O percussionista, compositor e luthier mineiro Abel Borges acaba de lan�ar seu primeiro disco solo , “ Alafi� ”, produ��o independente com 12 faixas. Com 20 anos de carreira, ele faz parte do grupo Toca de Tatu , criado em 2011.
O repert�rio do �lbum mescla as m�sicas
brasileira
,
africana
,
latino-americana
e
ind�gena
, apostando no choro, bai�o, ijex� e lundu. A palavra alafi� remete ao desejo de felicidade, prosperidade e longevidade entre os povos, explica Abel.
“Meu disco come�ou a ser composto durante a pandemia, ao longo de um ano. Ele agrega minha experi�ncia profissional e as influ�ncias que absorvi nas �ltimas duas d�cadas. Componho desde sempre, mas nunca me apresentei da forma como fa�o agora.”
ESTUDOS
Abel come�ou a estudar
piano
aos 8 anos. Tornou-se m�sico aos 14 e sempre se dividiu entre os repert�rios cl�ssico e popular. Estudou na Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), Funda��o Cl�vis Salgado e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Optei pela
percuss�o
por causa da influ�ncia do
samba
, dos estudos de m�sica latino-americana e dos terreiros da umbanda e candombl�, que me encantam desde novo. O que me chamou para a m�sica foi, principalmente, o som dos tambores. A m�sica da rua � a minha grande escola”, diz, contando que sempre frequentou rodas de samba.
Al�m da percuss�o, em “Alafi�” Borges explora suas facetas de compositor, arranjador e violonista. Lucas Telles, colega do Toca de Tatu, assina os arranjos do disco, que conta com a participa��o de nomes respeitados: Alexandre Andr�s (flautas), Marcelo Caldi (acordeom), Kiko Mitre (contrabaixo), Lucas Ladeia (cavaquinho), Lu�sa Mitre (piano e teclados) e Nat�lia Mitre (vibrafone).
“� o primeiro �lbum de composi��es s� minhas, ali tem apenas uma parceria com o Lucas Telles”, informa. Destaca-se no disco a presen�a da cultura afro-brasileira. “Venho de um lado espiritual muito forte da umbanda. Fa�o homenagem aos orix�s, � natureza e aos povos das matas. Batizei as faixas com nomes de orix�s, coloquei nelas elementos r�tmicos de cada um deles.”
Borges comenta que sua inten��o “era n�o deixar a m�sica muito estereotipada, porque a minha vis�o de orix� � mais de natureza”.
De acordo com ele, trata-se de homenagem respeitosa, “com o intuito de trazer coisas boas para o mundo neste momento dif�cil que estamos passando.”
A maioria das 12 faixas � instrumental – Abel canta em apenas uma delas, em homenagem � capoeira. “As can��es expressam muito do que j� fiz: tem choro, samba de roda, estudos afro-cubanos, terreiro de umbanda e candombl�, mas tudo com est�tica moderna”, define.
CENA
Finalista do 20º Pr�mio BDMG Instrumental, o percussionista destaca a import�ncia do concurso para os m�sicos de Belo Horizonte. “Ele acabou se tornando quase uma cena, um lugar para voc� se mostrar como artista. Para mim, isso � mais importante at� do que o pr�mio em si, do que a disputa com os colegas”. A final ocorrer� em julho.
O m�sico belo-horizontino participou do �lbum “Mais samba”, do celebrado percussionista, cantor e compositor Marku Ribas (1947-2013), e tamb�m tocou com Crist�v�o Bastos, Z� Nogueira e Orquestra Ouro Preto.
“ALAFI�”
Disco de Abel Borges
Independente
12 faixas
Dispon�vel nas plataformas digitais
REPERT�RIO
“Exu”
“Curupira”
“Calunga”
“Caboclo”
“Ode”
“Amor de Ox�ssi e Oxum”
“Pequena �frica”
“Santo Ant�nio de Pemba”
“Jana�na do mar”
“Oy�”
“Senhora das �guas”
“Na for�a de Oxal�”