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Estado de Minas CINEMA

Mesmo com mais som, 'Um lugar silencioso 2' provoca um medo ensurdecedor

Sequ�ncia do blockbuster de terror dirigido por John Krasinski chega nesta quinta (22/07) aos cinemas do Brasil. Estreia em 2020 foi impedida pela pandemia


22/07/2021 04:00 - atualizado 22/07/2021 09:00

Evelyn (Emily Blunt) precisa encontrar um novo abrigo para ela e os filhos, agora sem Lee (John Krasinski)(foto: PARAMOUNT/DIVULGAÇÃO)
Evelyn (Emily Blunt) precisa encontrar um novo abrigo para ela e os filhos, agora sem Lee (John Krasinski) (foto: PARAMOUNT/DIVULGA��O)

No Brasil, “Um lugar silencioso – Parte 2” estrearia em 19 de mar�o de 2020, para muitos o dia 1 do isolamento social imposto pela ent�o rec�m-chegada pandemia. Lan�ada nesta quinta-feira (22/07), com um ano e quatro meses de atraso, a sequ�ncia do surpreendente drama de horror que em 2018 colocou o p�blico em absoluto sil�ncio nos cinemas � uma �tima raz�o para voltar a frequentar as salas. Mas agora � poss�vel gritar nas poltronas.

O sil�ncio era o mote do filme original, que arrecadou US$ 350 milh�es e valorizou o passe do ator John Krasinski, autor do roteiro e diretor do longa, em Hollywood. Na trama, uma fam�lia do interior dos EUA era obrigada a viver em sil�ncio em um mundo p�s-apocal�ptico, onde monstros ca�avam humanos apenas guiados pelo som. Um barulho, m�nimo que fosse, poderia ser fatal.

O som � elemento essencial em narrativas de horror, geralmente guiadas por gritos e com uma trilha que, num crescendo, anuncia a chegada de um acontecimento terr�vel – o que seria da cena do chuveiro de “Psicose” sem a m�sica de Bernard Herrmann? Ao suprimi-lo no filme original, Krasinski colocou o p�blico diante do desconhecido. Pouco v�amos os monstros assassinos; o medo residia no ru�do. 

Na sequ�ncia, tais sutilezas foram colocadas em segundo plano.  Essa sequ�ncia � mais pr�xima das narrativas convencionais do g�nero. O filme � mais r�pido, mais alto, mais literal, por assim dizer.

O longa original terminou com um cl�max. O pai, Lee Abbott (Krasinski), perdeu a batalha contra os monstros, mas conseguiu salvar sua fam�lia: a m�e, Evelyn (Emily Blunt, casada com Krasinski na vida real), a filha Regan (Millicent Simmonds), o filho Marcus (Noah Jupe) e o beb� nascido em meio ao apocalipse.

A sequ�ncia � aberta com um pr�logo, que coloca os personagens no passado, no dia em que tudo come�ou, e ningu�m sabia de absolutamente nada. Na pequena cidade em que vivem, os Abbott se preparam para assistir a um jogo de beisebol de Marcus. Tudo est� em sil�ncio, e Lee vai at� uma venda onde o velho propriet�rio assiste na TV, embasbacado, a acontecimentos recentes e inexplic�veis. Cada barulho conta, � o que mais aflige o espectador, o �nico que pode antecipar o que est� por vir. 

Lee vai at� o campo de jogo, onde sua fam�lia e seus amigos est�o reunidos. O campo aberto �, obviamente, barulhento – e isso serve para aumentar a afli��o do espectador. Algo explode no c�u, interrompendo o jogo. Todos correm para seus carros e a� tem in�cio a mais espetacular sequ�ncia do filme. Muitas pessoas, ao contr�rio dos Abbott, n�o t�m sequer uma chance quando monstros come�am a matar tudo e todos.

Corta para os cr�ditos e da� o filme realmente come�a. A nova narrativa parte do final da anterior, depois de Evelyn engatilhar, com sucesso, uma espingarda. Com o celeiro da fam�lia em chamas e Lee morto, � chegada a hora de encontrar um novo lugar para se esconder. J� s�o mais de 400 dias em que os Abbott vivem com medo e em sil�ncio.

Neste novo caminho,  o beb� vive dentro de um cesta e usa uma pequena m�scara de oxig�nio para n�o fazer barulho. A chegada  dos Abbott a um novo abrigo ser� cheia de percal�os, mas eles ter�o a ajuda de um velho amigo da fam�lia, Emmett (Cillian Murphy).

Apresentado no pr�logo, esse personagem perdeu tudo. Amargo, ele logo avisa aos Abbott que n�o tem como abrig�-los. Mais do que os apelos de Evelyn com o rec�m-nascido no colo, o que vai faz�-lo mudar de ideia � Regan.

A partir desse encontro, a garota surda de intelig�ncia arguta, que foi um dos trunfos do primeiro filme (Millicent Simmonds tem a mesma defici�ncia de sua personagem), assume o protagonismo da narrativa. Ela tem uma capacidade �nica de lidar com os monstros. 

Agora em novo territ�rio e com novos personagens, “Um lugar silencioso” vai utilizando armas comuns nos filmes do g�nero. H� sustos f�ceis que pegam o espectador, como um cad�ver aparecendo de repente na tela e v�rios ru�dos muito altos. Os monstros, que pouco apareciam antes, agora est�o em profus�o. V�rios closes d�o conta das figuras horrendas com centenas de dentes. Mas � a rapidez com que surgem na tela que mais impressiona. 

Assim, o sil�ncio atua como um coadjuvante. Ainda h� conversas de meias palavras, muita linguagem de sinal, mas os personagens falam muito mais do que no filme anterior. Embora menos inventivo do que o filme de origem, “Um lugar silencioso – Parte 2” consegue  fazer com que o embate entre humanos e monstros coloque o espectador em um estado tal de tens�o que n�o h� como tirar os olhos da tela. � puro cinema de entretenimento – e esse n�o � uma sala de TV que vai substituir. 


“UM LUGAR SILENCIOSO – PARTE 2”
EUA, 2020, 97min. Dire��o de John Krasinski, com Emily Blunt, Cillian Murphy, Millicent Simmonds e Noah Jupe. Estreia nesta quinta (22/07) nos cines BH, Big, Boulevard, Cidade, Contagem, Del Rey, Diamond, Esta��o, Itaupower, Minas, Norte, P�tio e Via Shopping. Confira salas e hor�rios nos sites: cineart.com.brcinemark.com.brcinesercla.com.br e cinepolis.com.br


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