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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Plataformas brasileiras investem em op��es diferenciadas de streaming

XBPIX aposta na intera��o com o p�blico, Cav�deo foca em produ��es autorais e Amaz�niaFlix divulga gratuitamente produ��es da regi�o amaz�nica


02/08/2021 04:00 - atualizado 02/08/2021 21:48
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Marcus Ligocki Jr., criador da XBPIX, aposta na interatividade, transformando o espectador em curador
Marcus Ligocki Jr., criador da XBPIX, aposta na interatividade, transformando o espectador em curador (foto: Raimundo Sampaio/ENCDF/D.A Press )

As conex�es dos espectadores com um filme constituem um processo natural e, muitas vezes, estimulam conversas que se espraiam para outros momentos da vida. Observando o que os espectadores falam dos filmes e com que intensidade, o produtor de cinema Marcus Ligocki Jr. criou a plataforma de streaming XBPIX, com sede em Bras�lia.

Com mais de 20 anos de experi�ncia no mercado de produ��o audiovisual, Ligocki Jr. observa que o bom e velho boca a boca entre cin�filos criou toda a ind�stria da s�tima arte.

A XBPIX tem como diferencial o fato de ser a �nica plataforma que disponibiliza t�tulos a partir da indica��o de usu�rios para usu�rios, diretamente. Assim, auxilia a conectar um filme com o p�blico que apresenta maior potencial para consumi-lo.
“Pesquisas mostram que, apesar da aplica��o de Intelig�ncia Artificial pela Netflix, mais de 80% dos filmes vistos l� se projetam a partir da indica��o de um amigo consumidor”, comenta Ligocki Jr.

DIFERENCIAL 

A monetiza��o veio como diferencial da nova plataforma. “Se algu�m assiste e compartilha o link e o link gera novo aluguel, o primeiro espectador recebe parte do valor de volta. Ao final, a opera��o pode at� se reverter em lucro pelo consumo do filme”, explica o empreendedor.

O servi�o de loca��o segmentado, que tem os usu�rios como curadores, distribui obras da Dowtown, Paris, O2Play e Imagem Filmes, entre outras produtoras. O cat�logo inicial reuniu 22 t�tulos, mas avan�a para 65 obras j� sob contrato.
Com forma��o executiva em cinema e tev�, o agora empres�rio Marcus Ligocki Jr. viveu todo o crescimento do setor audiovisual entre o final dos anos 1990 e 2010. Acredita que poder� ancorar experi�ncias inovadoras no segmento.
“Fiz parte do comit� gestor do Fundo Setorial da Ancine (Ag�ncia Nacional do Cinema) e, � �poca, participei das discuss�es sobre pol�ticas de fortalecimento do setor junto a produtores, exibidores e distribuidores. Sempre com a vontade de que os filmes chegassem ao p�blico”, afirma.

Ligocki Jr. pretende articular uma rea��o � falta de recursos para a promo��o de t�tulos das produtoras independentes, que perderam competitividade no cen�rio atual. Estima-se que haja 790 produtoras no Brasil. “Queremos impulsionar obras que promovam a diversidade e consolidem maior autonomia dos produtores, al�m de democratizar o acesso aos filmes”, sintetiza.
A base para a explora��o da economia de compartilhamento pela XBPIX derivou de viv�ncias como a participa��o de Ligocki numa feira de tecnologia na Finl�ndia e atividades de din�mica junto ao Sebrae, al�m de R$ 600 mil para investimento na equipe de desenvolvedores de tecnologia qualificados, advogados e no time dedicado � infraestrutura.

A interatividade � um dos maiores diferenciais da maneira como os espectadores da XBPIX se relacionam com uma obra. “A pessoa pode puxar na plataforma a imagem exata de um filme, fazer um post e comentar desde a interpreta��o at� o gosto por uma loca��o. H� formas de potencializar elementos que seriam comentados numa conversa corriqueira”, observa Ligocki Jr.

Filmes de terror independentes, dramas e com�dias, al�m da primeira leva de t�tulos internacionais e populares, integram as op��es iniciais disponibilizadas pela XBPIX. No momento, Ligocki Jr. estuda um modelo adequado para acolher curtas-metragens.

“Um assalto de f�”, dirigido por Cibele Machado, e “Rock Bras�lia – Era de ouro”, de Vladimir Carvalho, figuram no cat�logo ao lado de “Est�mago” e “Mundo c�o”, ambos de Marcos Jorge, e do document�rio “Chor�o: Marginal alado”, dirigido por Felipe Novaes. Entre os planos da XBPIX est� a negocia��o de cl�ssicos assinados por Vladimir Carvalho.

Oldfix investe em filmes antigos, como o clássico 'Bonequinha de luxo'
Oldfix investe em filmes antigos, como o cl�ssico "Bonequinha de luxo" (foto: Paramount/reprodu��o )

INDEPEND�NCIA

 “Sozinha, a Netflix n�o d� conta da minha cinefilia”, comenta o produtor e diretor Cavi Borges. Transitando entre as plataformas Amazon, Mubi, Reserva Imovision e Netflix, Cavi aponta um outro caminho, que desemboca no filme brasileiro independente e � motivo de orgulho pessoal: o portal da Cav�deo, que celebra 24 anos de atividades.

“Conseguimos unificar um abrigo para produ��es que t�m o diferencial de serem gratuitas e acess�veis com um �nico clique. S�o filmes raros. Por enquanto, foram 9 mil visualiza��es na plataforma”, comemora Borges.

Entre as 370 produ��es audiovisuais disponibilizadas, h� filmes, s�ries, videoarte e webs�ries. Os acessos t�m sido impulsionados por cerca de 100 artistas, entre diretores, atores, roteiristas, diretores de fotografia e diretores de arte, al�m da corrente de p�blico que envia dicas para amigos.

“A gente estima ter um p�blico de 40 mil pessoas. O legal do on-line � que voc� atinge pessoas de outros estados e pa�ses. Tem gente em Portugal, nos Estados Unidos, um alcance muito maior. A pandemia acelerou o processo do streaming. Em um ano, solidificou algo que levaria uns quatro anos”, opina Cavi.

Produ��es recentes, como os longas “Fado tropical”, “Reviver”, “O cinema � minha vida” e “Me cuidem-se”, filme feito durante a pandemia, juntam-se a fitas distribu�das pela Cav�deo. Entre os cineastas homenageados est�o Neville d'Almeida, Luiz Rosenberg Filho e Ant�nio Carlos da Fontoura.

Cavídeo disponibiliza 'Me cuidem-se', filme de Cavi Borges e Bebeto Abranches sobre a pandemia
Cav�deo disponibiliza "Me cuidem-se", filme de Cavi Borges e Bebeto Abranches sobre a pandemia (foto: Cav�deo/divulga��o )

NICHO 

O crescimento consider�vel para o streaming de nicho espec�fico despontou com a pandemia, trazendo novos desafios para a plataforma Oldflix. Em Natal, no Rio Grande do Norte, nove pessoas viabilizam a disponibilidade, em esquema on demand, de conte�dos anteriormente licenciados para o canal TV Uni�o de Natal.

O objetivo da plataforma � resgatar cl�ssicos do cinema e disponibiliz�-los on-line. Entre os t�tulos mais acessados est�o “Cantando na chuva”, de Gene Kelly e Stanley Doney, “A vida � bela”, de Roberto Benigni, “Bonequinha de luxo”, de Blake Edwards, e “A bela da tarde”, de Luis Bu�uel.
Por enquanto, o equil�brio de custos entre o pagamento de licen�as dos direitos das obras e a estrutura tecnol�gica para a manuten��o do streaming vem de retornos financeiros, celebrados pela equipe da Oldflix.

Com sede em Bel�m, no Par�, a Amaz�niaFlix, projeto executado h� um ano, foi adiante a partir do dilema relativo � seguran�a e exibi��o de filmes do 6º Festival Pan-Amaz�nico de Cinema – Amaz�nia Doc. Com acesso gratuitos � plataforma, a ferramenta d� acesso ao cat�logo de degusta��o de filmes paraenses.

“N�o temos retorno financeiro. A plataforma n�o foi desenvolvida para ser monetizada”, sublinha Zienhe Castro, diretora-geral e curadora da equipe de sete colaboradores, entre diretores de programa��o, de tecnologia da informa��o (TI) e especialistas convidados.
“Temos conte�do de nicho. Nossa concorr�ncia � com a plataforma do grupo Ita�. Nosso maior desafio tem sido conseguir viabilizar parceiros para investimentos para a constru��o de um cat�logo com bons filmes e a manuten��o da gratuidade”, explica Zienhe.

TR�S PERGUNTAS PARA

Zienhe Castro
diretora-geral da Amaz�niaFlix
(foto: Youtube/reprodu��o)


Qual � a proposta da plataforma Amaz�niaFlix?
O principal objetivo � democratizar o acesso � nossa produ��o e contribuir com maior visibilidade para a cinematografia produzida nas diversas amaz�nias, por meio de uma curadoria predominantemente amaz�nica. Al�m de ser idealizadora e curadora da plataforma Amaz�niaFlix (www.amazoniaflix.com.br), a primeira plataforma streaming 100% da Amaz�nia brasileira, sou cineasta, produtora e organizo o Festival Pan-Amaz�nico de Cinema – Amaz�nia Doc, que exibiu mais de 500 filmes entre curtas e longas brasileiros e de oito pa�ses do territ�rio pan-amaz�nico. Obras que n�o est�o dispon�veis na maioria das plataformas streaming e nos canais de tev�.

Como a pandemia se refletiu na atua��o de voc�s?
Toda a nossa vida migrou para o mundo on-line, inclusive as programa��es culturais. Isso facilitou a constru��o e a atra��o de novos p�blicos.

Que resultados concretos a Amaz�niaFlix obteve?
Nos surpreendemos. Colocamos a plataforma em teste com uma mostra de filmes paraenses, a Mostra �gua do Filme, que � o nosso cat�logo de degusta��o. Logo em seguida, hospedamos 65 filmes nacionais e internacionais das quatro mostras competitivas e mais quatro oficinas de audiovisual on-line, em outubro de 2020. Nesse per�odo, obtivemos mais de 20 mil acessos de 30 pa�ses. Na ocasi�o, a programa��o n�o tinha nenhuma restri��o geogr�fica.


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