O mineiro C�lio Balona, de 82 anos, grava disco com quatro amigos pianistas

Com mais de 60 anos de carreira, o compositor, arranjador, tecladista e acordeonista C�lio Balona est� feliz por conseguir realizar o velho sonho: gravar um disco autoral com os amigos pianistas. T�lio Mour�o, Christiano Caldas, Marilton Borges e Cl�vis Aguiar participam do novo �lbum, al�m do baixista Kiko Mitre e do baterista Pingo Balona.

“C�lio Balona & Convidados” (Tratore) chegar� �s plataformas digitais na sexta-feira (28/5). “Algumas m�sicas s�o in�ditas, compostas recentemente. Outras antigas”, comenta. Gravado em abril no est�dio Murillo Corr�a e Cia., em BH, o �lbum traz arranjos do pr�prio Balona.

“Meu objetivo era contar com a participa��o de pianistas com quem havia tocado. Com T�lio, tenho trabalho em duo. Com o Chris, j� fiz quarteto e quinteto. Eu e o Cl�vis fizemos o ‘Projeto Brasil’. J� com o Marilton foram in�meros bailes e shows ao longo dos anos”, diz Balona. “Queria um documento da alegria que sempre tive de tocar com eles.”

DUO 

Com Christiano Caldas, ele fez duo de piano (“Choroso” e “Um amor t�o leve”). Marilton gravou “Corpo de baile” e “Tudo de mim”. Cl�vis participou de “Choro nº 1” e “Cantiga para Stella”, dedicada � neta de Balona. T�lio Mour�o � o convidado em “Imagens” e “Can��o do adeus”. “Toquei piano ac�stico em 'Noturno', que compus em homenagem a minha m�e”, diz C�lio.

O instrumentista ressalta a participa��o de Murillo Corr�a, que gravou, mixou e remasterizou “O velho e o novo”, “Cantiga para Stella”, “Choro nº 1”, “Tudo de mim”, “Choroso”, “Um amor t�o leve” e “Corpo de baile”. Na casa de T�lio Mour�o, “Imagens” e “Can��o do adeus” foram gravadas pelo violonista e compositor Renato Saldanha, enquanto “Noturno” foi registrada por Dirceu Cheib no Est�dio Bemol, com mixagem e masteriza��o de Murillo.

Pingo Balona, filho de C�lio, tocou tabla em “O velho e o novo”; o contrabaixo ac�stico em “Corpo de baile” � de Kiko Mitre.

“� um �lbum de melodias. Doce, sem ser a�ucarado, e simples, sem ser simpl�rio. A participa��o de todos foi extremamente positiva, linda. Cada um contribuiu com seu talento para que a grava��o ficasse da forma como quer�amos. Fiquei muito feliz”, comenta Balona, ressaltando o empenho do produtor M�rcio Souza.

Outro parceiro � Murilo Antunes, no bolero “Corpo de baile”. “Murilo colocou uma letra linda, mas como fiz um disco s� instrumental, a letra, infelizmente, ficou de fora”, explica o “anfitri�o” do disco.

O projeto foi realizado durante a pandemia. “Tive a oportunidade de fazer o disco atrav�s da Lei Aldir Blanc, que nos ajudou muito nesta �poca com todo mundo sem trabalho. Quem dera tiv�ssemos mais leis assim. A cultura no Brasil precisa de ajuda e n�o pode ser tratada da maneira como est� sendo”, lamenta Balona.

As grava��es foram presenciais, em salas separadas e seguindo protocolos sanit�rios, informa. “Gravamos no est�dio do Murillo. Todo mundo de m�scara, mas sempre olhando na cara do outro na hora de tocar.” A exce��o foi T�lio Mour�o. “Gravamos na casa dele por causa de um piano de cauda maravilhoso que tem l�. Quem fez a grava��o foi Renato Saldanha, �timo violonista.”

Aos 82 anos, C�lio Balona se adaptou aos novos tempos e n�o pensa em lan�ar disco f�sico. “N�o est� valendo muito a pena, pois a maioria das pessoas migrou para as plataformas digitais. Hoje, voc� faz um disco, joga nas plataformas e ele estar� no mundo inteiro. Uma pessoa l� no Paquist�o pode ouvir a sua m�sica”, comenta.

Marilton Borges revela que temeu n�o conseguir gravar, pois est� parado h� um ano por causa da pandemia. “N�o � f�cil. Se ficamos muito tempo sem tocar, os dedos v�o enrijecendo.” Por�m, n�o comentou a preocupa��o com o amigo. “Depois da grava��o, sa� do est�dio um pouco receoso, achei que tinha pisado na bola. Fiquei com aquele grilo na cabe�a at� a hora em que vi o an�ncio do lan�amento na internet. Na chamada, apare�o tocando teclados. Fiquei aliviado e feliz.”

T�lio Mour�o destaca o tr�nsito de C�lio Balona com artistas de v�rias idades. “O fato de ter sido l�der de uma grande banda de baile por muitos anos lhe trouxe uma viv�ncia, uma capilaridade. Ele rodou o estado, viajou pelo pa�s e pelo mundo. Sua carreira carrega um significado muito grande. � uma pessoa generosa, extremamente aberta, que n�o se fechou em nenhum caminho espec�fico”, diz. “Balona atravessou este mundo com can��es, com a m�sica instrumental, com a carreira solo, al�m de improvisos. Tem a capacidade de se renovar.”

.Disco instrumental de C�lio Balona

.Tratore

.10 faixas

.Dispon�vel nas plataformas digitais