupo Corpo (era casado com a bailarina Dea M�rcia de Souza). Destaque do chamado rock fusion, transitava entre o universo erudito, o repert�rio barroco e a tradi��o popular das modinhas.
O mineiro fez parte do grupo Vox Populi ao lado de Z� Rodrix, Tavito e Fredera, que mais tarde formariam a banda Som Imagin�rio, que acompanhou Milton Nascimento. Gravou os discos “Influ�ncias”, “Quando a sorte te solta um cisne na noite”, “Entre um sil�ncio e outro” e “Lucas”.
Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, cursou viol�o cl�ssico, composi��o e violoncelo. De volta a BH, ingressou na Orquestra Sinf�nica de Minas Gerais e desenvolveu sua carreira solo, com v�rios shows, discos e turn�s. Marco Ant�nio comp�s a trilha do bal� “Cantares”, do Grupo Corpo (era casado com a bailarina Dea M�rcia de Souza). Destaque do chamado rock fusion, transitava entre o universo erudito, o repert�rio barroco e a tradi��o popular das modinhas.
O mineiro fez parte do grupo Vox Populi ao lado de Z� Rodrix, Tavito e Fredera, que mais tarde formariam a banda Som Imagin�rio, que acompanhou Milton Nascimento. Gravou os discos “Influ�ncias”, “Quando a sorte te solta um cisne na noite”, “Entre um sil�ncio e outro” e “Lucas”.